terça-feira, 30 de março de 2021

Litoral da Paraíba - dicas e roteiro

Em novembro do ano passado fizemos uma excelente viagem de uma semana pelo litoral da Paraíba.  Neste post, vou falar sobre o que fizemos no nosso roteiro e dar dicas sobre todos os passeios.




Na minha opinião, a Paraíba é o estado mais subestimado do Brasil. Ninguém faz uma viagem só para lá - no máximo, a incluem num roteiro por outros estados próximos. Isso é uma grande injustiça, pois eu já conheci o litoral nordestino praticamente de ponta a ponta, parando em quase todas as praias de Salvador a São Luis, e o meu trecho preferido é, justamente, o paraibano.


Como se locomover na Paraíba

Sem dúvida, a melhor forma é alugando um carro. O litoral é bem recortado e não há transporte público para grande parte das praias mais bonitas.


Passeios: fazer por conta ou com agência?

Nas nossas viagens, nós sempre preferimos fazer tudo por conta própria. Porém, estávamos sem carro na Paraíba, e para chegarmos a todos os lugares que queríamos visitar ia ser bem complicado, dependendo apenas de transporte público ou caronas. Por isso, decidimos montar base apenas em João Pessoa e, de lá, fazer passeios com uma agência para as praias mais distantes. 

Não foi preciso muita pesquisa para descobrirmos que a melhor agência do nordeste, e a que domina o setor do turismo na Paraíba, é a Luck Receptivo. Em qualquer lugar que você esteja, para qualquer canto que olhe, lá estará um ônibus verde da Luck - eles são onipresentes no estado inteiro, sendo vistos também nos vizinhos Pernambuco e Rio Grande do Norte. Em alguns passeios que fizemos, a Luck chegou a lotar 3 ônibus - isso no meio da pandemia, em dias de semana e baixa temporada. Impressionante! No final da viagem já tinha até virado piada entre nós - podíamos estar no lugar mais deserto possível, que quando menos esperávamos aparecia um ônibus da Luck.

Desde o começo já fomos muito bem recebidos - nos ofereceram cortesia em todos os passeios (são dezenas!), em troca de divulgação aqui no blog. Infelizmente, só tínhamos 4 dias livres para passear e tivemos que eleger os que mais nos interessavam. A seguir, no nosso roteiro, eu falo detalhadamente sobre cada passeio - mas já adianto que a nossa experiência foi muito mais positiva do que eu imaginava. E olha que eu sou do tipo que passa bem longe desses ônibus de turismo, mas tenho que reconhecer que a Luck faz um excelente trabalho, e merece o monopólio que tem. Ao contrário de outras agências que já experimentamos, os roteiros são bem pensados, o tempo de permanência em cada lugar é correto (sem muita enrolação e também sem correria) e a pontualidade é britânica. 

Luck Receptivo - recomendo muito!


Quando ir à Paraíba

A melhor época é entre setembro e janeiro, período em que praticamente não chove no "nordeste do nordeste" (RN, PB, PE, AL e SE).

Nós fomos em novembro, um ótimo mês, então pode ser por isso que tenhamos achado a cor da água tão bonita. Mas também visitamos nessa mesma viagem várias praias de Pernambuco e Rio Grande do Norte, e nenhuma delas se compara às que vimos na Paraíba. 

Esta foi a primeira vez que viajamos ao "nordeste do nordeste" na época certa, e admito que notei uma boa diferença. Nas nossas outras viagens (em abril, maio e julho) também conseguimos aproveitar muito, só que o tempo era um pouco mais instável - durante o dia tinha sol quase sempre, mas às vezes apareciam algumas nuvens no céu e em geral chovia à noite, o que deixava a água do mar um pouco mais turva. Mas nada de grave - ao contrário de outros destinos brasileiros, acredito que o litoral desses estados pode ser bem desfrutado em qualquer época do ano.


Tábua de Marés

Mais importante que escolher a época do ano, é viajar à Paraíba (ou a qualquer praia do nordeste) numa semana de maré baixa. Tudo fica mais bonito nesse período - a água mais cristalina, com mais peixes aparecendo, piscinas naturais sendo formadas...

