quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Presidente Figueiredo, AM - roteiro completo e dicas sobre todas as atrações da região

Em outubro do ano passado, fizemos uma ótima viagem de 15 dias pelo estado do Amazonas. Além de 4 dias em Manaus, passamos 11 dias na região de Presidente Figueiredo, famosa por suas inúmeras cachoeiras, e neste post vou falar sobre cada atração que conhecemos por lá.

Gruta da Judéia


Como é a região de Presidente Figueiredo

É uma vasta área de Floresta Amazônica, com alguns desníveis de relevo que permitem que se formem cachoeiras. São mais de 150 catalogadas, porém somente algumas delas são abertas aos turistas.

Essa área fica localizada entre 2 cidades: Presidente Figueiredo (2h de Manaus) e Balbina (3h de Manaus). Enquanto a primeira é super conhecida e é usada como base por 99% dos viajantes, a segunda é uma vila que majoritariamente serve de residência para os trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Balbina, passando longe do radar dos turistas.




Onde se hospedar: Figueiredo x Balbina

A cidade de Presidente Figueiredo me passou uma impressão muito ruim - feia, barulhenta e com um calor sufocante. Já Balbina é exatamente o contrário - uma vila pacata, silenciosa, com casas bonitas, praças bem cuidadas e um ar mais fresco (embora, claro, também seja quente). E o que é melhor, pelo menos para mim: Balbina está isolada de tudo, cercada de floresta por todos os lados. É uma imersão total na natureza amazônica.

Nós usamos sempre o Couchsurfing como forma de hospedagem e, como encontramos de cara um anfitrião em Balbina, decidimos passar as 10 noites lá. Desde o começo não me restava dúvida de que tínhamos feito uma escolha certeira. Embora logisticamente tenhamos tido pequenas complicações para conhecer atrativos mais próximos de Figueiredo, o prazer de estar hospedado naquele vilarejo, dormindo todas as noites numa região isolada, foi algo indescritível. Balbina é a minha cara, e não à toa se tornou um dos meus lugares preferidos no Brasil, para onde espero poder voltar em breve.

Ruas de Balbina


Mas, como eu sei que essa minha paixão por Balbina é meio irracional, meu conselho é que você divida a sua hospedagem entre as 2 cidades. Assim, a cada dia você pode conhecer os atrativos mais próximos e aproveitar bem o seu tempo.


Como se locomover pela região

A melhor forma é alugando um carro (para a grande maioria dos passeios, não é necessário que seja um 4x4). Você não vai conseguir conhecer quase nada se depender de transporte público, além de ficar sujeito aos poucos horários dos ônibus que rodam entre Figueiredo e Balbina. Aliás, quando estivemos lá, em outubro/20, essa linha estava suspensa por tempo indefinido, em função da pandemia (tem coisas que não dá pra entender!!)

Nós quase sempre viajamos pedindo carona na estrada, pois é um meio de transporte gratuito e na maioria das vezes bastante eficaz. Porém, confesso que no Amazonas nos decepcionamos um pouco: viajar de carona por lá foi bem mais difícil do que imaginávamos. Sem dúvida, até hoje foi o lugar mais desafiador do Brasil. São poucos os carros que passam e, desses, poucos os que param. No começo pensamos que a dificuldade fosse em função da pandemia, mas depois de uns 2 dias percebemos que o povo estava 100% nem aí para o coronavírus, então acredito que carona seja difícil no Amazonas mesmo em tempos normais.


Quando ir

A época seca (junho a outubro) é melhor para fazer os passeios, pois, além de os dias serem mais ensolarados, as cachoeiras estão menos caudalosas e o banho se torna mais seguro. 

Porém, a verdade é que o clima na Amazônia é sempre imprevisível. Quando estive lá em julho de 2013, no auge da seca, choveu praticamente todos os dias (embora fosse uma chuva fraca alternando com momentos de sol). Nesta última viagem, em outubro, a nossa expectativa era de tempo seco - mas pegamos algumas chuvas torrenciais, cheias de raios, que duravam 10min e depois davam lugar ao sol. Em uma das noites eu cheguei a acordar de madrugada com o barulho da chuva e do vento, de tão forte que era. Por isso, numa terceira viagem à Amazônia eu sinceramente não ligaria muito para essa questão da época do ano.


