sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Estância Túnel e city-tour por Ushuaia

No último post, contei sobre a manhã regada de neve que passamos no Glaciar Le Martial, uma das atrações mais famosas de Ushuaia

Assim que saímos de lá, depois do almoço, rumamos para a Estância Túnel, no leste da cidade. De carro, levamos cerca de 25min para ir do Glaciar até a Estância, num caminho muito bonito que costeia o Canal de Beagle.




Chegando lá, nossos amigos nos explicaram que o lugar é ideal para um piquenique no verão - exceto quando está frio demais, como era o caso! Não é um ponto exatamente turístico, sendo mais procurado pelos próprios habitantes de Ushuaia, quando querem fazer um passeio ao ar livre ou sair da rotina. A paisagem em si não tem nada demais - é apenas um recanto sossegado para relaxar e curtir a natureza. Foi lá que conhecemos e provamos a famosa fruta chamada Calafate, que originou o nome da cidade de El Calafate.



Fonte: http://www.portalantioxidantes.com/berries-nativos-son-superfrutas-por-su-alto-valor-orac-y-contenido-polifenolico/


Depois de uns 30min, saímos da Estância Túnel e rumamos para Playa Larga, de onde tivemos uma bela vista do mar sustentando as montanhas nevadas.




Em seguida, nosso casal de amigos nos levou para um city-tour de carro por zonas residenciais da cidade, o que foi muito, muito legal! 




Passamos por casarões imponentes, nos bairros mais nobres, cujos proprietários escapam do inverno rigoroso viajando para outros países. Conhecemos também as casas de quem não tem condições de fazer isso, moradores das vilas menos favorecidas de Ushuaia. E por fim fomos a um ponto mais alto, no oeste, onde tivemos a bela surpresa de ver um arco-íris em toda a sua força.






É uma pena que estivesse chovendo levemente e que a minha câmera não fosse das melhores. Caso contrário, as fotos teriam ficado sensacionais! 




Conhecer um lugar de carro, de graça e acompanhado de moradores - o que pode ser melhor que isso?? 

Para fechar com chave de ouro esse dia ótimo, um jantar na casa dos nossos amigos. Eles moravam (não estão mais em Ushuaia) em um bairro planejado, numa casa que para mim é um verdadeiro ideal de moradia. Lugar pacato, sem nada de barulho, com muita grama, vizinhos conhecidos, sem cercas, muros ou qualquer outro tipo de delimitação de terreno. A separação do espaço é ditada apenas pelo bom-senso e pelo respeito - coisa que infelizmente o Brasil ainda está longe de conquistar.




Agradecemos muito aos nossos amigos, que nos proporcionaram esse dia tão agradável. Se não fosse por eles, com certeza não teríamos aproveitado tanto e não teríamos conhecido nem a metade dos lugares por onde passamos!

E a generosidade não para por aí - eles ainda nos convidaram para um passeio de um dia inteiro pelo Parque Nacional Tierra del Fuego, o que seria feito dali a 3 dias, em 20/02. Realmente tenho muito a agradecer a essas pessoas que, mesmo não me conhecendo, fizeram todo o possível para tornar minha viagem inesquecível (e conseguiram!). Espero um dia poder retribuir tanta atenção e hospitalidade!





 

No próximo post, um dos lugares mais incríveis (e gelados) que eu já conheci - a Isla Pinguinera. Continue de olho no blog!













quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Frio e neve no Glaciar Le Martial



O nosso segundo dia em Ushuaia, 17/2, estava reservado para a excursão de barco pelo Canal de Beagle, com destino à Isla H (Hache, H em espanhol). Estávamos muito ansiosos por esse passeio, já que teríamos a oportunidade de conhecer paisagens remotas e selvagens numa ilha pequena e cujos únicos habitantes são animais.


Porém, quando saímos do Hotel Antartida já estávamos prevendo o pior. Embora não estivesse chovendo, ventava muito – e quando chegamos até a barraquinha da empresa Tres Marias a expressão da dona já revelava tudo. O passeio teria de ser remarcado em função do mau tempo, e como o dia seguinte (18/2) já estava reservado para a Isla Pinguinera, nos restou agendar a excursão da Isla H para o dia 19/2.


