quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

As melhores praias da Turquia: um roteiro pelo litoral

Recentemente voltamos de uma viagem de 40 dias pela Turquia. Atravessamos o país de norte a sul e de leste a oeste, e uma das regiões que mais me impressionou foi o litoral do Mediterrâneo turco, na região da Lícia.

Já visitei praias do Mediterrâneo na Espanha, na Ilha de Mallorca, na Itália, na Eslovênia, na Croácia, em Montenegro e no Marrocos, e nenhuma delas se compara com algumas que vimos na Turquia. E o que é melhor: é muito mais barato viajar pelo litoral turco do que por qualquer desses outros países!

Kelebekler Vadisi, ou Butterfly Valley

Como estávamos viajando entre agosto e setembro, época de calor extremo na Turquia, decidimos passar nada menos que 2 semanas tomando banho de mar, e resumidamente este foi o nosso roteiro pela região da Lícia (clique neste link para ver o mapa maior e com mais detalhes):




27/8 - Pamukkale - Akyaka - Dalyan
28/8 - Dalyan (centro e Sultanyie Thermal Baths)
29/8 - Dalyan (passeio à Iztuzu Plaji)
30/8 - Dalyan - Oludeniz (praia principal)
31/8 - Oludeniz (passeio ao Kelebekler Vadisi)
1/9 - Oludeniz (passeio à Baía de Fethyie - 12 ilhas)
2/9 - Oludeniz (Kabak e Blue Lagoon) - Kalkan
3/9 - Kalkan (Saklikent Canyon e Patara Plaji)
4/9 - Kalkan - Kaputas Plaji - Kas (centro e praias da cidade)
5/9 - Kas (passeio à ilha grega de Kastellorizo/Meis)
6/9 - Kas (passeio à ilha de Kekova)
7/9 - Kas - Antalya (Lower Düden Falls e orla urbana)
8/9 - Antalya (passeio a Çirali e Olympos)
9/9 - Antalya (porto, centro e Upper Düden Falls)
10/9 - Antalya (passeio ao Koprulu Canyon e Lara Beach)
11/9 - Antalya (passeio à região do Koprulu Canyon)



Akyaka - 1/2 dia

Foi a primeira praia que visitamos. Nossa primeira impressão foi negativa, pois estava lotada e a cor do mar não era tão bonita. 





Mas, como bons exploradores, seguimos caminhando pelo calçadão, à direita de quem está de frente para o mar, e vimos uma escadinha que subia até o Akyaka Orman Kampi, uma área de camping no meio da floresta. Subimos e caminhamos por essa floresta até uma baía de praias privadas que pertencem a hotéis de luxo (para achar, coloque no mapa "Filika Butik Hotel"). Com bem menos gente e com aquela água verde cristalina que estávamos procurando, decidimos ficar por ali. Entramos nessa área tranquilamente, sem ninguém nos questionar, e passamos umas 2h aproveitando a praia.


O caminho pela floresta do camping


A área onde ficamos

Mas nem só de água salgada vive Akyaka - tão bonito quanto as praias é o rio Azmak, que corre pela cidade:








Dalyan e Iztuzu Plaji - 2 dias

Passamos 2 dias inteiros em Dalyan, uma cidade muito bonita cortada por um rio de água verde que corre entre paredões. 

Começamos o primeiro dia dando uma longa caminhada pela orla do rio:





Depois, fomos para Sultanyie Thermal Baths (entrada: 4 liras, menos de 2 reais), um conjunto de piscinas térmicas (umas fechadas, umas ao ar livre) com propriedades terapêuticas, na beira de um lago. Também há um tanque de lama onde você pode se banhar. Esse é um lugar perfeito para se visitar no inverno - nós pegamos 35°C lá e isso deixou a água quente menos prazerosa do que deveria ser - de qualquer forma, gostei muito de conhecer, ainda mais por esse preço!


Piscina coberta, água a mais de 40°C

A piscina na beira do lago

Banho de lama


No fim da tarde ainda fomos visitar Kaunos Antik Kenti, um sítio arqueológico com ruínas do povo que habitou a região milhares de anos atrás. O melhor desse passeio foi a nossa subida ao ponto mais alto, de onde pudemos enxergar Iztuzu, uma praia de areia que fica entre uma lagoa e o mar, e onde passaríamos o dia seguinte.