A maré baixa acontece nas luas nova e cheia, então no calendário fica sempre alternando - é uma semana "boa" e uma semana "ruim" para passear. Numa viagem longa, como foi a nossa, não é fácil fazer essa matemática ao planejar o roteiro. Como nós queríamos muito conhecer os parrachos de Maracajaú e Perobas, no RN, nos dias de maré mais baixa, a semana da Paraíba infelizmente foi prejudicada. 

Acabamos deixando de fazer um dos melhores passeios, o das Piscinas Naturais do Seixas. No cronograma da Luck, ele estava sendo oferecido até o dia 2/11, e depois recomeçava dia 12/11. Nós estivemos na Paraíba entre 3 e 10/11, bem num período ruim mesmo... mas fazer o quê, em algum lugar tínhamos que passar essa semana.


Preços na Paraíba

Boas noitícias: além de ser o mais bonito, a Paraíba é o estado mais barato do nordeste. 

Não tenho informações de hospedagem, pois usamos apenas o Couchsurfing ao longo da nossa estadia. Mas os preços de restaurantes, e até de produtos em mercados, são consideravelmente menores que nos estados vizinhos. 

Na parte mais turística da orla de João Pessoa, por exemplo, você acha com facilidade buffets bons e baratos. Nós almoçamos no restaurante Jardim, em Cabo Branco, comemos comida de boa qualidade (incluindo churrasco) e pagamos apenas R$14 por pessoa. Em outros estados do nordeste você até acha comida por esse preço, mas em geral é bem ruim...


Interior da Paraíba

Para quem quer se aventurar para os lados do sertão, a Paraíba também oferece atrações interessantes. Nós conhecemos apenas o Parque Estadual Pedra da Boca, um dos lugares mais incríveis do nordeste, mas vou manter este post apenas sobre o litoral. Visitamos esse parque no meio de um roteiro pelo sertão do RN, já que ele fica bem na divisa dos 2 estados, então vou falar sobre a Pedra da Boca quando escrever um post com o nosso roteiro de 24 dias pelo RN.

Nas minhas pesquisas, outras atrações do interior da Paraíba que eu tinha anotado para visitar foram o Lajedo de São Mateus e as cidades de Cabaceiras e Areia. Também gostaria de ter conhecido Campina Grande, a 2ª maior cidade do estado, e a Pedra do Ingá, um sítio arqueológico que fica perto de Campina. Mas no fim, como já íamos rodar bastante pelo sertão do RN, optamos por conhecer apenas o que julgamos realmente essencial: o Parque Estadual Pedra da Boca.

Pedra da Boca, na divisa PB/RN


O nosso roteiro de 1 semana pelo litoral da Paraíba:


3/11 - Chegada em João Pessoa / Pôr do Sol no Jacaré

De manhã, pegamos um Blablacar de Recife para João Pessoa. Tem bastante oferta no site, diversos motoristas trabalham só fazendo essa rota diariamente. Reservamos com o Marvil (81 997718246) e pagamos R$25 por pessoa - bem pontual e prestativo, recomendamos. Saímos de Recife às 10h e chegamos em João Pessoa antes do meio-dia. 

A primeira impressão que eu tive da capital da Paraíba foi a melhor possível, e ela se manteve até o nosso último dia. Além das praias lindas, João Pessoa parece uma cidade pequena. A orla, apesar de movimentada a qualquer hora do dia e da noite, passa uma grande tranquilidade e segurança. O calçadão é super extenso (nem dá pra caminhar em todo ele no mesmo dia) e a parte de areia é bem larga, cheia de quadras esportivas. A avenida beira-mar é toda arborizada, tem vários restaurantes, bares, cafeterias, os prédios são todos baixos (no máximo 4 andares), tudo é bem cuidado... Não vimos muita sujeira na rua, não escutamos muito barulho, não pegamos trânsito em nenhum momento... 

Nem preciso dizer que JP se tornou a minha nova capital brasileira favorita - sei que é a terceira vez que escrevo isso neste blog (as antecessoras foram Fortaleza e Maceió), mas desta vez é definitivo. Só me falta conhecer 7 capitais (em breve 5), e nenhuma delas tem chance de superar João Pessoa!



Ficamos hospedados na casa do nosso anfitrião, no bairro de Cabo Branco, que na minha opinião é o mais bem localizado da cidade. Depois desse, os melhores bairros para se hospedar são Tambaú e Manaíra.