Como é a logística dos passeios

A maioria dos atrativos fica dentro de propriedades particulares, então há cobrança de entrada. A boa notícia é que o ingresso é sempre barato, nunca passando de R$20. Um super custo-benefício se você comparar com outras regiões turísticas do Brasil, onde se paga caro para atrações que nem valem muito a pena.

Outra coisa boa é que você pode fazer praticamente tudo por conta própria, sem necessidade de contratar um guia local, uma prática muitas vezes abusiva e que ocorre em vários destinos brasileiros. O único passeio que exige acompanhamento de guia é a trilha da Gruta da Judéia e Caverna do Maroaga (leia a seguir).



Animais na Floresta Amazônica

Conhecida por ter a maior biodiversidade do mundo, a Floresta Amazônica costuma decepcionar os turistas nesse quesito. Apesar de ser a casa de muitas espécies, os animais amazônicos não gostam muito de se mostrar - aquela ideia de que viajar para a Amazônia é estar sempre no meio de macacos, onças e cobras não tem nada a ver com a realidade.

Estrangeiros costumam me perguntar muito sobre a fauna brasileira, pois, assim como eu, eles são capazes de atravessar o mundo só para ver animais em seu hábitat natural. E eu sempre respondo a mesma coisa: se você quer ver animais, tem que ir para o Pantanal, e não para a Amazônia. No Pantanal os animais são acostumados à presença humana, são quase domesticados. Em qualquer estrada por onde você anda, basta olhar para os lados com atenção que você vai ver algum bicho por perto. Já na Amazônia, a natureza é muito mais intocada e a imensa maioria dos animais jamais viu um ser humano.

Em 2013 passei 11 dias na Amazônia e fiz um cruzeiro pelos rios Negro e Solimões. Com muito esforço e um olho bem treinado dos guias, consegui ver macacos, um camaleão e uma preguiça - nada mais! 

Nesta viagem também não fomos muito além disso - veja os poucos animais que conseguimos observar:




















Atrações mais próximas de Figueiredo

*Atrações em ordem da melhor (mais imperdível) para a pior (mais dispensável)


1. Gruta da Judéia e Caverna do Maroaga

São 2 cavernas espetaculares que ficam bem próximas uma da outra e são acessadas pela mesma trilha. 

O acesso às cavernas é gratuito, pois fica numa área pública - porém, como eu havia falado, este é o único passeio da região que só pode ser feito com o acompanhamento de um guia. Quando você chega na entrada do parque, há diversos guias dispostos a conduzir você. O preço do guiamento não é fixo, mas gira em torno de R$20 por pessoa se você está num grupo de 5 ou mais turistas. Se vai sozinho, acredito que não precise pagar R$100, dá para fazer uma negociação direto com o guia. No nosso caso, não pagamos nada em troca de publicidade no blog.

E não é para fazer propaganda, mas não tenho dúvida de que fomos atendidos pelo melhor guia de Figueiredo: o Daniel (contato: 92 93046213). Ele é daquelas pessoas que ama tanto o que faz e onde vive, que acaba curtindo o passeio mais do que o próprio turista. Ele nos mostrou as 2 cavernas com toda a paciência do mundo, dando diversas explicações interessantes (e sem fazer nenhuma piadinha sem graça), além de permitir que permanecêssemos em cada uma o tempo que quiséssemos. Também tirou inúmeras fotos nossas, pois além de guia é fotógrafo profissional - sabe exatamente os melhores ângulos para fotografar os turistas, e não cobra nada a mais por isso.

A trilha que leva à Gruta da Judéia e à Caverna do Maroaga é circular e tem 2,8km no total. É bem tranquila, apesar de ter algumas subidas e descidas. No total, ficamos quase 3h na área, contando o tempo da trilha e das longas paradas nas cavernas.

Fotos da Caverna do Maroaga:





Fotos da Gruta da Judéia:










Fotos da trilha:







2. Cachoeira do Santuário

É um conjunto bem estruturado de pequenas quedas, com passarelas de madeira para caminhada. A trilha para chegar à área das cachoeiras é bem curta e pode ser feita por qualquer pessoa. A entrada custa R$10 e nós passamos cerca de 1h30min no local.










3. Iracema Falls

É um parque extenso que contém um hotel, 2 cachoeiras (Iracema e Araras) e um conjunto muito interessante de grutas (Palácio Galo da Serra, Gruta da Catedral...). A entrada custa R$10, super barato para tudo o que o local oferece - nós passamos mais de 4h lá dentro. 

