Depois de falar sobre as aventuras de caiaque no Orange River, é hora de viajarmos mais para o norte, na região onde estão localizados 2 cânions incríveis: o Fish River e o Sesriem.
Fish River Cânion, uma das vistas mais impressionantes da Namíbia |
Saímos de Namaqualand, na África do Sul, logo após o almoço, e passamos a tarde na estrada, percorrendo 270km. Pelo caminho, paramos para tirar algumas fotos desse longo trajeto cuja paisagem é sempre árida:
Chegamos ao Fish River Canyon no final da tarde, momento absolutamente ideal para visitá-lo. Sem mais nenhum turista por lá além do nosso grupo, pudemos explorar bem a região do topo do cânion, numa caminhada de cerca de 40min.
Uma única árvore nasceu em meio aos pedregulhos |
A descida para o interior do desfiladeiro não é para nós, é apenas para trekkers profissionais e com todo o equipamento adequado, já que, além de serem perigosos, os caminhos levam dias para serem percorridos.
Mesmo sem "interagir" com o cânion, olhar para ele no momento do pôr do sol já é suficientemente recompensador, com seus paredões gigantescos, seu rio fino e quase seco e suas rochas de formatos curiosos, abundantes até onde a vista alcança. O Fish River só perde o título de maior cânion do mundo para o próprio Grand Canyon - e garanto que é bem mais barato, já que não se paga taxa nenhuma para chegar até o local. Aliás, na Namíbia inteira não se paga entrada em lugar algum. Tudo é de todos!
Quando nós menos esperávamos, o guia anunciou um "piquenique do pôr-do-sol", uma pequena surpresa da Nomad. Em uma grande mesa que existe no próprio cânion (acredito que especialmente para isso) comemos salgadinhos e tomamos café.
Depois de muitas fotos, nos dirigimos para o nosso camping para jantar e passar a noite. Quando eu estava tirando minha mala do compartimento do caminhão, tive a grande infelicidade de raspar meu braço em um prego que (não sei por que cargas d'água) estava na traseira do último banco. Não doeu nada, mas cortou bastante e não parava mais de sair sangue! Como eu estava em dia com a vacina anti-tetânica não me preocupei, só lavei bem o corte e coloquei um monte de curativos por cima.
O certo, não há dúvida, seria ir para um hospital e levar pontos, afinal o corte tinha sido profundo - mas onde poderia haver um hospital ali, num acampamento no meio do nada? Alguns dias depois, ao longo da viagem, com tanta areia do deserto entrando por baixo do curativo, o machucado acabou infeccionando e ficando cada vez mais feio, com muito pus, até que (depois de muito tempo) finalmente começou a melhorar. O resultado disso foi uma cicatriz que eu tenho até hoje no meu braço esquerdo!
Fechando o parênteses, no dia seguinte acordamos cedo e colocamos o pé na estrada - afinal, teríamos que vencer 560km de caminhão, o que não seria nada rápido. Passamos o dia na estrada, sempre fazendo paradas estratégicas para "ir ao banheiro", para comer e para tirar fotos de algum panorama diferente. Abaixo, seguem algumas fotos que tiramos ao longo desses tantos quilômetros rodados:
Parada para ir ao banheiro natural |
Um ninho de abelhas (o maior e mais monstruoso que eu já vi) |
O ninho mais de perto, com seus habitantes |
Paz no trânsito: quase impossível cruzar com outro veículo na Namíbia |
No final da tarde chegamos ao nosso acampamento, armamos as barracas e fomos conhecer a região de outro cânion, que na minha modesta opinião foi ainda mais incrível que o Fish River, já que, por ser bem menor, conseguimos conhecer melhor.
Nesse outro, o Sesriem Canyon, é permitido e bem tranquilo descer até o interior, por uma trilha curta e de fácil acesso. Lá, no meio do desfiladeiro, fizemos uma caminhada e ouvimos as interessantes explicações do guia sobre o local, o que nos possibilitou conhecer e entender paisagens muito interessantes.
O Sesriem visto de cima (nada mais que um grande buraco no chão) |
O solo é de areia fina, como a de uma praia |
Por todo lado se vê tocas de animais - pequenos mamíferos que habitam por ali |
O passeio culminou com a chegada a uma pequena região alagada cercada de pedras, formando uma espécie de caverna. Essa foi um dos cenários mais surpreendentes da viagem, mas infelizmente minha câmera (a Sony de bolso, de baixa resolução) não conseguiu registrar nem 10% da beleza daquele lugar.
Era bem mais bonito que isso, podem acreditar! |
Depois de cerca de 1h30 explorando o Sesriem, como já estava anoitecendo, voltamos ao acampamento, jantamos e fomos dormir pelas 9h. Afinal, o próximo dia prometia ser um dos melhores (e mais cansativos), com a subida ao topo da Duna 45 para contemplar o nascer do sol, o que nos obrigaria a acordar às 4h da manhã. Sobre essa grande aventura vou contar no próximo post - não perca!
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