terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Lapônia finlandesa em setembro - dicas e roteiro

No último post, dei dicas sobre a aurora boreal no outono, na Lapônia. Passamos 30 dias acima do círculo polar (ou muito perto dele), entre Finlândia, Noruega e Rússia, e conseguimos ver o fenômeno 5 vezes. Mas, como a Lapônia é muito mais que a aurora, vou publicar aos poucos o nosso roteiro completo pela região, com detalhes e dicas sobre todos os lugares que visitamos. Neste post, nosso roteiro de 17 dias pela Lapônia finlandesa.





Viajar de carona pela Lapônia

Nós fizemos todo o roteiro a seguir pedindo carona. 

A Lapônia finlandesa (e também a norueguesa) é um dos lugares mais difíceis do mundo para se viajar de carona. O povo desses países é super frio, fechado e amedrontado com tudo, então pouquíssimas pessoas param o carro e colocam pra dentro 2 desconhecidos. Mesmo em postos de gasolina, quando abordávamos gentilmente as pessoas e perguntávamos se podiam nos dar carona, a resposta era quase sempre "não", mesmo que estivessem indo para o mesmo lugar e com vagas de sobra no carro. Isso quando se dignavam a responder - muitos nem olhavam na nossa cara, ou nos tratavam como pedintes inoportunos. E a má notícia é que praticamente não há ônibus, trens ou Blablacar - ou seja, ou você aluga um carro ou pena pedindo carona. Como nós usamos sempre o couchsurfing como meio de hospedagem, conhecemos muitas pessoas legais que sempre nos ajudavam com deslocamentos, o que facilitou bastante a nossa viagem.


Clima em setembro


Não tem muita regra para o clima em setembro na Lapônia. Nós pegamos tempo bom praticamente todos os dias e, segundo os locais, as temperaturas estavam mais elevadas do que o normal para a época. Durante o dia chegava a uns 15 graus, e à noite esfriava bastante, às vezes com temperaturas negativas.


Acomodação na Lapônia

Em geral, hospedagem é algo bem caro nessa região.

Usamos, como sempre, o Couchsurfing para economizar com acomodação. Todos os anfitriões que nos receberam, nessa região, foram excelentes - não tivemos qualquer problema com nenhum deles. 

Em 5 das 6 casas onde ficamos na Finlândia, havia uma sauna (a que não tinha era de uma filipina!) - e claro que sempre éramos convidados a participar dessa que talvez seja a mais famosa tradição finlandesa. Como é costume deles fazer sauna totalmente pelados, em todas as casas onde ficamos o esquema era divisão por tempo - em um momento o(s) anfitrião(ões) usavam a sauna, e em outro só nós 2. Essa sugestão sempre partiu dos próprios anfitriões - em nenhum momento ninguém sugeriu fazer sauna conosco sem roupa, nem passamos por qualquer tipo de situação constrangedora quanto a isso.


Wilderness Huts

Se você, como nós, acha caro ficar em hotéis, uma forma alternativa de hospedagem na Finlândia são os "wilderness huts". São cabanas de madeira que ficam posicionadas estrategicamente, em áreas de natureza, em geral dentro de Parques Nacionais. Você pode consultar a localização deles facilmente na internet, ou no aplicativo MapsMe (que, falando nisso, é indispensável para as trilhas na Lapônia). Dentro dessas casas tem espaço para dormir, fazer fogo e cozinhar (um pequeno fogão) - na maioria, tem até panelas e utensílios básicos. Tudo inteiramente grátis - basta você chegar lá com seu saco de dormir e montar acampamento. De regra, não há camas, colchões, lençois ou cobertas nos wilderness huts.


A Finlândia barata 

Todo mundo sempre fala que a Finlândia é absurdamente cara, mas eu encontrei pelo menos 2 pontos positivos cruciais quanto aos preços no país.