Do estacionamento até a Cachoeira da Iracema e às principais grutas são apenas 500m de caminhada, por uma passarela. Da Iracema até a Cachoeira das Araras são 1,2km de trilha (só ida), essa mais selvagem mas também muito acessível. Veja as fotos de cada atração do complexo Iracema Falls:

Cachoeira da Iracema:





Grutas:













Cachoeira das Araras (algumas fotos saíram com um efeito do celular e a água parece sólida, kkk):








4. Cachoeira da Porteira

Uma atração que está fora dos roteiros padrão, mas que nós gostamos muito. A cachoeira principal está a poucos metros do estacionamento, e a entrada custa R$8.







5. Cachoeira Natal

Apesar de não ser alta, se destaca por sua extensão de quase 50m. Também não tem trilha para ser acessada, apenas uma escadaria. A entrada custa R$15.

A estrada para a Cachoeira Natal







6. Cachoeira das Orquídeas

Uma cachoeira pequena mas muito bonita, que fica a apenas 1,5km do centro de Figueiredo e tem entrada gratuita. É preciso fazer uma trilha de 1,5km (só ida), plana e pela sombra, para acessar a cachoeira. O único lugar onde vimos macacos, nesta viagem, foi ao longo dessa trilha.





7. Cachoeira da Onça

Fica a 2km do centro de Figueiredo. Para chegar à cachoeira é preciso fazer uma trilha de cerca de 15min, bem tranquila. Eu achei a trilha mais interessante que a cachoeira em si.







8. Lagoa Azul do Maranhão

Uma das atrações mais turísticas de Figueiredo, mas eu sinceramente achei sem graça. É um piscinão de água verde que, apesar de ter origem natural, se torna artificial demais devido à estrutura do local (borda na piscina, cadeiras, mesas, restaurante, bar, etc).

Por outro lado, dentro da mesma propriedade é possível visitar 2 fervedouros (trilha bem curta), que são interessantes, e uma pequena cachoeira (2km de trilha plana, só ida).

A entrada custa R$10.






9. Lagoa Azul Park, ou Lagoa Azul do Marcelo

Outro balneário no mesmo estilo, porém esse 100% artificial. Também não tem outras atrações, é apenas um piscinão verde onde as pessoas vão para passar o dia. Tem bom atendimento e estrutura, e a entrada custa R$10. Na minha opinião, pode ser um passeio legal para quem mora em Figueiredo ou Manaus, mas não é o que está procurando quem viaja de longe para conhecer a Amazônia.






10. Corredeiras do Urubuí

É o balneário municipal de Figueiredo, uma área onde os moradores locais vão para se refrescar. Nada de mais, mas toma pouco tempo e está bem próximo ao centro, então vale a pena conhecer. A entrada é gratuita.



Eu gostei mais de tomar banho do outro lado da ponte, numa parte mais tranquila do rio:



11. Balneário Água Viva

É um ambiente com cadeiras, mesas e redes no leito de um córrego raso. Não me pareceu muito turístico, e sim frequentado pelos moradores locais. A entrada custa R$5 e gostamos de ter conhecido - foi bom para relaxar depois de um dia nas cachoeiras, mas também não é algo imperdível.







12. Cachoeira Berro d'Água

Uma cachoeira pequena e simples, acessada por uma trilha curta. A entrada custa R$10 e o valor não compensa para o pouco que o local oferece. Não recomendo.

É só isso!


Atrações mais próximas de Balbina


1. Cachoeira do Mutum

É um dos lugares mais incríveis que eu já conheci no Brasil, e foi o nosso favorito na Amazônia. Não deixe de conhecer!

Para acessar a cachoeira, é preciso dirigir por uma estrada de terra de 6km, da entrada do parque (na beira da rodovia Figueiredo - Balbina) até o estacionamento. Essa é uma das piores estradas da região, pois fica num terreno alagado, e sempre que chove o acesso se torna difícil. Então, se você tiver alugado um carro normal (e não um 4x4) recomendo que visite a Cachoeira do Mutum após pelo menos 2 dias secos, para ter certeza de que vai conseguir chegar ao estacionamento. Em todo caso, acredito que seja bem fácil pegar uma carona com um 4x4 da entrada para o estacionamento, ou mesmo caminhar os 6km.

