quarta-feira, 3 de março de 2021

O que NÃO fazer em Manaus: Safári Amazônico


Em outubro do ano passado estivemos em Manaus, numa viagem de 15 dias pelo Amazonas que também contemplou a região de Presidente Figueiredo.

Quando estávamos organizando nosso roteiro por Manaus, mandamos e-mails para algumas agências para ver se conseguíamos cortesia em alguns passeios, em troca de publicidade no blog, e uma delas nos ofereceu o famoso Safári Amazônico

Esse é o principal passeio turístico da cidade, feito por muita gente todos os dias. Ele custa cerca de R$200 por pessoa, dura o dia inteiro e parte do Hotel Tropical, na Ponta Negra.

Com um nome desses, "Safári Amazônico", nos parecia uma oferta irrecusável - sempre gosto muito de ver animais, em todos os lugares para onde viajamos. Acontece que, na prática, fomos descobrir que esse passeio EM NADA lembra um safári, pois não se vê absolutamente nenhuma espécie em seu hábitat natural. O passeio foi uma decepção total - raramente eu acho que algum dia numa viagem foi 100% perdido, mas esse eu considero que foi. Não valeu a pena nem sendo de graça!

O Safári Amazônico, na verdade, contempla a visita a uma aldeia indígena, o nado com botos cor-de-rosa, almoço num restaurante flutuante, a pesca esportiva do pirarucu e o encontro das águas. 


A visita à aldeia indígena é super artificial, uma encenação que só agrada aos turistas que não gostam muito de pensar. No começo sentamos todos em roda, daí os índios fazem uma dança típica e depois convidam a gente para dançar junto. Falam algumas palavras do idioma deles, fazem pintura na cara dos visitantes e vendem artesanato. Também "emprestam" seus animais para que os turistas tirem fotos com eles - uma cobra domesticada e uma preguiça que fica sempre amarrada. Tudo super ecológico e autêntico!!! E pensar que muita gente deve sair de lá achando o máximo ter conhecido uma tribo amazônica de verdade, kkkk.



O nado com botos cor-de-rosa não está incluído no passeio, e um ingresso de R$20 precisa ser comprado à parte. As agências defendem que essa é uma atividade inofensiva aos animais, pois eles estão livres no rio e vêm ao encontro dos turistas por vontade própria. Acontece que, para atraí-los, os guias usam peixes, e na luta pelo alimento os botos acabam se machucando - tanto que estão cheios de cicatrizes. O contato da pele deles com a dos humanos também pode trazer malefícios para ambos. E ainda tem o fato de os botos receberem comida diariamente e assim ficarem desacostumados a caçar - agora com a fase mais grave da pandemia e o cancelamento dos passeios, será que alguém foi lá alimentar os botos?



Também não achei a menor graça na pesca esportiva do pirarucu, ainda mais que ela não é feita diretamente no rio, e sim em pequenos tanques dentro de casas de madeira flutuantes. Machucam toda a boca do peixe para depois devolvê-lo à água, só para ver a força que o bicho faz quando morde a isca. Há quem se divirta com isso!

A pescaria também não está incluída no valor do passeio, tendo um custo adicional de R$5 ou R$10 (não lembro exatamente e também não achei essa informação na internet). Quem não paga esse valor não tem nem acesso aos tanques, e fica esperando o grupo na entrada da casa.

Casas flutuantes onde ficam os tanques


O encontro dos rios Negro e Solimões é a única parte mais interessante do passeio, apesar de eu também não considerar algo imperdível em Manaus. Além do mais, você pode contratar um barco no Porto da Ceasa para lhe levar até o encontro, e o passeio custa mais ou menos R$20 (enquanto o Safári Amazônico custa R$200).





Por todos esses motivos, nós não recomendamos que você faça o passeio Safári Amazônico em Manaus! 

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Leia também o post sobre Presidente Figueiredo, uma região espetacular do Amazonas, clicando aqui.

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