O primeiro é que, embora seja caro comer em restaurantes na Finlândia, se você fizer suas compras nos supermercados Lidl (rede alemã presente na maioria dos países europeus) e cozinhar em casa, na verdade sai bem mais barato que no Brasil. Os preços no Lidl são sempre ótimos e os produtos de boa qualidade. O problema é que tudo é escasso na Lapônia, até mesmo o Lidl - só tem em Rovaniemi, Kuusamo, Kemijärvi e Sodankyla. Onde não há Lidl, o principal supermercado é o K-Market.

O outro ponto positivo é que não se paga para conhecer nada que envolva natureza. Como você vai ver no roteiro abaixo, visitamos uma infinidade de lugares e não pagamos um centavo de entradas, em lugar nenhum. E mesmo assim, em qualquer canto que você vá, por mais "fim do mundo" que possa parecer, a estrutura é 
excelente. Sempre há muitos painéis de informação em inglês, sinalização nas trilhas, caminhos super bem conservados... de todos os países que eu já visitei, a Finlândia é o mais bem estruturado nesse sentido, e um dos poucos que não cobram ingresso pra nada. Mas claro que isso só dá certo porque, desde crianças, os escandinavos têm a percepção de que o patrimônio público pertence a eles mesmos, e portanto eles cuidam das coisas. Parece óbvio, mas é algo tão raro...




Nosso roteiro de 17 dias pela Lapônia Finlandesa

Mapa do roteiro - clique aqui para ver com mais detalhes.




31/8 - Chegada a Rovaniemi

Vindos de Umea (Suécia), chegamos à noite em Rovaniemi, a capital e maior cidade da Lapônia finlandesa. Demos um passeio pelo centro da cidade.




1/9 - Rovaniemi (Hiidenkirnut, Auttikongas, Ounasvaara,  Viirinkangas e Apukka)

Começamos o dia visitando Hiidenkirnut, um local com diferentes formações geológicas. Ficamos cerca de 45min lá.





Seguimos então para Auttikongas, um parque onde você pode admirar uma cachoeira/corredeira e fazer uma trilha circular de uns 4km. Vale a pena fazer a trilha, mas se você não tem muito tempo dá para ver a cachoeira e já ir embora, pois ela fica bem perto do estacionamento. Nosso amigo do Couchsurfing nos levou para esse parque, que fica a 80km de Rovaniemi, na estrada para Kuusamo (se você está de carro, pode conhecer Auttikongas no caminho para lá, em vez de fazer um bate-volta).





Muitas renas nessa e em todas as estradas da Lapônia


Voltamos para Rovaniemi e fomos à montanha Ounasvaara (dá para chegar de carro até lá em cima), de onde se tem uma vista da cidade.





No fim da tarde, uma excelente caminhada pelo bairro onde ficamos hospedados, Viirinkangas, até a beira do rio.






Depois das 22h, quando estava totalmente escuro, fomos até Apukka, um vilarejo próximo, para caçar a aurora boreal. Ficamos horas a fio com a câmera preparada, na frente de um grande lago e olhando para o céu, mas ela não apareceu. Fica a dica daquele que é considerado, pelos locais, o melhor lugar para se ver aurora boreal nos arredores de Rovaniemi: no Google Maps, está marcado como Olkkajärven Venesatama, em Apukka. Nesse local, se você tiver sorte de ver uma aurora no outono, o espetáculo vem em dobro, pois as luzes refletem no lago. No verão não há aurora e no inverno e na primavera o lago fica congelado.

Demos ainda uma passada rápida na Santa Claus Village, a casa do Papai Noel, que fica bem próxima de Apukka. Claro que o complexo das casas/lojas estava fechado, pois já passava da 1:00, mas a parte de fora, onde passa o Círculo Polar Ártico, fica sempre aberta.






2/9 - Rovaniemi (Santa Claus Village, Vikakongas e centro)

No nosso segundo e último dia em Rovaniemi, começamos indo novamente à Santa Claus Village, agora durante o dia. Acredito que esse é o lugar mais turístico de toda a Finlândia, mas na verdade não tem nada de mais - é um conjunto de lojinhas e outros ambientes com decoração de Natal.




