De todos os países que eu conheço (28, em breve 31) a Namíbia se destaca em muitos aspectos, sobre os quais vou falar melhor nos próximos posts. Mas o mais incrível mesmo é que esse foi o único país ao qual eu não cheguei de carro, nem de ônibus, nem de trem, nem de avião, nem de barco, nem de navio, nem de bicicleta, nem a pé. Isso mesmo: eu cheguei na Namíbia nadando, e só por aí você já pode ter uma ideia do quão especial esse lugar é para mim!
Nós chegamos com o nosso caminhão em Namaqualand, na África do Sul, no final de uma tarde quente e ensolarada. Montamos nossas barracas em um camping bem estruturado e caminhamos em direção ao Rio Orange (também conhecido localmente como Gariep). Trata-se da divisa natural entre África do Sul e Namíbia, um rio muito extenso que margeia toda a fronteira sul da Namíbia, como você pode ver no mapa:
Chegamos até uma pequena e discreta plataforma de madeira, uma espécie de mirante para o rio. Não havia mais ninguém lá exceto eu e o casal de suíços que me acompanhou na caminhada até a orla. Sem pensar duas vezes pulamos no rio para um refresco, depois de uma tarde quente de 40ºC.
Foi aí que eu decidi cruzar a fronteira e nadei até o outro lado (acho que a distância foi algo entre 100 e 200 metros). Chegando lá andei um pouco pelas pedras, na praia (só para dizer que eu estava na Namíbia) e voltei também nadando para o nosso acampamento na África do Sul.
Tente me encontrar nesta foto, no meio da minha travessia, sentado numa prancha e sendo perseguido por um cachorro (!!!) no meio do rio |
No dia seguinte, acordei crente de que faria um dos melhores programas da viagem: um tour de caiaque pelo leito do Orange River. Eu já tinha remado antes algumas vezes, mas só de brincadeira e nunca o suficiente para saber o quanto eu odeio esse esporte! Sim: ao contrário de todas as minhas expectativas, a aventura de caiaque foi terrível e a parte boa só chegou quando o passeio terminou.
Começamos formando duplas, e eu tive o azar (ou sorte) de cair com a minha colega holandesa, praticamente uma remadora profissional. Aliás, de todo o grupo, acho que só eu que realmente destoava - todos os outros tinham excelentes noções de remo e uma força nos braços que eu até hoje não sei de onde conseguiam tirar. Só sei que, para mim, essa tarefa era praticamente impossível - eu simplesmente não conseguia remar nem obedecer aos comandos do guia que estava nos orientando. E o pior era aguentar a colega holandesa me pedindo para remar com mais força, como se eu conseguisse! O engraçado é que eu jogo vôlei e nesse esporte consigo direcionar bem a minha força - por isso, até janeiro de 2012 eu acreditava que meus braços até que eram um pouco fortes (pelo menos mais do que aparentam). Mas, enfim, passei por um fiasco e isso serviu para que eu decidisse nunca mais remar na minha vida.
Mas vou ser injusto se focar só no ponto negativo, por isso você precisa saber que o passeio, se não fossem os malditos remos, seria muito legal! Contrate alguém para remar para você e embarque nessa excursão de caiaque, pois as paisagens são muito interessantes e completamente inexploradas pelo turismo.
Depois do passeio sofrido navegando pelo Orange River, que nos tomou a manhã inteira, almoçamos no camping e logo após seguimos viagem. O caminhão rumou para o norte e andou 270km em cerca de 4h, até chegar ao nosso próximo destino: Fish River Canyon, o segundo maior cânion do mundo (aposto que você não sabia disso!). Mas sobre ele e sobre o outro cânion da Namíbia, o Sesriem, vou falar no próximo post. Siga acompanhando o blog!
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