Fomos almoçar no restaurante self-service Jardim (R$14 por pessoa) e às 14h30 a Luck Receptivo nos buscou para o nosso primeiro passeio: o famoso pôr do sol na Praia do Jacaré. Esse passeio, apesar de ter sido bem conduzido pela agência, eu acho que vale mais a pena fazer por conta própria. O que a Luck oferece é na verdade só o transporte de ônibus, da zona hoteleira da orla até a Praia do Jacaré, uma praia de rio que fica do outro lado da cidade, então provavelmente se você pegar um Uber vai sair mais barato que comprar o passeio.

Chegando à praia demos uma volta pela única rua, cheia de lojinhas:




Às 16h30, fizemos um passeio de barco que custa R$45 e dura mais ou menos 1h30min (em geral, esse tour não está incluído no passeio da Luck). O barco na verdade só dá umas voltas ali mesmo pela frente do porto, não vai a lugar nenhum. A atração do passeio é a paisagem do pôr do sol no rio, acompanhada de um show no barco. No final, é tocado o famoso Bolero de Ravel - sob um silêncio total, um senhor passa numa canoa tocando violino, ao redor dos barcos maiores.






À noite voltamos para casa, e demos uma caminhada pelo calçadão:






4/11 - Praia de Areia Vermelha

De manhã, fizemos mais um passeio com a Luck Receptivo - o da Praia de Areia Vermelha. É mais um lugar que só se pode conhecer nas semanas de maré baixa, mas o nível não precisa ser tão baixo quanto o exigido para as Piscinas Naturais do Seixas. Nós fomos no dia-limite, o último ainda possível para fazer o passeio - no dia seguinte, já não seria mais viável devido à alta da maré.

A Luck nos buscou na zona hoteleira e fomos de ônibus até a Praia da Camboinha, no município de Cabedelo, vizinho a João Pessoa. Essa praia por si só já valeria o passeio:





Lá, embarcamos numa lancha e fomos até a famosa Praia de Areia Vermelha, que na verdade é um banco de areia que se forma no mar, a 1km da orla. 

Não achei nada de mais na praia em si, que nem tem areia vermelha, mas a cor da água é espetacular, ainda mais vista da parte de cima do barco.

Nós tivemos cerca de 3h livres para aproveitar. São montados alguns bares na praia, vendendo comidas e bebidas, então se você quiser pode almoçar por lá. 










Esse passeio, mesmo que você não tenha carro, também pode ser feito facilmente por conta própria, usando Uber ou ônibus e contratando o barco direto na Praia da Camboinha. Só fique muito atento ao horário de saída dos barcos, de acordo com a baixa da maré, pois nesse tipo de passeio a pontualidade é rigorosa, eles não esperam ninguém - atrasou, perdeu.

No meio da tarde voltamos para João Pessoa, e à noite demos um passeio de carro pelo centro da cidade. Estacionamos no Parque Solon de Lucena e demos uma volta pela lagoa:




5/11 - Praia do Amor e Praia Bela

Mais um passeio com a Luck - esse durou o dia inteiro e realmente é recomendável para quem está sem carro. Deve ser difícil chegar nessas praias com transporte público e Uber deve ser caro, pois elas ficam a 1h de João Pessoa.

Começamos o tour indo à Praia do Amor (uma das muitas com esse nome no Brasil). A grande atração é um arco de pedra por onde os casais devem passar para continuarem para sempre juntos, segundo uma lenda. Pelo menos eu acho que era isso, porque quando começam com esse papo de lenda eu já paro de prestar atenção. Também tentei fugir quando todos os casais do grupo formaram uma fila para tirar foto debaixo do arco, mas eu queria uma foto da paisagem e a fila nunca esvaziava, então tive que pagar esse mico. Mas teve gente que pagou mico ainda maior - um cara do nosso grupo deu um anel para a namorada e pediu ela em casamento na frente de todo mundo, debaixo do arco.





A parada na Praia do Amor foi de menos de 1h, e em seguida já rumamos para a Praia Bela, no município de Pitimbu. Lá, o grupo teve mais de 5 horas livres para almoçar e aproveitar a praia. 