Voltamos ao hotel para decidir como aproveitar o nosso dia. Pelo menos não estava chovendo, e poderíamos conhecer algum dos mais famosos atrativos de Ushuaia (Glaciar Le Martial, Parque Nacional Tierra del Fuego ou Laguna Esmeralda). Na dúvida sobre como chegar até esses pontos, meu amigo telefonou, do hotel, para uma ex-professora dele – que estava morando justamente lá, na última cidade da Argentina.


Mais do que nos dar informações, ela e seu marido foram de uma generosidade incrível quando se ofereceram para passar o dia conosco, nos levando de carro para conhecer o que fosse possível. Muito agradecidos, agarramos a oportunidade e lá fomos nós!


De manhã, o Glaciar Le Martial foi a nossa pedida – distante apenas 10min do centro da cidade, é um dos pontos mais procurados de Ushuaia.




No inverno, o Glaciar funciona como estação de esqui; no verão, é próprio para caminhadas. Munidos dessa informação, que parece ser o lema da Patagônia, pensávamos que encontraríamos uma montanha verde com um lago, a exemplo do que vínhamos vendo ao longo da viagem. E foi aí que constatamos, de fato, o quanto estávamos despreparados para a Terra do Fogo - lá é neve sempre, inverno e verão!

Menosprezando o clima, acabei chegando lá sem nenhum equipamento (roupa quente e impermeável, bota impermeável, luvas, etc). Para a minha sorte, o casal de amigos tinha uma bota e um casaco para me emprestar – e foi só graças a isso que eu pude aproveitar o dia. Do contrário, uma decisão sensata seria dar as costas e procurar outra coisa para fazer!





O casal ficou na base nos esperando, enquanto eu e meu amigo começamos nossa aventura pegando o teleférico que leva até a metade da montanha. Tudo o que víamos no chão era neve, neve, muita neve! Na metade do trajeto de teleférico começou a nevar forte, e quando chegamos lá em cima sentimos MUITO frio nas mãos – não aconselho ninguém a ir ao Glaciar Le Martial sem luvas!!

A trilha que leva efetivamente ao Glaciar, partindo da estação final do teleférico, demora cerca de 30min. Porém, como estava nevando demais e nossas botas afundavam na neve espessa, acabou demorando muito mais. 





Logo no começo da caminhada, passamos por uma tempestade de neve que eu nunca tinha visto igual! Um vento muito forte soprava, e não conseguíamos enxergar absolutamente nada em volta. Tínhamos de ficar abaixados para que não fôssemos lançados montanha abaixo pelas rajadas! Na hora foi assustador, mas é sempre bom ter uma história para contar na volta!


Depois da tempestade meu amigo desistiu de chegar até o Glaciar, e eu segui sozinho pelo resto da trilha. Como já era previsto, do glaciar eu não vi foi nada – tudo estava coberto por neve. Só consegui tirar fotos das placas e de um pequeno lago congelado. 








Apesar disso não me arrependo de ter ido até lá, pois foi a maior experiência com neve que eu já tive – e acho que vai demorar até eu passar por isso outra vez! Quando estava voltando, vi que havia cones e placas proibindo turistas de avançar no sentido contrário. Concluí que eu fui o último que fez a trilha, antes de ela ser fechada devido à forte nevasca.


Encontrei meu amigo novamente, na estação do teleférico, e decidimos descer a montanha caminhando, para aproveitar ainda mais o local. O único problema realmente foi o frio nas mãos, que era de fato insuportável – eu cheguei a perder completamente o tato por algum tempo! Mesmo assim valeu a pena ter ignorado o conforto e a rapidez do teleférico, pois pela trilha passamos por paisagens incríveis, cruzando pontes de madeira no meio de cachoeiras semi-congeladas.






Meia hora depois, estávamos de novo lá na base (onde já não nevava tanto) e almoçamos um cachorro-quente no restaurante do Glaciar. Foi só então que eu pude reanimar meus dedos, ficando um tempão na frente da lareira.


Se você vai para a Patagônia procurando muito frio e muita neve, não há nada melhor que o Glaciar Le Martial!