Não se paga para entrar lá, e conversar com o Papai Noel também é gratuito. Ele pergunta de onde você é, fala alguma gracinha e posamos para a foto, tirada por uma funcionária. A foto com o Papai Noel estava custando algo em torno de 40-50 euros! Como eu já tinha estado lá 11 anos atrás, e tinha comprado a tal foto, levei a moldura vazia e falei que eu tinha perdido a foto antiga (na verdade eu tinha deixado em Porto Alegre). A estratégia funcionou, pois o Papai Noel ficou impressionado de um brasileiro com menos de 30 anos já ter estado 2x lá, e decidiu me dar de presente a nova foto!


Papai Noel em 2008...

... e em 2019


De lá, seguimos para Vikakongas, uma área de corredeiras onde fizemos uma trilha até uma torre de observação.








Todos os passeios concluídos, dedicamos a tarde inteira para explorar o centro de Rovaniemi - nada de especial para ver, mas como eu já tinha estado lá tanto tempo atrás, gostei de rever toda a cidade. Uma opção de passeio é o museu Arktikum, sobre o Pólo Norte, mas o ingresso custa 13 euros e estava fechado naquele dia (segunda-feira).





Por fim, fomos a pé até o bairro Viirinkangas e no caminho entramos e conhecemos a Universidade da Lapônia.



3/9 - Rovaniemi - Korouoma - Kuusamo

Saímos cedo de Rovaniemi e fomos a Korouoma, que fica na estrada para Kuusamo, com o nosso amigo do Couchsurfing. Acho que chegar nesse lugar pedindo carona na estrada é praticamente impossível, pois estava totalmente deserto quando fomos.

Foi na verdade um erro ter ido a Korouoma - nós vimos as fotos no google de uma cachoeira congelada e colocamos no roteiro, mas na verdade esse lugar só é interessante no inverno. No outono, quando fomos, não havia uma gota d'água na cachoeira principal, apenas pedras. No mais, apenas uma trilha comum com um rio e uma cachoeira pequena.



Lago na estrada de chão que leva a Korouoma


Seguimos para Kuusamo, uma cidade próxima à fronteira da Rússia e que fica fora do Círculo Polar, onde ficaríamos as 4 noites seguintes. Não tem muito o que fazer lá - nossa ideia de passar tantos dias nessa cidade foi para usá-la como base para explorar o famoso Oulanka National Park, que fica a 1h de Kuusamo.

Demos uma caminhada pela cidade toda, passeando pela margem dos lagos. Também demos uma volta pelo distrito de Puutteenkyla, (a 10km do centro) onde ficamos hospedados. 









Nossa casa ficava na beira de um lago, uma paisagem de filme! A vontade que dava era ficar lá uma semana, só aproveitando a casa...




Por do sol no quintal de casa, em Puutteenkyla


Nessa noite vimos a aurora boreal pela primeira vez, às 22h40, do pátio da casa, de frente para o lago. Inesquecível!



4/9 - Kuusamo (Oulanka National Park)

Nos 113 dias de viagem, essa foi a maior indiada de todas. Inventamos de fazer uma trilha que começa no Oulanka Visitor Center e vai até Juumaa. Algumas pessoas haviam nos dito que o caminho era muito interessante. Sabíamos que seria puxado (31km), mas acreditamos que seria uma trilha plana e panorâmica (a ferramenta do MapsMe que indica a altimetria da trilha não funciona na Finlândia). 

Não podíamos estar mais errados! Foi uma trilha terrível, com pouquíssimos momentos felizes. A maior parte do tempo foi subindo e descendo pelo meio do mato, entre raízes de árvores, sem vista nenhuma. Não recomendo nem para um inimigo!