Uma coisa que eu gostei muito, não só nesse mas em todos os passeios da Luck, é que eles não incluem o almoço (barateando o valor do tour) e também não fazem nenhuma pressão para que o grupo almoce em determinado lugar. Muitas agências ficam forçando que o grupo coma sempre no restaurante mais caro, para que elas recebam uma comissão maior. Na Praia Bela, a Luck usa o Bar do Caldinho como ponto de apoio do grupo, mas deixa os passageiros bem livres para almoçar em qualquer dos outros restaurantes em volta, ou mesmo para comprar um lanche numa padaria que tem ali ao lado. Nós comemos no Bar do Índio, que era o mais barato dos restaurantes, e nos sentamos numa mesa dentro do rio, com as canelas na água. Pagamos R$30 num prato bem farto para 2 pessoas, com arroz, feijão, aipim frito, salada, batatas fritas e iscas de carne de sol. Foi tudo excelente, sem exagero a melhor refeição de toda a viagem pelo nordeste.

Depois do almoço, demos uma longa caminhada para os 2 lados da praia. Indo para o lado esquerdo (norte) chegamos a uma área de falésias muito interessante. Nossa ideia era caminhar até a Barra do Rio Graú, que ficava ali perto - porém, andávamos sem parar e nunca chegávamos no rio. Quando parei para olhar o mapa, surpresa: já tínhamos passado por lá há muito tempo - o rio estava totalmente coberto pela areia da praia!










Depois fomos para o lado direito da praia (sul), que é bem menos interessante mas também vale uma caminhada não muito longa.




Um fato curioso é que, de todo o nosso grupo de mais de 30 pessoas, os únicos que deram esse passeio explorador pela praia fomos nós. Todos os outros ficaram as mais de 5h livres comendo, bebendo ou tomando sol. Sendo que todos eles pagaram para estar lá, menos nós 2, que tivemos cortesia no passeio - não dá pra entender!

Voltamos para João Pessoa no fim da tarde e, como sempre, demos uma caminhada noturna muito boa pelo calçadão, quase até a Ponta do Seixas.




6/11 - João Pessoa e Cabedelo de bicicleta

Nesse dia fizemos um roteiro perfeito de bicicleta, que eu recomendo muito: fomos e voltamos do bairro de Cabo Branco até o dique que marca o final da península de Cabedelo. 

Boa parte do trajeto é feita por calçadões e ciclovias à beira-mar, o que torna a pedalada muito prazerosa.  No caminho visitamos diversas atrações, como o marco zero da Rodovia Transamazônica e o famoso Forte de Santa Catarina (entrada custa R$2), além de muitas praias com água cristalina:





















Andamos por mais de 50km no total, e é preciso reservar um dia todo para esse passeio: nós começamos pelas 9h30 e terminamos às 18h30, sem nada de enrolação - só paramos um pouco em cada lugar e ficamos 1h almoçando.

A má notícia é que o aluguel de bicicletas é caríssimo em João Pessoa - perguntamos em uns 3 lugares e não achamos diária inferior a R$100. Sai mais barato até alugar um carro! Felizmente, nós entramos em contato com um hostel e conseguimos bicicletas emprestadas.



7/11 - Tabatinga, Tambaba e Coqueirinho

O último passeio que fizemos com a Luck. Contempla 3 praias da chamada Costa do Conde e foi o nosso favorito, pois é o passeio mais movimentado, cheio de atrações e com pouco tempo sobrando. 

Saímos bem cedo de João Pessoa e fomos para a primeira praia do dia, Tabatinga. O ônibus parou próximo a um mirante de onde se tem a vista de uma estreita faixa de areia separando uma lagoa do mar:




Depois de muitas fotos no mirante, o grupo teve mais de 1h livre para aproveitar a praia. Claro que, enquanto o grupo todo ficou lá tomando sol, nós fomos explorar. Demos uma ótima caminhada para o lado sul e chegamos numa parte muito bonita de Tabatinga, cheia de falésias:





A segunda parada do tour foi em Tambaba. Essa praia é dividida em 2 partes separadas por um pequeno morro, sendo que uma delas é nudista - só podem entrar mulheres ou casais, e é obrigatório tirar a roupa. O ônibus parou na parte não-nudista (até porque a outra parte não tem acesso de carro) e o grupo teve mais de 1h livre para aproveitar.

