Vamos então ao terceiro e último post sobre El Bolsón, destino de hippies e de todos os viajantes que procuram contato com a natureza longe das grandes multidões.
Logo que meu amigo suíço me falou sobre a cidade, fui para o google pesquisar o que ela tinha de bom para que merecesse ser incluída no nosso roteiro pela Patagônia. E todas as páginas apontavam para uma única e imperdível atração - o Parque Nacional Lago Puelo, que, pelas fotos, realmente prometia ser um dos "highlights" (pontos altos) da viagem!
Existem barraquinhas no centro de El Bolsón que oferecem pequenos descontos para quem reserva antecipadamente uma excursão de lancha pelo Lago Puelo. Como o tempo estava firme (e quente!) há uma semana, e a previsão era de
mais sol e sol e sol, não vimos motivo para não fazer essa reserva de antemão - até porque só teríamos que pagar mesmo ao chegar no parque. Havia várias opções de passeios, e nós optamos pelo chamado Limite com o Chile, de 3h de duração, que custou aproximadamente R$70 por pessoa - mais uma vez pagos em espécie!
Chegar até o lago é bem fácil. A cada 1h sai um ônibus do centro de El Bolsón que lhe deixa exatamente na entrada do Parque Nacional. O trajeto leva em média 30min. A entrada do parque é 25 pesos (R$7) por pessoa, mas idosos entram de graça e existem descontos para argentinos residentes, estudantes e crianças.
A primeira coisa que fizemos ao chegar lá foi a excursão de lancha contratada, pois já estávamos em cima da hora. A primeira parte do passeio seria uma navegação pelo lago; em seguida, faríamos uma trilha de baixa dificuldade pelo bosque e, finalmente, voltaríamos com a lancha até o ponto de partida.
Tudo estava correndo muito bem - nós, turistas, impressionados com as cores da água, com os paredões de pedra dos mais diversos formatos e com as explicações do guia sobre a fauna e a flora daquela região. Tudo muito bonito e todos com as câmeras nas mãos - cada um queria uma foto sua na proa da lancha, com a paisagem ao fundo.
De repente, a lancha parou de se movimentar e nós ficamos à deriva no meio do Lago Puelo! Sem entender o que estava acontecendo, nosso grupo de aproximadamente 15 pessoas começou a questionar o guia. Muito constrangido, ele confessou que o motor da lancha tinha estragado, e que teríamos que aguardar até que outra embarcação viesse nos resgatar!
É claro que não chegamos a ficar em pânico em momento algum, pois a lancha não parecia estar afundando, mas não é nada agradável saber que estamos no meio do nada à espera de socorro!
Felizmente, tudo se passou de forma rápida e eficaz: um barco maior veio nos "salvar", nós passamos para dentro dele e continuamos o passeio como se nada tivesse acontecido. Isso foi mais uma prova de que é a aventura que me persegue, e não o contrário!
Ao chegarmos em terra para a segunda parte do passeio, desembarcamos em uma praia e andamos bem devagar por uma trilha muito tranquila, para ouvir mais explicações do guia. Dentro de um bosque, chegamos ao objetivo maior da excursão - a fronteira com o Chile, onde por alguns minutos fomos imigrantes ilegais!
Depois de algumas fotos, voltamos com a lancha para o porto principal do parque, onde havíamos embarcado. Tinha sido um passeio muito agradável e, apesar do pequeno incidente, acho que todos saíram de lá bem satisfeitos.
A essa altura já era hora de almoçar, e estávamos mortos de fome! Sentamos no restaurante em frente ao porto e comemos massa para repor as energias - já que, à tarde, pretendíamos aproveitar as trilhas do parque.
Caminhamos bastante por um trajeto muito bonito, passando por bosques e praias e terminando em um pequeno morro. Subimos nesse morro (em aproximadamente 30min) e lá de cima contemplamos uma das melhores vistas que se pode ter do Lago Puelo. Essa trilha se chama Mirador do Lago e é o principal atrativo gratuito do local.
Quando descemos novamente eu estava com tanto calor que não pude resistir a um banho no Lago Puelo, conhecido por suas águas geladas até mesmo sob o sol do verão! E não fui só eu que tive essa ideia - dezenas de turistas aproveitaram aquele dia de temperatura incomum para se refrescar no gelo do lago. O choque térmico é realmente enorme, mas depois de um tempo dentro d'água você se acostuma e não se arrepende do mergulho!
Para terminar a tarde ficamos deitados em uma praia de pedras, de frente para o lago, relaxando e curtindo a beleza e a tranquilidade do maior cartão-postal de El Bolsón.
Por volta das 18h, pegamos o ônibus de volta para a cidade, onde jantamos no centro e voltamos para o albergue Rincón del Sol.
Arrumando as malas para a nossa viagem do dia seguinte, percebemos que estávamos com bem menos dinheiro do que deveríamos, pois até então não havíamos pago quase nada com o cartão de crédito! Em alguns lugares não aceitavam, em outros o cartão dava erro e em outros era mais prático pagar em espécie. O fato era que precisávamos dar um jeito nisso, afinal ainda tínhamos mais 20 dias de viagem pela frente! Prometemos para nós mesmos que, dali em diante, só usaríamos dinheiro para os casos de muita necessidade.
Deixamos El Bolsón no dia 5 de fevereiro - e já com muita vontade de um dia voltar lá, com menos pressa e (se não for pedir demais) menos calor!
No próximo post, apresento a cidade de Esquel. Fique de olho no blog!
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