Iztuzu Plaji (ou, em ingles, Turtle Beach, mas nem todos na cidade a conhecem por esse nome) é uma praia extensa e não muito bonita - ela é famosa pelo fato de ser um dos maiores berçários de tartarugas do mundo, além de abrigar também outros animais. Toda a área da praia, das dunas e da vegetação costeira são parte de uma reserva natural. 

Partindo de Dalyan, você chega em Iztuzu de carro ou de barco. De carro, você vai para a ponta esquerda da praia (de frente para o mar), onde há um hospital de tartarugas e um pequeno museu (entrada gratuita a ambos). Mas o melhor mesmo é ir de barco: você parte do centro de Dalyan (a toda hora saem barcos - 10 liras só ida, 15 liras ida e volta), a viagem pelo rio é muito bonita, dura 1h e o desembarque é na ponta direita da praia. Se você for de barco, só poderá chegar ao hospital e ao museu caminhando, o que eu recomendo: é uma caminhada agradável pela beira da praia de cerca de uns 4km, com uma paisagem bem interessante. Nós fizemos isso - fomos para Iztuzu de manhã, caminhamos por toda a extensão da praia e voltamos para Dalyan com o último barco, às 19h.


Indo de barco de Dalyan para Iztuzu

Adriana foi chamada para conduzir o barco

Iztuzu Plaji, entre o mar e a lagoa





Oludeniz e arredores - 4 dias

A região de Oludeniz é simplesmente espetacular. Passamos 4 dias lá e foi muito difícil seguir o roteiro e ir embora!

No 1° dia chegamos no fim da manhã e ficamos só na "praia principal", onde tem o calçadão e onde pousam, ao longo do dia todo, os praticantes de paragliding (cuide para não ser atropelado por nenhum - eu fui!). É uma praia não muito extensa, cheia, badalada, mas vale pelo menos uma tarde inteira da sua viagem - e não perca o por do sol!








No 2° dia fizemos um passeio para o Kelebekler Vadisi, o vale das borboletas (ou Butterfly Valley, mas não garanto que você vai ser entendido se falar o nome em inglês). Até hoje, de todas as praias que conheci (na América do Sul, em Galápagos, no Caribe, na Europa, na África e na Ásia), esta é a mais bonita de todas. Nunca vi uma água tão verde!
 







Eu havia lido na internet que é possível chegar ao vale de carro, mas não é bem assim: indo de carro, você chega na verdade a um mirante, na beira da estrada, de onde se vê a praia lá embaixo. Porém, segundo vários relatos de pessoas locais, caminhar desse mirante até a praia é praticamente impossível, pois é uma descida muito íngreme pelos rochedos. Por isso, vá ao Kelebekler Vadisi de barco, partindo de Oludeniz - a viagem de ida e volta custa 30 liras, o primeiro barco sai às 11h e o último volta de lá às 17h. Você pode ir e voltar no mesmo dia ou passar a noite no vale (há um camping, mas se você montar sua barraca na praia é de graça). Nós fomos com o primeiro barco e voltamos com o último - e embora 6h possam parecer muito tempo para um lugar pequeno, foi na verdade o tempo ideal para aproveitar bem. Muita gente contrata tours de barco que saem de Fethyie (cidade vizinha a Oludeniz) e conhecem o Kelebekler rapidamente, como uma das paradas do passeio. Jamais faça isso - ele merece no mínimo umas 3h! 

Também recomendo que você pegue uma trilha e caminhe até uma pequena cachoeira que fica na parte mais alta do vale:




No nosso 3° dia em Oludeniz, fizemos o famoso passeio "12 islands", que parte do porto de Fethyie, dura o dia inteiro (das 10h30 às 18h30) e explora toda a baía. 

Contrate esse tour direto no porto de Fethyie - lá sai por menos da metade do preço que vão lhe cobrar nos intermediários que vendem em Oludeniz! Há dezenas de companhias que fazem o mesmo tour e ficam lá no porto com suas barraquinhas vendendo os passeios. Você pode ir até o porto na noite anterior (como nós fizemos, e aproveitamos também para passear no centro da cidade), ou contrate de manhã mesmo, um pouco antes de os barcos saírem. Barganhando, conseguimos o preço de 45 liras por pessoa, com almoço (bem ruim) incluído.

Confesso que os lugares visitados não foram tão bonitos quanto eu imaginava, mas uma coisa valeu pelo passeio inteiro: ao longo do trajeto de barco eu vi peixes voadores (Exocoetidaepela primeira vez. Claro que foi impossível fotografá-los, mas a cena ficou na memória e é inesquecível!