As pessoas em geral fazem muita propaganda de Tambaba, mas na verdade eu achei a praia mais sem graça do dia, tanto uma parte como a outra. O ponto mais interessante é um coqueiro que está há anos em cima de uma pedra, solitário, e fica na parte não-nudista.







Depois de Tambaba fomos para a Praia de Coqueirinho. Logo na chegada, a Luck oferece um opcional: um passeio chamado Penélope Charmosa (R$45 por pessoa), que nos leva a 2 mirantes. Esse tour dura pouco mais de 1h e é oferecido por um homem chamado Rodrigo, que interpreta Penélope e dirige um veículo "pau de arara" rosa sobre os rochedos. Para quem está no passeio da Luck eu acho indispensável contratar esse opcional, pois para mim foi justamente o ponto mais alto do dia. Se você está de carro alugado, não é necessário: dá para chegar a ambos os mirantes com um veículo normal.



O primeiro que visitamos foi o Mirante Castelo da Princesa (marcado no Google Maps como "Pico Castelo da Princesa":



E o segundo foi o Mirante Dedo de Deus. Apesar de a paisagem do primeiro ser mais diferente, esse é um mirante bem mais amplo, onde dá pra ficar um tempão caminhando sobre a chapada e fotografando de diversos ângulos:





Para encerrar o dia, tivemos umas 3h livres na Praia do Coqueirinho, incluindo o tempo de almoço. Mas eu acho recomendável levar um lanche para esse passeio, como nós fizemos, pois saímos de João Pessoa bem cedo, antes das 7h30, e o almoço no Coqueirinho ocorreu só pelas 14h. Nesse meio tempo o roteiro teve um ritmo bem acelerado (pelo menos para nós, que exploramos bem as praias), e não houve nenhuma oportunidade para comprar coisas para comer.

Aproveitamos então as horas livres e caminhamos quase 2km para o sul, pela beira da Praia Do Coqueirinho, até a parte de baixo do Mirante Castelo da Princesa:




No fim da tarde voltamos para João Pessoa e mais uma vez demos um bom passeio pela orla de Cabo Branco e Tambaú.



8/11 - Coqueirinho do Norte

Nesse dia fizemos um passeio com nosso anfitrião e os amigos dele. Fomos passar o dia na praia de Coqueirinho do Norte, no município de Marcação, a 1h30min de João Pessoa.


Foi um dia relaxante, para curtir mesmo a praia e o mar, que é bem calmo e sem ondas. A paisagem em si não tem nada de mais, mas demos uma caminhada pela praia e passamos por uma pequena igreja.





À tarde voltamos para João Pessoa e caminhamos do Cabo Branco até o final norte do calçadão, em Manaíra.



9/11 - Ponta do Seixas, Centro, Altiplano e passeio de EcoRide bike

Começamos o dia indo até a Ponta do Seixas, o extremo leste das Américas. A parte mais turística é o parque onde fica o Farol do Cabo Branco



Porém, se você olhar o mapa, vai ver que o extremo oriental fica um pouco mais para baixo. Fomos até lá (as ruas nessa área parecem um labirinto, mas tem uma trilha que desce da Av. Panorâmica até a praia, em linha reta).

Eu já tinha achado o parque do Farol bem decadente, mas o verdadeiro limite das Américas conseguiu ser ainda pior - um marco tão importante como esse se resume a um amontoado de pedras, super mal cuidado. Um grande contraste com todo o restante da orla de João Pessoa, que, como eu falei, é muito bem mantida. 

Apenas uma pequena placa, no pátio de uma casa, sinalizava que estávamos no extremo leste:



Espiamos por cima do muro a casa mais oriental das Américas

Ali perto também fica um complexo chamado Estação Cabo Branco, um grande centro cultural e museu, com entrada gratuita. Queríamos ter conhecido, porém a Estação fecha às segundas-feiras, bem o dia em que estávamos lá.

Prédio moderno da Estação Cabo Branco

Fomos então para o centro de João Pessoa, que até então só tínhamos visitado à noite. Ele é bem compacto, com poucas atrações e todas concentradas na mesma área. Demos uma caminhada de 1h por ali (suficiente para ver tudo, sem muita profundidade) e almoçamos num restaurante self-service.