Fotos de alguns poucos bons momentos (a maioria fica bem mais próxima do Visitor Center do que de Juumaa):












5/9 - Kuusamo (Puutteenkyla)

Depois da mega indiada do dia anterior, e da rotina acelerada dos outros dias, decidimos descansar um pouco. Passamos a manhã jogando sinuca e de tarde eu dei um passeio de bicicleta circular, de 30km, pelo distrito de Puutteenkyla, onde ficava a "nossa" casa. Além das diversas renas, apenas um lago foi interessante no trajeto:




Antes de anoitecer, nosso anfitrião ainda nos levou para um passeio de lancha pelo lago:





6/9 - Kuusamo (Oulanka National Park)

Lá fomos nós de volta para o traumático Oulanka. Desta vez pesquisamos muito, para não ter erro, e decidimos fazer uma trilha do Visitor Center até Ristikallio. Foram 17km, mas por um caminho quase 100% plano e cheio de coisas para ver. É o passeio que eu mais recomendo no Oulanka.













7/9 - Kuusamo - Pyhä (Noitatunturi e Isokuru Gorge)

Fomos bem cedo para Pyhä, um vilarejo que é ótima base para explorar o Pyhä-Luosto National Parkcom um casal que havíamos conhecido no dia anterior. Já no começo da estrada voltamos ao Círculo Polar, de onde só sairíamos novamente dia 30/9. Chegamos a Pyhä por volta das 11h, almoçamos e já fomos ver o que a região tinha a oferecer.

De tudo que conhecemos na Finlândia, Pyhä-Luosto foi o que eu mais gostei. É uma região espetacular, cheia de coisas diferentes e interessantes para ver, trilhas prazerosas e não muito difíceis. Se eu tivesse que recomendar apenas um lugar no país, seria esse.

Ficamos 2 dias em Pyhä. No primeiro, fizemos uma trilha circular de 12km até o topo da montanha Noitatunturi, passando na volta por Isokuru Gorge. Também há vários pontos de parada pelo caminho, como lagos de água verde, árvores com formatos estranhos e crateras imensas cobertas por uma espécie de limo (algo que só vi parecido no Buraco das Araras, no MS). Esse tipo de lugar nunca sai bem em fotos, mas garanto que pessoalmente é algo fantástico!



















8/9 - Pyhä (Tunturiaapa, Aittakuru Gorge e lagos)

Começamos o dia fazendo a trilha circular de Tunturiaapa, que tem 7km e é bem fácil. A parte mais interessante do trajeto são alguns km de caminhada sobre passarelas de madeira em meio a um banhado, uma paisagem incrível:










Depois, fomos até um pequeno lago muito bonito (67°01'54.2 N 27°14'54.8 E no Google Maps):




De lá, andamos até Aittakuru Gorge, um local onde se faz shows devido à excelente acústica. O palco fica dentro de um "buraco", ao lado de um lago verde e cercado de pedregulhos.





Subimos a montanha em direção ao grande lago de Pyhä, e voltamos para o centro do vilarejo pela rua paralela à estrada, do lado leste. Essa rua é cheia de casas enormes, no meio de uma floresta - muito legal passear por lá.







9/9 - Pyhä - Luosto - Sodankyla - Sompiojärvi - Pyha-Nattanen

Passamos a manhã em Pyhä e, depois do almoço, fomos com a nossa anfitriã do Couchsurfing e um amigo dela em direção ao Urho Kekkonen National Park




No caminho, fizemos algumas paradas. A primeira foi em Luosto, ainda dentro do Pyhä-Luosto National Park, onde visitamos 2 lagos. 




Depois, paramos em Sodankyla para visitar o Lidl mais setentrional do mundo (o que para nós, fãs n°1 do Lidl há anos, também é um ponto turístico). Fizemos um estoque de comida para levar para o norte, pois lá só teriam K-Market's e os preços seriam bem mais caros.

Por fim, demos uma passada no Sompiojärvi, um grande lago com uma torre de observação de pássaros (mas não havia pássaros).