Do estacionamento, há uma trilha bem curta até a parte de cima do rio, que para mim é na verdade a grande atração, bem mais interessante que a cachoeira em si. É uma área bem rasa do rio (água na altura dos pés), mas com alguns buracos na rocha extremamente profundos (mais de 7m). 














Desse lugar onde ficam os buracos, há uma descida de cerca de 10min até a área da cachoeira.








2. Cahoeira da Neblina

É a queda mais alta da região. Para chegar até ela é preciso fazer uma trilha longa (6km, só ida), porém majoritariamente plana - apenas no setor final há uma pequena descida. A entrada custa R$20 e eu recomendo separar um dia inteiro, sem mais nenhum passeio, para conhecer a Cachoeira da Neblina. Muita gente passa a noite acampado lá, o que também é uma alternativa para quem não aguenta caminhar 12km em um dia.




Uma rã camuflada no tronco








A melhor parte é ir, pelas pedras, até a parte de trás da cachoeira:






3. Cachoeira Sussuarana

É um dos passeios mais selvagens e autênticos da região, pois fica a leste de Balbina, uma área densa de floresta bem pouco explorada. Ali perto moram índios selvagens e a chance de ver animais como a onça (aliás, sussuarana significa onça parda) aumentam bastante. 

Não há nenhuma cobrança de ingresso, pois a cachoeira fica numa área pública.

O começo da trilha não é muito sinalizado, mas fica perto da estrada do aeroporto de Balbina. Chegando na vila, é só você perguntar para qualquer morador - todos conhecem o caminho da Cachoeira Sussuarana. A trilha tem cerca de 3km (só ida) - ignore a placa que diz 4,5km, pois essa placa antigamente ficava em outro lugar, e quando mudaram ficaram com preguiça de alterar a distância, kkkk. 

Apesar de não ser muito longa, é a trilha mais exigente que fizemos nesta viagem (inclusive mais que a da Neblina, de 6km), devido a subidas/descidas, raízes de árvore e alguns trechos alagados. Mas também não é nada de mais - comparando com algumas trilhas que já fizemos pelo mundo, todas essas da Amazônia foram muito fáceis.



A Cachoeira Sussuarana tem 3 ambientes. A parte superior é ideal para crianças, com o rio calmo e piscinas naturais muito bonitas:






A parte intermediária tem uma pequena queda e um piscinão para banho:


Por fim, na parte inferior você tem a vista da grande cachoeira (mas é difícil de se banhar):






Nós passamos por um momento tenso na volta da trilha. De longe, avistamos uma enorme árvore oca e, dentro do buraco no tronco, havia uma silhueta muito semelhante à de um ser humano. Eu ia dar um zoom com a câmera para ver o que era, mas, quando o nosso anfitrião percebeu a situação, nos mandou sair correndo imediatamente. Era provável que se tratasse de um índio selvagem, e eles podem ser muito violentos ao encontrar estranhos na área onde vivem. 

Mas, apesar dessa breve situação de pânico que vivemos, eu continuo recomendando um passeio à Cachoeira Sussuarana - não há relatos, até hoje, de encontros desagradáveis entre turistas e índios selvagens.



4. Bica do Cabeça

Um atrativo nada turístico - tanto que, no Google, tudo o que aparece sobre a Bica do Cabeça é o que o nosso anfitrião postou. Ele é apaixonado por esse lugar, e nós também ficamos. É uma pequena cachoeira com um poço verde espetacular, no meio da selva, acessada por uma trilha rápida (20min). O começo do caminho fica próximo à entrada do Clube da Aseel, em Balbina, mas para achar o lugar exato é melhor você perguntar para algum morador. Fica numa área pública, então não há cobrança de entrada.

Nós fomos sozinhos à Bica do Cabeça, e quando voltamos para casa comentamos com o nosso anfitrião o quanto havíamos gostado do lugar, e como era interessante a árvore caída em diagonal sobre o poço. Ele se surpreendeu com nosso comentário e olhou nossas fotos. Mal acreditou quando viu a árvore tombada, pois ele vai à Bica do Cabeça muitas vezes, e da última vez que ele tinha ido ela ainda estava de pé. Como praticamente ninguém mais vai lá, é provável que nós tenhamos sido as primeiras pessoas a ver a paisagem assim.










