terça-feira, 11 de novembro de 2014

Paseo del Fuego, o shopping-fantasma

Chegamos então ao último dia de viagem, 22/2! Na verdade não foi exatamente o último, já que, à tarde, voamos para Buenos Aires - e só no dia seguinte, 23/2, retornamos para nossas casas e famílias em Porto Alegre. Como só tínhamos uma manhã em Ushuaia, e já tínhamos feito tudo o que queríamos e mais um pouco, o que nos restava era visitar 2 atrações perfeitamente dispensáveis: o Shopping Center Paseo del Fuego e o cemitério central de Ushuaia.

Do centro da cidade até o shopping, são quase 3km e uns 20min de caminhada. Pelo caminho, nos impressionamos com a quantidade de cachorros de rua - em toda a Patagônia eles são abundantes, mas em Ushuaia mais ainda!

Nem eu nem meu amigo gostamos muito de shopping - mas como não tínhamos mais nada para fazer, seria uma boa pedida para aquele dia nublado. Além do mais, eu tenho uma teoria de que, em viagens, um shopping é bem mais interessante do que as lojinhas do centro. Afinal, essas lojas são frequentadas somente pelos turistas, enquanto que o shopping, via de regra, é dos próprios moradores - assim como os mercadinhos de rua. Mas o fato é que eu não gosto mesmo de fazer compras, então, se dependesse de mim, quase todo tipo de vendedor iria à falência.

Mas a grande surpresa foi que, no Paseo del Fuego, o shopping mais ao sul do mundo, não havia nem vendedores, nem lojas, nem turistas, nem moradores, nem nada! Praticamente tudo estava fechado - eram 3 ou 4 andares ocupados por... nada! Só portas fechadas, imensos espaços vazios, pouquíssimas lojas funcionando e incríveis 3 opções de gastronomia. Para um shopping que abriu suas portas ao público em 2011, achei isso bem estranho e até engraçado. Eles levaram ao pé da letra o título de shopping do fim do mundo.



A única coisa que eu gostei foi a vista envidraçada, de frente para o mar, daquilo que eles chamam de praça de alimentação (um espaço gigante com 2 lancherias e 1 fast-food de massas abertos, apenas). Como a ideia era almoçar por lá, pedimos nossos pratos de massa fast-food, que no final das contas mereceu o título de campeã no ranking de slow-food de toda a nossa viagem de 26 dias pela Patagônia. Nunca vi demorar tanto para chegar um prato! Acho que eles não estavam esperando nenhum cliente para almoçar, deve ter sido uma surpresa e tanto terem recebido ali 2 pessoas - e ainda mais turistas brasileiros!

Mal sabíamos nós que estava bem melhor esperando e apreciando a vista do que comendo, pois a comida era horrível, podem acreditar!!! O molho de 4 queijos era feito unicamente de farinha, manteiga e leite - e nem queijo ralado tinha pra acompanhar! E tudo isso por um preço nada amigável - não lembro exatamente quanto, mas sei que foi uma das refeições mais caras da viagem.

Depois dessa experiência única (isso não se pode negar!) no shopping mais austral do planeta, fomos para a segunda etapa da nossa indiada aventura diária: o cemitério (que nem nome possui) que fica localizado no centro da cidade, na querida esquina da Av. Maipú com a rua Remolcador Guaraní.




Eu acho interessante visitar os cemitérios dos mais diferentes lugares que conheço. É um jeito diferente de entender um pouco da cultura dos povos, de conhecer os nomes e sobrenomes, de identificar as crenças e até mesmo de calcular a expectativa de vida dos habitantes locais!

Mas esse cemitério foi um dos mais feios que eu já vi, e tudo lá tinha aparência desleixada e parecia estar caindo aos pedaços. De qualquer forma, preencheu o nosso dia e tomou o nosso tempo até a hora do embarque rumo a Buenos Aires, no meio da tarde.

Se eu aconselho você a ir no cemitério? Não! E no shopping? Sim, desde que você tenha MUITO tempo sobrando e esteja disposto a dar boas risadas! Na verdade nem sei a situação atual do Paseo del Fuego, já que estive lá em fevereiro de 2013, há quase 2 anos. Pode ser que hoje em dia o shopping já tenha se modernizado a ponto de até ter lojas funcionando! Brincadeiras à parte, não me arrependo de ter ido lá - pois só assim podemos dizer que já estivemos no shopping mais meridional que existe (pelo menos até construirem um em Puerto Williams). Mas faça um favor a si mesmo e não almoce no shopping!


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No próximo post, vou contar todos os nossos perrengues em apenas 1 dia na capital argentina - continue de olho no blog!




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