Fotos do tour 12 islands, na baía de Fethyie:











No 4° e último dia, fomos de manhã a Kabak, uma praia 20km ao sul de Oludeniz. Não é permitido descer de carro até a praia - você deixa ele num estacionamento e pega um ônibus para descer e depois para subir (6 liras o trecho). Se você quiser, também pode ir e voltar caminhando - nós descemos a pé (e valeu a pena pela vista) e subimos de ônibus.


O caminho para Kabak


Da beira da praia, nós fomos para a esquerda (de frente para o mar) e subimos nos rochedos por uma trilha - andamos por mais ou menos 1km e depois voltamos pelo mesmo caminho.






À tarde, voltamos para Oludeniz e fomos conhecer a Blue Lagoon, uma pequena península onde a água fica ainda mais cristalina. É na verdade uma continuação da praia principal de Oludeniz - porém, para acessá-la, é preciso comprar um ingresso de 7 lirasA Blue Lagoon é de fato espetacular - pena que é o cartão-postal da região, a principal atração de Oludeniz, e por isso fica sempre lotada. Reserve de 2 a 3h para conhecer bem a península e aproveitar o banho no mar mais cristalino que eu já vi - parece uma piscina de clube:







O que ficou faltando fazer em Oludeniz: saltar de paragliding (ou parapente). Custava caro (350 liras), mas para esse esporte acredito que até seja barato. Quanto à vista lá de cima, não deve ter melhor no mundo. Ficou para a próxima!



Saklikent Canyon - 1/2 dia

Com base em Kalkan (cidade que só usamos para dormir mesmo, pois nem tivemos tempo de conhecer), em 1 dia inteiro visitamos 2 lugares. 

De manhã, fomos para o Saklikent Canyon, que você também pode conhecer num bate-volta desde Oludeniz. Trata-se de um rio de água cristalina e extremamente gelada que corre pelo meio de enormes paredões, formando um canyon. É espetacular e absolutamente imperdível. A entrada custa 7 liras.

Se você não tem um sapato estilo "crocs", alugue um no restaurante perto da entrada (5 liras). Não tem como conhecer o canyon sem um crocs - você não vai conseguir caminhar descalço nem com chinelo normal, e ir de tênis também não acho uma boa ideia. A trilha é toda por dentro d'água, e há momentos em que você pode ficar molhado até a cintura (deixe o celular dentro de uma mochila, bem protegido, e use roupa de banho). É um caminho relativamente difícil, muito escorregadio, e por isso não recomendado para quem tem qualquer problema ou idade avançada.

O canyon tem 18km de extensão. Porém, os turistas conseguem fazer no máximo 3km ida + 3km volta, pelo mesmo caminho. Na verdade, se você tem muita habilidade, pode continuar após esses 3km - mas pra isso, terá que subir um rochedo com uma pequena cachoeira, se segurando numa corda. Eu tentei, só por desencargo de consciência, mas claro que não passei na prova de escalada, e de lá iniciamos o nosso retorno. Pouca gente, inclusive, consegue chegar até esse ponto - a grande maioria dá meia-volta ainda antes.

Vendo as fotos que tiramos do Saklikent, concluí que elas não conseguem retratar exatamente o que é esse lugar. Ao vivo é muito, infinitamente mais bonito do que mostram as imagens:






O fim da linha - para continuar, é preciso subir por essa corda

Nos arredores do parque onde fica o canyon, você pode fazer rafting - mas não me parece muito bom, pois o rio é raso e sem correnteza nenhuma. De qualquer forma, vale uma caminhada rápida pelo leito do rio, onde há alguns restaurantes com mesas sobre a água.






Patara Plaji - 1/2 dia

À tarde, fomos de Saklikent para Patara, a praia mais extensa da Turquia. É uma praia como as nossas, do RS: longa, com areia bem fina e um mar mais escuro e cheio de ondas. Demos uma boa caminhada por lá e assistimos ao pôr do sol.







Kaputas Plaji - 1h

Considerada por muitos a praia mais bonita da Turquia - mas, para mim, fica atrás de Oludeniz e do Kelebekler Vadisi. É ideal conhecê-la no caminho entre Kalkan e Kas - dá para parar o carro na estrada (tem onde estacionar) e descer a escadaria até a beira do mar. É uma praia bem curta e com ondas que não parecem fortes, mas são - acabei sendo arrastado pelas pedras. A não ser que você goste de passar o dia torrando no sol, 1h é tempo suficiente para conhecer a praia, tirar muitas fotos e aproveitar o mar.