Nosso plano era passar a noite em Pyhä-Nattanen, uma cabana isolada no topo de uma montanha, dentro do Urho Kekkonen National Park. Essa cabana, pelo que pesquisamos, não é considerada um wilderness hut, e sim um day hut. Em day huts é proibido passar a noite - são abrigos que servem apenas para serem usados como ponto de descanso ou para cozinhar durante o dia. Porém, de qualquer forma, planejamos dormir lá, pois não haveria ninguém controlando.

Há 2 trilhas que levam à cabana Pyha-Nattanen (veja no MapsMe), partindo da estrada de chão próxima ao Sompiojärvi. Nós optamos pela mais curta, com apenas 1,8km de distância, mas subida íngreme. 

O começo da trilha

Chegando lá, como prevíamos, estávamos totalmente sozinhos. Ficamos surpresos ao entrar no abrigo e constatar que havia 2 camas grandes lá, com lençol e tudo - então, até ficamos na dúvida se realmente não é permitido dormir lá. 


Fizemos fogo, cozinhamos (tem fogão e panelas) e jogamos muitos jogos. Além disso, presenciamos um dos finais de tarde mais bonitos que eu já vi, com o céu literalmente vermelho e uma vista espetacular para todos os lados (pena que as fotos escuras não traduzem nem 1%):









Por dentro do abrigo:







Na cabana também tem um livro de registro onde os trilheiros podem escrever seu nome e deixar um recado. Estávamos justamente comentando sobre o isolamento do lugar, quando eu abri o livro e vi que uma das últimas pessoas que tinha estado lá era justamente de onde?? Montenegro/RS! Tive que procurar ele no Facebook e descobri que mora em Zurique - pelo menos não foi tão louco quanto nós, de sair do Brasil para fazer turismo noturno na cabana Pyhä-Nattanen...




10/9 - Pyhä-Nattanen - Ivalo

Descemos de volta para a estrada, tomamos café da manhã na beira do Sompiojärvi e fomos para a cidade de Ivalo.

Pegamos bicicletas emprestadas com nossa amiga do Couchsurfing e passamos o dia pedalando por Ivalo e arredores. Nada de mais para ver, mas no outono as cores estavam bem bonitas.















11/9 - Ivalo (Urho Kekkonen National Park)

Nesse dia fizemos um bate-volta de Ivalo a Saariselkä, um vilarejo a 30min de lá. No "centro", a única coisa que vale a pena visitar é a igreja de madeira, com fundo de vidro:





De Saariselkä, partem diversas trilhas pelo norte do Urho Kekkonen National Park (numa área bem longe da cabana de Pyhä-Nattanen, onde havíamos estado 2 dias atrás, também dentro do mesmo parque). Nós fizemos um caminho circular de cerca de 12km.

Não foi das coisas mais bonitas que vimos na Lapônia, mas gostei de ter ido pois foi o nosso primeiro contato de verdade com o ambiente da tundra ártica (vegetação rasteira).





A tundra, na parte mais alta da trilha



12/9 - Ivalo - Inari (trilha Juutua e Museu Sami)

De manhã, fomos de Ivalo a Inari (apenas 30min, mas como conseguimos anfitriões nas 2 cidades, decidimos nos hospedar em cada uma separadamente).

Começamos o dia fazendo a trilha circular Juutua em Inari, e esse é o passeio que eu mais recomendo na cidade. É um caminho de pouco mais de 6km, plano e panorâmico, que passa ora pela beira do rio com corredeiras, ora pela floresta.





Depois, fomos conhecer o Museu Sami de Inari (ingresso 10 euros). Os Sami são o povo indígena da Lapônia, e em diversos vilarejos há museus explicando a história deles. O museu de Inari é o principal, o maior e o mais completo de todos, com informações não apenas sobre os Sami mas também sobre fauna, flora, clima, etc da Lapônia. Foi um passeio tão legal que acabamos ficando mais de 2h dentro do museu (e é quase impossível me manter por todo esse tempo em um museu!). A única coisa que não recomendo é o "show da aurora boreal" (já incluído no ingresso) - eles colocam você numa sala de cinema e ficam passando slides com fotos da aurora, embalados por uma canção Sami, por quase 20min. 