No próximo post, um rápido resumo do nosso city-tour em Ushuaia e do passeio à Estância Túnel, que fizemos de carro com nosso casal de amigos. Não percam!




quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Uma tarde no museu




Depois de 20 dias perambulando pela Patagônia sem chuva, eis que ela resolveu aparecer e atrapalhar, pela primeira vez, nossa rotina de passeios. Sem chance de uma programação mais interessante, acabei cedendo à vontade do meu amigo e fomos conhecer o tão famoso Museu Do Presídio de Ushuaia




Se fosse um museu de arte, certamente eu não pagaria para ver! Eu posso ficar horas olhando para obras tão admiradas – pinturas, esculturas ou seja o que for – e não sou capaz de achar a menor graça em nada. Reconheço trabalhos bem feitos, é claro, mas também sei que grande parte dessa minha pequena aversão a museus se deve à banalização do conceito de “arte”. Hoje em dia, ninguém mais precisa de talento para ser pintor, escultor, ceramista - esse mercado foi amplamente aberto para todos, o que traz como consequência a perda de conteúdo. A verdadeira arte fica escondida quando começam a ser expostos quadros em branco, quando rabiscos em uma tela são comprados por milhões ou quando a importância de uma obra não deriva dela mesma, e sim do seu autor. Qualquer coisa que certo alguém famoso fez é boa – e qualquer coisa de melhor qualidade, se foi feita por um desconhecido, não tem valor.

Mas voltando ao assunto (desculpem o desabafo!), como o Museu do Presídio é uma exposição de objetos e cenários, com cartazes que contam a história de um povo, etc, etc, até achei que, considerando a chuva, talvez merecesse uma breve espiada. Chegamos lá no meio da tarde e descobrimos que na verdade o local é um complexo de 4 museus – o Museu do Presídio (o principal e mais procurado), o Museu Marítimo (com exposição de objetos usados pelos marinheiros da região e relatos de navegações), o Museu Antártico (com animais empalhados, fotografias do continente gelado, etc) e o Museu de Arte Marinha (dedicado a pinturas sobre tudo o que envolve o mar). Compramos o ingresso de 90 pesos (em torno de R$ 25) que dava direito de acesso aos 4 museus, todos localizados num mesmo prédio.

Estes mapas foram retirados do site oficial do complexo - www.museomaritimo.com
 





Começamos nossa visita pelo próprio Museu do Presídio, onde tivemos a experiência de conhecer e visitar o local exato onde antigamente funcionava uma penitenciária de segurança máxima, localizada no extremo sul do país justamente para dificultar as fugas dos prisioneiros. Era para lá que iam alguns dos bandidos mais perigosos da época, que ficavam encarcerados nas celas e caminhavam pelos corredores que, hoje em dia, são tomados de turistas com suas câmeras. 




O Presídio funcionou até 1947, quando foi desativado após uma ordem do governo, sendo poucos anos depois as instalações cedidas ao Ministério da Marinha.

A parte que eu mais gostei foi a classificação dos criminosos - se eu fosse um "ladrão fino", também não ia querer me misturar com os "rateiros"!



Para entrar no clima dos detentos, voltamos a cometer algumas infrações leves:







Depois, seguimos rapidamente para conhecer os outros museus. De longe, o que mais me interessou foi o Antártico, que recria paisagens com animais empalhados e traz quadros explicativos com dados do continente. Um dia ainda quero ir à Antártida, só estou esperando baixar o preço dos cruzeiros até lá (que custam, saindo de Ushuaia, cerca de R$ 10.000 os mais baratos)! Pelos museus Marítimo e de Arte Marinha só passamos rapidamente, pois não havia nada lá que nos chamasse muito a atenção.

Depois de todo esse meu sacrifício conhecendo 4 museus, paramos na lanchonete do complexo, que fica no térreo, exatamente no centro do prédio. Pedi uma torrada (misto quente) simples, e para a minha surpresa vieram 4 torradas grandes! Perguntei se tinha a ver com o fato de serem 4 museus, mas a senhora que atendia disse que em Ushuaia aquela é uma porção de tamanho normal para uma pessoa. Ok então!