5. Cachoeira da Pedra Furada

Como o nome diz, a água da cachoeira cai por buracos numa pedra. A trilha de acesso é curta e a entrada custa R$5.







6. Cachoeira do Paredão

Outra atração bem pouco turística - inclusive, desconhecida por muitos moradores de Balbina. A trilha até lá é de cerca de 2km (só ida) e parte da mesma estrada que leva à Gruta do Batismo, mas eu não saberia explicar exatamente o caminho, e a indicação é apenas uma seta muito pequena. O ideal seria contratar um guia ou pedir a ajuda de alguém que conheça a cachoeira. Fica numa área pública de selva, então a entrada é gratuita.







7. Lago de Balbina

O melhor jeito de conhecer o imenso Lago de Balbina é indo de carro até o restaurante Mirandinha. É uma área muito bonita e cheia de possibilidades de fotografar, especialmente na hora do pôr do sol.

O buffet de almoço no Mirandinha custa R$15.










Brindando com o suco de cupuaçu



8. Ponte de Balbina

Pouco antes de chegar a Balbina, a estrada passa por uma ponte que vale uma parada para fotos:





9. Gruta do Batismo

Fica a leste de Balbina. É uma caverna sagrada para os indígenas locais, e onde se encontram algumas pinturas deles na rocha. A informação oficial é que atualmente os índios não vão mais lá fazer seus rituais, mas nosso anfitrião disse que não se pode ter certeza disso. Um bom indício de que ele está certo é o fato de o local ter visitação proibida.

Mas, como a gruta fica no meio da mata, numa área pública, não é impossível chegar até lá. Nosso anfitrião conhecia bem o caminho e nos levou, mas a trilha, apesar de não ser muito longa (uns 30min) não é bem demarcada e tem alguns trechos meio difíceis. Assim como a Cachoeira Sussuarana, também é uma área mais selvagem, então o cuidado com animais peçonhentos e índios selvagens tem que ser redobrado.

Eu acho meio impossível que um turista ache a Gruta do Batismo por conta própria, por mais que tenha um mapa - por isso, se você faz questão de visitá-la, recomendo contratar um guia (e concencê-lo a lhe levar!). Eu achei um passeio super interessante.







Uma ponte que improvisamos




10. Salto do Ipy

Outra das cachoeiras mais selvagens e pouco visitadas da região. O ingresso custa R$ 10. A entrada da fazenda onde fica O Salto do Ipy não é sinalizada, mas fica no Km 57 da estrada de Balbina e é esta:



São 4km de trilha até o Salto, com um trajeto de descida/subida. 

É uma cachoeira alta e interessante, porém não é possível tomar banho devido às pedras e à força da água. Gostei de ter ido porque tínhamos tempo, mas em um roteiro mais apertado acho que o Salto do Ipy é bem dispensável.






11. Cachoeira do Índio

Esse foi o momento que mais passamos raiva em toda a viagem. Chegamos na entrada da propriedade (R$5) e o dono nos disse que, para chegarmos à cachoeira, teríamos que fazer uma trilha de 500m. Seguimos pelo caminho que ele indicou, uma trilha super chata, cheia de subidas e descidas, pelo meio de raízes, e depois de andar 2km ainda não tínhamos visto nada de bom. Finalmente chegamos a uma área de descanso junto a uma pequena cachoeira e, como não tínhamos visto fotos da Cachoeira do Índio previamente (pois decidimos ir lá de última hora, e estávamos sem sinal para pesquisar na internet), assumimos que a cachoeira fosse aquela. Decepcionados, tomamos um banho e voltamos.

Quando passamos novamente pela entrada, o dono da propriedade perguntou se tínhamos gostado do passeio, e se tínhamos conseguido chegar à cachoeira. Descrevemos o que tínhamos visto, e ele deu risada dizendo que aquela era apenas uma corredeira, e que para chegar à Cachoeira do Índio teríamos que ter continuado rio abaixo, sendo que nem tinha um caminho demarcado! Ele então teve a ideia (que não havia lhe ocorrido quando chegamos) de nos mostrar fotos da cachoeira, que é realmente muito bonita.