Kas e passeios de barco - 3 dias

Uma cidade que me surpreendeu demais. Kas é bonita, moderna, cheia de praias atrativas e muito fotogênica. 

Assim como nós fizemos, recomendo que você reserve um dia inteiro (ou quase isso) só para conhecer a cidade, sem fazer nenhum passeio:












A península de Kas é uma parte da cidade onde ficam os mais luxuosos hotéis da região, e é o ponto ideal para assistir ao pôr do sol. Em uma noite nós assistimos do hotel Peninsula Gardens e na outra do hotel Meis, e um foi mais bonito que o outro. Nos 2 dias, simplesmente entramos nos hotéis e sentamos na beira do mar - ambos estavam bem vazios e ninguém nos tirou de lá.





Partindo do porto de Kas, nos 2 dias seguintes fizemos 2 passeios de barco. 

O primeiro foi para uma ilha que fica próxima à costa turca mas pertence à Grécia - em grego o nome é Kastellorizo, em turco Meis. É caríssimo fazer um passeio para essa ilha - nós só fomos porque tínhamos visto fotos da Blue Cave, uma caverna no meio do mar com uma água azul brilhante, iluminada apenas por uma pequena fresta, e se eu saísse de lá sem conhecer ia ficar remoendo isso todos os dias. 

O passeio a Kastellorizo é feito por 2 companhias, e pode ser reservado nos seus respectivos escritórios, no centro de Kas, perto do porto (pergunte a qualquer pessoa onde ficam). O preço padrão é 25 euros por pessoa (barganhando conseguimos 45 para nós 2). Eu achei o preço um absurdo pois ele não inclui nada a não ser o transporte de barco de ida e volta - e são apenas 9km cada trecho, não dá nem 20min! Não tem almoço, não tem guia, informações, nada - você na verdade não compra o passeio, compra só o transporte até a ilha, num barco que não tem nada de mais. 

Na hora de reservar o passeio (no dia anterior ou no mesmo dia, no mínimo 1h antes do barco sair), lembre-se de levar o seu passaporte.

Nas 2 companhias, o horário dos barcos é o mesmo - saem de Kas às 10h e retornam às 16h. Há também um barco que sai à noite - se você quer ficar mais tempo na ilha, pode sair de manhã com o barco das 10h e retornar no das 23h (mas para isso tem que pagar mais 5 euros, não sei por quê). Nós fomos às 10h e voltamos às 16h - foi tempo suficiente, mas porque nós fizemos tudo muito rápido, sem enrolação e não paramos para almoçar (levamos sanduíches da Turquia, muito mais baratos).

Em Kastellorizo, você pode dar uma boa caminhada por toda a orla, pelas ruelas do interior da ilha, e também pode subir até o castelo, o ponto mais alto, de onde se tem uma vista espetacular.
















Mas o imperdível mesmo, como eu suspeitava, é a Blue Cave, certamente um dos lugares mais incríveis que eu já visitei. No porto de Kastellorizo, você contrata um piloto de lancha que te leva até a caverna (não, a Blue Cave não está incluída nos 25 euros!). Esse tour custa no máximo 10 euros por pessoa - como estávamos em um grupo de 5 (nós e uma família de brasileiros que encontramos por lá), negociamos e fechamos a lancha por 40 euros, 8 por pessoa). O passeio não tem hora pra acontecer - basta você fechar o negócio com algum dos muitos agenciadores que ficam no porto, e a lancha sai imediatamente. 

Para chegar até a Blue Cave, leva-se uns 25min numa lancha rápida. A entrada da caverna é tão baixa que todos precisam deitar dentro do barco, para não bater a cabeça - em dias de maré alta, só se pode chegar lá mergulhando. Uma coisa que infelizmente me decepcionou, e muito, foi o tempo que passamos dentro da caverna: não foram nem 10min, e isso que demoramos bastante. Por mim eu passava 1h lá dentro, mas parece que tem uma regra que cada grupo de turistas só pode ficar esse tempo.