Saímos do museu pelas 6h da tarde, cerca de 2h após a nossa entrada. Sinceramente, para ficar mais tempo que isso (contando a pausa para o lanche) a pessoa realmente tem que gostar de arte e história. Se você é um mero turista leigo, como eu, recomendo que:


(1) se estiver chovendo, vá ao museu e fique essas 2h no máximo;
(2) se não estiver chovendo e você tiver muitos dias na cidade (mais de uma semana), vá ao museu e fique as 2h;
(3) se não estiver chovendo e você tiver menos de uma semana em Ushuaia, não vá ao museu!

Claro que o gosto para passeios varia de pessoa para pessoa, e eu, por natureza, gosto de ficar ao ar livre o mais tempo possível – principalmente numa viagem! Viajei a Ushuaia para ficar na rua, para ver pinguins, visitar ilhas remotas, conhecer glaciares, lagos e florestas. O museu não passou de um plano B!


 


No próximo post, fique sabendo onde realmente fica o fim do mundo!



 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Primeiro dia em Ushuaia

No último post contei sobre a triste viagem de ônibus que fizemos entre El Calafate e Ushuaia, e do nosso arrependimento em não ter ido de avião.

Quando chegamos ao nosso destino, pelas 9h da noite, sentimos um frio que nos deu ânimo, depois de tantas horas de monotonia. Se em El Chaltén e El Calafate tínhamos pegado uns 10ºC de temperatura, sem dúvida agora estava abaixo de zero - o que eu acho ótimo!

Antes mesmo do início da nossa grande viagem pela Patagônia, já tínhamos reservado 4 noites de hospedagem em Ushuaia, no Hotel Mustapic - para os dias 18, 19, 20 e 21/2. Afinal, essa era a última cidade que visitaríamos, e pelo menos 4 noites queríamos passar lá - a ideia era ficar mais, mas, como eu já venho falando há muito tempo, flexibilidade é indispensável numa viagem pelo sul da Argentina. Como tivemos uma sorte absurda com o tempo (até então NENHUM dia de chuva), conseguimos aproveitar muito bem os nossos dias e chegar em Ushuaia em 15/02, antes do previsto. Quando percebemos que precisaríamos de mais 3 diárias no hotel, tentamos reservar pela internet e infelizmente já não tinha mais vagas! O jeito foi encontrar outro lugar para ficar essas 3 primeiras noites e, depois, ir de mudança com as malas para o Hotel Mustapic.

Esse outro hotel que reservamos foi o Antartida Argentina (não confunda com o Hostel Antartica), cuja diária do quarto duplo custou pouco mais de R$ 100. O dono e recepcionista é um japonês MUITO engraçado, daqueles que só de existir já estão contribuindo com o humor. Mesmo sorrindo de orelha a orelha, ele exigiu pagamento antecipado - coisa que até então não tinha nos acontecido na viagem. Depois, fez toda uma propaganda do hotel e prometeu que o nosso quarto teria vista para o mar. Quando subimos para ver a tal vista, lembramos na hora da pegadinha de El Chaltén, com a "janela" da pousada La Guanaca (relembre neste link). O máximo que se enxergava era um fio minúsculo de água no horizonte, entre vários outros prédios - e ainda tínhamos que nos debruçar na janela para ver!

Além disso, o quarto estava sujo! Eu nem sou de dar bola para isso, mas dessa vez achei exagerado - uma mancha marrom, de tamanho médio e aparência suspeita, bem no meio do chão do banheiro! É uma pena que eu perdi as fotos da sujeira e da vista, mas acredito que uma delas não seria tão agradável postar aqui. 

Também só para constar, as camas são horríveis - o colchão é fino e as molas embaixo incomodam demais!

A última peculiaridade do hotel é que na fachada está escrito bem grande: Hotel e Restaurante. Eles têm as mesas e tudo, e o espaço é bem bom. Como poderia ter algum desconto para hóspedes, perguntamos o que serviam e quais os preços para jantar. O japonês parecia não entender a pergunta, e no final falou que o restaurante do hotel já fechou há muitos anos, e as mesas postas são apenas para o café da manhã. Acho que nem ocorreu a ele substituir o letreiro!