Ficamos tremendo de raiva, pois estávamos tão perto e deixamos de conhecer um lugar espetacular devido à total falta de noção do dono, que disse que a trilha era de apenas 500m e não falou nada sobre a corredeira nem sobre esse caminho desconhecido. O coitado ficou chateado com a situação e até se ofereceu para ir conosco até a verdadeira Cachoeira do Índio, mas não quisemos voltar todo o caminho, porque só a trilha de 2km até a corredeira já era muito chata, e tínhamos outras coisas pra fazer nesse dia, então acabamos indo embora sem conhecer.

A corredeira



12. Pôr do Sol na Caixa d'Água

A melhor forma de encerrar um dia de passeios em Balbina é subir em uma das muitas caixas d'água do vilarejo. Do alto, é possível ter a vista de toda a cidade e também contemplar o pôr do sol amazônico, que sem dúvida é um dos mais bonitos do Brasil. É proibido subir, mas não fomos vistos por nenhuma autoridade.






Quantos dias ficar na região

Nós somos adeptos do "slow travel" - gostamos de passar bastante tempo em cada lugar que conhecemos, explorando ao máximo tudo que tem para ser visto. Com base no material disponível na internet, antes de viajar calculamos por alto uns 8 dias de passeios, então nos programamos para ficar 11 dias, dando uma margem para qualquer problema. Erramos feio, pois a cada passeio que fazíamos ficávamos sabendo de outros lugares para visitar, e acabou que 11 dias foi muito pouco. Eu gostaria de ter ficado pelo menos mais uma semana em Balbina... Com 11 dias, não tivemos tempo nem de conhecer a própria hidrelétrica, kkkk. Mas, como sei que eu não sou parâmetro, recomendo que você fique, no mínimo:

2 dias com base em Figueiredo:

1. Gruta da Judéia e Caverna do Maroaga, Cachoeira das Orquídeas e Cachoeira Natal

2. Complexo Iracema Falls, Cachoeira do Santuário e Cachoeira da Porteira


3 dias com base em Balbina:

1. Cachoeira do Mutum, Cachoeira da Pedra Furada, Ponte de Balbina e Lago de Balbina

2. Cachoeira da Neblina e Bica do Cabeça

3. Cachoeira Sussuarana e Gruta do Batismo 


Com esse roteiro de 5 dias inteiros e bem aproveitados, já dá para cobrir os melhores atrativos da região. Tendo uma semana já melhora bastante, pois dá para fazer tudo com mais calma e incluir outros atrativos.



O nosso roteiro de 11 dias:

Embora tenhamos nos hospedado todas as noites em Balbina, passamos 5 dias conhecendo atrativos mais perto de Figueiredo e outros 5 dias naqueles mais próximos de Balbina.

14/10 - chegamos às 11h ao Aeroporto de Manaus e pegamos um Uber até um posto de gasolina na saída noroeste da cidade (estada 174). De lá, facilmente conseguimos uma carona até Presidente Figueiredo e posteriormente até Balbina, chegando à casa do nosso anfitrião no meio da tarde. Passeio por Balbina.

15/10 - Lado Figueiredo: Gruta da Judéia e Caverna do Maroaga / Cachoeira das Orquídeas / Cachoeira da Onça / passeio no centro de Figueiredo à noite

16/10 - Lado Balbina: Cachoeira Mutum / Cachoeira da Pedra Furada / Ponte de Balbina / Pôr do sol no Lago de Balbina

17/10 - Lado Balbina: Sítio Kabanas / Cachoeira da Neblina / caminhada em Balbina no fim da tarde

18/10 - Lado Balbina: Gruta do Batismo / Cachoeira Sussuarana / passeio de bicicleta por Balbina

19/10 - Lado Figueiredo: Lagoa Azul Park / Lagoa Azul do Maranhão / Corredeiras do Urubuí / passeio de bicicleta por Balbina

20/10 - Lado Figueiredo: Cachoeira da Porteira / Cachoeira do Santuário / Cachoeira Berro d'Água / Balneário Água Viva

21/10 - Lado Balbina: Salto do Ipy / Cachoeira do Índio / Lago de Balbina / Caminhada por Balbina

22/10 - Lado Balbina: Cachoeira do Paredão / Bica do Cabeça / pôr do sol na caixa d'água de Balbina

23/10 -  Lado Figueiredo: Iracema Falls

24/10 - Lado Figueiredo: Cachoeira Natal / ida para Manaus no fim da tarde




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