Indo de lancha para a Blue Cave


A entrada da caverna




Na volta do passeio, há uma parada na ilha de Saint George, bem próxima ao porto. Nessa ilha, o tempo é livre - a lancha volta para Kastellorizo e os passageiros mandam uma mensagem para o piloto quando querem voltar à cidade (ou deixam um horário pré-agendad0), e ele vai buscar. Nós passamos cerca de 1h nessa ilha.








O outro passeio que fizemos em Kas, no dia seguinte, foi para Kekova Island. Custou 70 liras (também barganhando bastante, o preço normal é de 80 a 90), com almoço incluído. O tour durou o dia inteiro e, mais uma vez, valeu a pena mais para ver peixes voadores do que para ver as atrações programadas. 

Primeiro, há uma longa parada no vilarejo de Kaleköy, onde há um castelo e nada mais. 







O ponto alto é a passagem do barco pela cidade submersa de Simena, mas como não há explicações em inglês (eles só falam inglês na hora de vender) a gente não sabe muito bem o que está vendo. Nós só percebemos que estávamos passando por alguma coisa importante quando notamos uma movimentação no barco, pois todo mundo estava indo para o outro lado (oposto ao que estávamos) para ver as ruínas submersas da cidade. Eles não são capazes nem de avisar em inglês para olharmos para o lado - se não é pra entender o que foi Simena, que pelo menos nos ajudassem a ver!






Depois, ainda fizemos mais uma parada, em um ponto de mergulho:




Mas a grande emoção do passeio ficou para o final - pegamos uma forte ventania em alto mar, o que fez com que o barco balançasse demais e jorrasse água de todos os lados para cima de nós. Pior que não tínhamos nem como levantar, pois não conseguiríamos parar de pé - era um festival de gente caindo e passando mal. Tivemos que navegar muito lentamente, e a nossa chegada de volta a Kas acabou atrasando em 2h.


Chegando em Kas - perdemos o terceiro pôr do sol na península, mas ganhamos este





Olympos e Çirali - 1 dia

Nós visitamos esses 2 lugares em um bate-volta desde Antalya (a 1h30 de distância), a maior cidade da região. Mas recomendo que você os conheça no caminho entre Kas e Antalya. Nossa ideia inicial era sair de Kas, dormir em Olympos ou Çirali e partir no dia seguinte para Antalya - mas, como não achamos hospedagem barata nem um anfitrião do Couchsurfing nessas praias, achamos mais fácil fazer um bate-volta desde Antalya (o que se revelou uma escolha muio feliz, pois nossos anfitriões acabaram nos levando de carro para lá!).

A praia em si é a mesma, em Olympos e Çirali - uma é a continuação da outra. É uma praia muito bonita, cercada de montanhas, porém pegamos um dia meio nublado e a água não estava tão azul.




Olympos Antik Kenti é um sítio arqueológico que fica logo atrás da praia de Olympos. Todos falam muito desse lugar na Turquia, porém eu confesso que não achei nada de mais. A entrada é gratuita e numa caminhada de 1h você consegue ver tudo.





Já a atração de Çirali se chama Yanartas (ou Chimaera) e é mais interessante: uma montanha de onde brota fogo eterno, um fogo que nunca se apaga. A origem desse fogo é metano abiótico (mas não entendo nada desse assunto, não faço a mínima ideia do que estou falando). Para chegar à área de 5km² onde estão as chamas, você precisa fazer uma trilha de pouco mais de 1km de subida (30min). No começo da trilha você tem que pagar uma entrada de 7 liras. O ideal é subir no fim da tarde e esperar o anoitecer lá em cima, depois descer.








Antalya e arredores - 4 dias

Uma grande metrópole na costa do Mediterrâneo. O centro da cidade e o porto não são nada de mais e podem ser conhecidos em 1h:







As melhores atrações de Antalya ficam por conta das 2 famosas cachoeiras do rio Düden: Upper e Lower Düden Falls. Para localizar esses 2 pontos no Maps, digite "Habibler Mahallesi, Duden Waterfalls, Kepez/Antália, Turquia" (Upper) e "Çağlayan Mahallesi, Düden Waterfalls, Lara Caddesi, Muratpaşa/Antália, Turquia" (Lower).

Para visitar as Upper Düden Falls, que ficam dentro de um parque fechado a 10km do centro, você precisa pagar uma entrada de 10 liras. O parque é grande e tem passarelas por onde os turistas podem caminhar para admirar as cachoeiras, o rio e até cavernas. Nós passamos cerca de 2h lá e a visita valeu muito a pena!