Do centro, fomos direto para o bairro do Altiplano, o mais caro de João Pessoa. Eu achei bem interessante conhecer esse bairro, pois, assim como a Ponta do Seixas, ele também é extremamente contrastante com o resto da cidade. São só umas poucas ruas (em uns 20min andamos por quase todas), cheias de prédios altíssimos e modernos - bem ao contrário das outras áreas de João Pessoa, que têm só casas e edifícios baixos.

Altiplano visto de longe

A grande atração do bairro é o Mirante SkyBeach, que fica no topo do edifício mais alto não só da cidade, como do nordeste inteiro (54 andares, 168m de altura). Chegamos na entrada do prédio e os seguranças nos informaram de que o mirante também fica fechado às segundas, que aparentemente é um péssimo dia para turistar em João Pessoa. 

Só que, apesar de não termos nos importado muito em cortar do roteiro a Estação Cabo Branco, queríamos muito conhecer esse mirante, e esse era o nosso último dia na cidade. Então, demos uma analisada na área e entramos por uma garagem do prédio que estava aberta. Descemos até o subsolo, passamos por um longo corredor e lá no fim achamos um elevador de serviço. Só que havia botões de 0 a 9, e tínhamos que digitar o número do andar. Tentávamos colocar 54 e não funcionava. De repente, o elevador começou a subir sozinho. Ficamos esperando para ver onde ele nos levaria, e daí no andar 44 ele parou e um senhor que estava trabalhando numa obra entrou (ele que havia chamado o elevador). Perguntamos a ele qual era o andar que tínhamos que ir para ter acesso ao mirante, e ele disse que achava que era o 48. Então digitamos 48 e deu certo. Chegamos lá e estava tudo deserto; abrimos umas portas, subimos uma escada e, quando vimos, tínhamos chegado ao mirante, no topo do prédio. 

Ficamos uma meia hora lá em cima, admirando e fotografando a vista de todos os ângulos. No fim foi ótimo termos ido numa segunda, pois tivemos a paisagem só para nós e ainda por cima não pagamos nada (a entrada custa R$20 por pessoa). E no fim fiquei sem entender afinal quantos andares o prédio tem.




Prédios do Altiplano

Voltamos então para a orla, e em Tambaú fizemos um passeio numa bicicleta dupla (é como se fosse um carrinho, com volante, em que os 2 pedalam lado a lado) com a empresa EcoRide Bikes. Eu havia ganhado esse passeio numa das excursões da Luck, em que o guia perguntou o que estava escrito na bandeira da Paraíba e só eu sabia.


É preciso ter muito cuidado com essa bicicleta, pois ela se desequilibra muito facilmente. Nós passamos por um momento histórico: devido a um desnível da ciclovia, a bicicleta virou e acabamos caindo no meio da rua, um por cima do outro e o carrinho por cima de nós. Por sorte os carros vinham em baixa velocidade e conseguiram parar a tempo, mas nossa queda gerou um tumulto no trânsito, com várias buzinas de carros que vinham atrás e não viram o que tinha acontecido. Logo, algumas pessoas foram nos juntar e tirar o carrinho de cima de nós. Apesar do vexame, tivemos muita sorte - não fomos atropelados, a Adriana só machucou um pouco a perna e eu nem me machuquei.

Passado o susto, continuamos o passeio pela orla - fomos até o Mag Shopping e voltamos para Tambaú. O tempo de aluguel da bicicleta dupla era para ser de 1h, mas devido ao nosso contratempo acabamos excedendo esse tempo, e não houve nenhuma cobrança.

Eu não deixo de recomendar o passeio da EcoRide Bikes, mas dirija devagar e evite o piso irregular.


10/11 - Fim do roteiro

Com tristeza, nos despedimos de João Pessoa e seguimos viagem rumo a Natal, de manhã. Para fazer esse trajeto eu também recomendo usar o Blablacar - em geral, há ofertas por R$30 por pessoa. Como o nosso anfitrião se ofereceu para nos levar até um posto de gasolina na saída da cidade, decidimos economizar essa grana e fomos de carona até Natal.


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Este foi o nosso roteiro de 1 semana pelo litoral da Paraíba, e eu considero que foi o tempo ideal para aproveitarmos bem, embora eu quisesse ter ficado mais. Para ser um roteiro perfeito, só faltou o passeio das Piscinas Naturais do Seixas que, como eu comentei, não pudemos fazer devido à alta da maré.


Com nossos amigos em João Pessoa




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