Só sei que demos muita risada no hotel Antartida Argentina (até o nome é engraçado, desde quando a Antártida é da Argentina???). Se eu voltar lá algum dia certamente será para rir, e não para me hospedar!

__________________________

 
No dia seguinte, saímos pela manhã para conhecer Ushuaia à luz do dia. O frio intenso continuava!









Para a nossa surpresa, havia nevado muito durante aquela noite (mesmo no verão!!), e os picos das montanhas ao redor estavam todos brancos. 






No centro da cidade não havia neve no chão, mas estava tudo molhado. Passeamos muito pelas ruas centrais, chegamos à beira do Canal de Beagle e andamos por zonas residenciais. 








Fomos a pé até a zona leste, onde tem um campo muito bonito, com pastagens bem características da Patagônia:




Você não vai ter dificuldades para se localizar no centro de Ushuaia. As ruas são todas retas, com quadras em tamanho igual, como você pode ver pelos mapas:







A Av. Maipú, por ser a "beira-mar" da cidade, é a rua com menor elevação. Conforme você vai caminhando para o norte, a altitude aumenta a cada quadra - e muito! Ushuaia é uma cidade cheia de subidas, por isso ande de táxi se você não tem fôlego!

Pela tarde, já estava ventando mais forte e uma chuva fraca, mas insistente, começou a cair. Passamos nas "barraquinhas" turísticas que ficam no calçadão em frente ao porto - é ali que as mais diversas empresas tentam lhe vender seus passeios de barco. Logo de cara, decidimos contratar uma excursão: a da Isla H (Hache), oferecida apenas pela companhia chamada Três Marias. Vimos as fotos da ilha (uma das menos visitadas pelos turistas), e gostamos especialmente do roteiro do passeio, que incluía uma trilha - e não apenas navegação. 

Como as excursões pelo Canal de Beagle só saem com tempo perfeito, naquele dia (16/2) os barcos estavam todos atracados no porto, e tivemos que marcar a excursão para o dia seguinte, 17/2, às 15h. Pagamos adiantado (senão não fazem a reserva) o valor de 500 pesos (uns R$ 125) por pessoa. Muito caro se considerar que são só 4h de duração - mas infelizmente todos os passeios em Ushuaia são nessa base de preço, não tem mesmo como fugir!

Para o dia 18/2, reservamos (e pagamos) uma excursão até a Isla Pinguinera - onde, obviamente, tem pinguins! A empresa que opera o passeio é a Pira Tour e o preço é 650 pesos (cerca de R$ 170) para o tour com 6h de duração.

Nós também queríamos, durante a semana que ficaríamos em Ushuaia, conhecer o glaciar Le Martial e o Parque Nacional Tierra del Fuego, outras 2 atrações imperdíveis da região. Mas como pela primeira vez em quase 20 dias estávamos tendo problemas com a chuva, aquela tarde não estava pedindo um programa ao ar livre. 

A sugestão imediata do meu amigo foi conhecermos o mundialmente famoso Museu do Presídio de Ushuaia. Acontece que eu tenho certa relutância em relação a museus, pois nunca acho nada interessante nem bonito, e acabo sempre me entediando. Se não gostar de museu é não entender história e arte, então eu não entendo. Num museu de uma antiga prisão, ainda mais, achei que a possibilidade de eu me divertir era praticamente nula. Lembrei então que eu tinha lido em algum lugar sobre um tal Parque Yatana, uma espécie de bosque localizado ali perto, em área urbana. 

Convenci meu amigo de conhecer o lugar, torcendo para que fosse bom e não precisássemos passar a tarde trancafiados no museu! Chegando lá, ficamos sabendo que aquilo era uma atração especialmente voltada para o público INFANTIL, com um caminho de árvores enfeitado com desenhos de crianças. Tivemos que fazer um esforço monstruoso para não rir muito frente dos monitores do parque - imagine 2 adultos pagando para entrar num parque temático e ver desenhos infantis pendurados em árvores!

A solução não foi outra senão conhecer o Museu do Presídio de Ushuaia - mas isso já é assunto para o próximo post!





Arquivo do blog