Fora do parque, mas perto dele, também recomendo conhecer o restaurante Degirmen, que fica na beira do rio. Nós não consumimos nada e mesmo assim os atendentes foram muito simpáticos e nos deixaram entrar lá só para conhecer e tirar fotos. 




Lower Düden Falls é uma cascata ainda mais espetacular, uma das mais interessantes que eu já conheci. É uma das poucas quedas do mundo que deságuam direto no mar - e isso no meio de uma cidade imensa, com cerca de 5 milhões de habitantes (segundo o Google são pouco mais de 2 milhões, mas segundo os locais são 5), formando um contraste único. Também fica dentro de um parque, mas esse tem entrada gratuita. Não é preciso fazer nenhuma trilha para acessar a área da cachoeira.



Entre Lower Düden Falls e o centro há 9km de orla (penhasco), e nesse trajeto também há outras quedas menores que deságuam no mar.







A principal praia de Antalya é Lara Beach, uma área repleta de resorts - mas a parte da beira-mar é aberta a todos, hóspedes ou não: 






Perto de Antalya (a 1h30) está a área do Koprulu Canyon, também chamado de Tazi Canyon. Nós passamos 2 dias explorando essa região, em 2 bate-voltas desde Antalya (também porque não encontramos acomodação barata perto do canyon).

No primeiro dia fomos por conta própria, e conhecemos o canyon em si - fizemos uma pequena trilha pelos rochedos em volta e tomamos banho no rio de água congelante.


A estrada para o canyon






No segundo dia fizemos uma excursão, pois o nosso anfitrião trabalhava para a agência e nos enviou de graça, como "mystery clients" - espiões que fazem o passeio disfarçados de turistas, mas que estão lá na verdade para avaliar o serviço respondendo a uma pesquisa depois. 

De modo geral, não recomendo esse tour (tivemos vários problemas), mas acredito que alguns dos lugares que visitamos você não teria condições de conhecer por conta própria, pois são estradas muito ruins e sem um caminho definido, então só dá pra chegar com um motorista experiente e um 4x4).

Começamos indo ao Hidden Canyon (não sei o nome em turco): 





Depois, subimos até um mirante de onde tivemos uma vista fantástica dos Montes Taurus:





O passeio estava indo muito bem, até que chegamos na beira do rio - como de costume, depois de 2 semanas perfeitas, tínhamos que preencher nossa cota de perrengue. Primeiro, o motorista atravessa o rio várias vezes com o 4x4 a toda velocidade, fazendo com que a água (extremamente gelada) voe direto na nossa cara e molhe também todos os nossos pertences. O guia acha o máximo e os outros turistas aparentemente também. Numa dessas travessias, a Adriana bateu a cabeça no carro e ficou com dor no pescoço por 3 dias.

Mas nós não sabíamos que o auge da desgraça ainda estava por vir: o rafting. Esse foi certamente o pior passeio que eu já fiz na minha vida, só teria sido pior se tivéssemos pagado. É um rafting em um rio raso e quase sem correnteza - então, para compensar essa falta de adrenalina, o guia e o condutor do bote passam o tempo TODO (literalmente, é 100% do tempo) jogando a água congelada do rio na nossa cara e se matando de rir. O resultado é que a gente faz o passeio todo (1h30) tremendo de frio e de raiva. E quem reclama ainda é visto como mal-humorado. Nas paradas do bote, muito cuidado: a maior diversão do guia é puxar a gente pra dentro d'água com toda a força e nenhuma didática, fazendo com que os remos fiquem voando no bote e batam na cara dos outros. No final do passeio, pra fechar com chave de ouro, o guia ainda passa pedindo (mendigando) gorjeta para os passageiros! Enfim, esse rafting no Koprulu é um show de amadorismo e imbecilidade - mantenha distância!







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E este foi o nosso roteiro pela Lícia, no litoral da Turquia. 

Veja também outros posts sobre essa viagem:

Roteiro de 98 dias - Turquia, Geórgia, Rússia, Armênia e Bulgária

Geórgia - dicas gerais e roteiro de 1 mês

Roteiro de 2 semanas por Svaneti, na Geórgia


16 atrações da Armênia


E se você gosta muito das praias do Mediterrâneo, dê uma olhada nesses posts:

Roteiro de 8 dias pela Ilha de Mallorca

Tudo sobre a Ilha de Mallorca

Roteiro de 4 dias pela Costa Brava - Espanha



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