O museu também tem uma parte externa - uma trilha circular com de pouco mais de 1km, que passa por diversas réplicas de casas sami tradicionais. Também há um mirante para o Lago de Inari.







No final da tarde, ainda demos uma caminhada agradável pelas ruas de Inari:








13/9 - Inari (Pielpajärvi Church)

Neste dia a Adriana ficou descansando, pois estava com dor nas costas, e eu fui conhecer a Pielpajärvi Wilderness Church, uma igreja de madeira de 1760. Para chegar até ela, é preciso fazer uma trilha com ida e volta pelo mesmo caminho (5km cada trecho).

Não foi uma boa ideia fazer esse passeio, pois a trilha é bem ruim de caminhar (só raízes de árvores no chão) e a paisagem deixa bastante a desejar. Não recomendo, apesar de ser o ponto turístico mais famoso de Inari, cheio de turistas.






No fim do dia demos outro passeio muito bom pelas ruas de Inari.



14/9 - Inari - Karasjok

Saímos de manhã de Inari e fomos com uma amiga da nossa anfitriã para Karasjok. Essa cidade fica na Noruega, mas entrou neste post porque fica colada na Finlândia. Ao invés de pegarmos a estrada convencional, fomos por uma secundária (passando por Angeli), em pior estado de conservação mas bem mais bonita:







Em Karasjok, passeamos pelo "centro" e subimos uma montanha para ter a vista da cidade.





À tarde andamos por toda a margem do rio, passando por algumas praias. Foram as paisagens mais bonitas que vimos em toda a viagem pela Lapônia, pois o outono estava no seu auge e o sol estava brilhando.












Para completar a felicidade, à noite ainda vimos a aurora boreal mais forte da viagem, do quintal da "nossa" casa.






15/9 - Karasjok (Ailigas)

Nesse dia, nossa anfitriã nos levou para um passeio ao topo da montanha Ailigas, a 15min de Karasjok mas já na Finlândia. É uma paisagem bonita, majoritariamente de tundra, mas também dispensável.






À tarde, sem ter muito o que fazer, andamos de bicicleta por cada rua de Karasjok, sem destino, e acabou sendo um passeio muito bom.




Parlamento Sami em Karasjok








16 a 20/9

Passamos esses 5 dias no norte da Noruega, na ilha de Mageroya, o ponto mais ao norte da Europa continental. Vou escrever sobre essa região no próximo post.



20/9 - Karasjok - Utsjoki

Voltamos à Lapônia finlandesa, passando novamente por Karasjok e seguindo viagem até Utsjoki, um minúsculo vilarejo. Chegamos lá no fim da tarde e só demos um passeio pelos arredores de onde ficamos hospedados, um casarão no meio do nada, a 4km do "centro". Também fomos, à noite, na Igreja de Utsjoki, que fica 5km ao sul da cidade.







21/9 - Utsjoki (Nuorgam)

Fomos de manhã a Nuorgam, a cidade mais ao norte da Finlândia, a 30min de Utsjoki. Fizemos um passeio em uma pequena montanha e andamos pela beira do rio.








De volta a Utsjoki, fizemos uma rápida trilha que também não tinha muito a oferecer, e passamos o resto do dia aproveitando a sauna da "nossa" casa.




Ponte que separa a Finlândia da Noruega



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Este foi o nosso roteiro de 17 dias pela Lapônia finlandesa.

Na manhã seguinte, seguimos viagem para Hesseng e Kirkenes, na Noruega, onde passamos um dia (nada de muito interessante para ver nessas cidades). De lá, cruzamos a fronteira da Rússia, onde passamos 15 dias, mas sobre essa parte da viagem também vou escrever em outro post!



Leia também:

Dicas sobre aurora boreal no outono

Roteiro completo da nossa viagem


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