No último post falei sobre a região do Deserto do Namibe, que
compreende grande parte das atrações da Namíbia. Continuando nessa área, a cidade de
Swakopmund é quase como se fosse a capital do deserto, uma parada absolutamente obrigatória. O contraste é tanto a ponto de essa ser a única cidade do mundo encravada na
areia, à beira do mar e que nos faz sentir como se estivéssemos Alemanha. Parece incrível, mas tudo
isso é verdade – e por essa razão Swakopmund é uma das cidades mais
interessantes que eu já conheci.
Aventuras no deserto em Swakopmund |
Mas, antes de chegar lá, algumas fotos da estrada por onde
passamos, vindo da fazenda do Sr. Boesman, perto de Solitaire:
Região da Duna 7, a mais alta duna de areia do mundo:
Moon Landscape, uma paisagem que, de tão surreal, lembra a
lua:
A marcação da linha imaginária do Trópico de Capricórnio (que
também passa pelo estado de São Paulo):
Chegamos em Walvis Bay por volta do meio-dia, após 4h horas de
viagem de caminhão. Fizemos um rápido passeio a pé pelo calçadão, à beira de
uma grande lagoa onde, bem ao longe e de binóculo, pudemos avistar os famosos
flamingos, que são o símbolo dessa cidade (impossível fotografá-los daquela distância!).
Caminhada pelo calçadão |
Mansões onde os famosos de Hollywood passam suas férias de verão |
Praia de Walvis Bay, com a areia do deserto |
De um lado da estrada é mar, do outro deserto |
Almoçamos cachorro-quente em Walvis Bay e em seguida completamos nossa viagem até Swakopmund, em cerca de meia hora.
Chegando lá, fomos direto para uma agência de aventura –
afinal, como eu já tinha dito em outros posts, Swakopmund é um grande polo
turístico para praticantes de esportes radicais. Depois de assistirmos a um
breve vídeo sobre as atividades propostas (paraquedismo, sandboard, cruzeiro
com golfinhos, entre outras), cada um do nosso grupo decidiu como preencher o
seu dia seguinte, que seria livre (uma folga para o guia e o motorista). Tudo
era caro, e eu optei por fazer apenas uma excursão de quadriciclo pelas dunas, com
duração de (segundo a minha memória) aproximadamente 2 horas.
Meu grupo nesse passeio tinha 5 pessoas, sendo uma delas
minha colega de excursão e outros 3 que não conhecíamos, uma irlandesa e 2
americanos. Nós dirigíamos sempre em fila, seguindo o guia. De vez em quando
fazíamos paradas para fotos ou para ouvir alguma explicação sobre as dunas.
Uma dica valiosa: tenha MUITO cuidado ao dirigir um
quadriciclo! Eu acelerei demais numa curva e voei (literalmente) do carrinho, sendo arremessado a mais de 5 metros de distância dele. E, como
eu era o último da fila, ninguém me viu cair e eu fiquei ali uns 2 minutos
atirado na areia esperando que dessem pela minha falta e viessem me resgatar! No final deu tudo
certo e não me aconteceu nada de mais, mas bati com força minhas costelas e fiquei com
elas doendo até o dia seguinte!
No mais, vale muito a pena fazer essa excursão – é fantástica
a sensação de dirigir um quadriciclo no deserto!
Mesmo que você não seja um esportista radical, uma visita a
Swakopmund compensa por muitos outros motivos. Por ser uma das pouquíssimas
colônias alemãs em plena África, tudo na cidade lhe fará sentir-se como na
Europa, praticamente num vilarejo alpino (é sério!). Os nomes das ruas são
todos em alemão, a arquitetura é alemã, todos falam alemão, o cardápio dos
restaurantes é em alemão e, por todos os lados, víamos alemães que fazem de
Swakopmund seu recanto sossegado de férias, para escapar do rigoroso inverno
europeu. No meu primeiro post no blog, sobre Victoria Falls, eu critiquei a
cidade e citei a seguinte frase:
"O fato é que a cidade é bem feia, e estar no meio da África não é desculpa para isso, pois conheço outras cidades africanas, menos turísticas, que souberam aproveitar muito melhor o espaço que têm.".
Swakopmund é um belo exemplo de cidade que sabe, como
ninguém, explorar o que tem de melhor. O centrinho de compras é igual aos
europeus (ou ao de Gramado), tudo é muito bem cuidado, todas as ruas são
asfaltadas e bem sinalizadas, a cidade é arborizada, o povo é educado, as
praias são limpas... isso sem falar do grande calçadão de Swakopmund, de frente
para o mar, por onde eu passei umas 3h caminhando. Falando do mar, foi lá que
eu mergulhei pela primeira vez fora do Brasil!
Casarões de veraneio à beira-mar |
O calçadão |
Centro histórico de Swakopmund |
Pôr do sol |
A praia, bem parecida com as nossas |
Todo esse post foi para dizer que Swakopmund não é a coisa
mais bonita que tem na África, nem na Namíbia, mas sem dúvida é uma das mais surpreendentes.
É primeiro mundo, só isso!
Nos próximos
posts continuamos nossa viagem pela Namíbia – não deixe de acompanhar!