sábado, 3 de março de 2018

Marrocos: roteiro de 25 dias e relato de viagem



No último post, dei algumas dicas e informações gerais sobre o Marrocos. Agora, vou publicar o nosso roteiro completo de 25 dias pelo país, com o relato do que fizemos em cada dia e dicas para facilitar a sua viagem.

Nossos deslocamentos foram feitos quase todos pegando carona (foram 90 de desconhecidos e muitas outras dos nossos amigos do Couchsurfing), então os trajetos do roteiro abaixo em que eu não falo que usamos transporte público (ônibus, van ou grand-táxi) é porque fizemos de carona. 

Infelizmente, perdemos muitas das fotos que tiramos nessa viagem, devido a um problema do celular. Ficamos só com as que havíamos postado no Facebook e mais algumas poucas. Então, dos lugares que não temos fotos, coloquei algumas da internet.

Todos os valores apresentados neste post são referentes a setembro/outubro de 2017.

Mapa do nosso roteiro (clique aqui para abrir e ver mais de perto cada lugar marcado no mapa):





26/9 - Chegada em Casablanca

Voamos direto do Rio de Janeiro para Casablanca, a maior e mais populosa cidade do Marrocos, com a Royal Air Maroc. Saímos do Rio pelas 9h e chegamos ao destino pelas 21h (horário local). 

O aeroporto de Casablanca é com certeza o pior do Marrocos, pois (ao contrário dos aeroportos de Rabat, Marrakech e Fez) ele fica extremamente afastado da cidade, a 1h de carro da região turística. Há um trem que conecta o aeroporto com o porto (prefira se hospedar nessa zona), e custa cerca de 40Dhs.

Como nosso host morava em Sbata, um bairro que fica entre o aeroporto e o centro, mas sem conexões de trem, ele enviou um "amigo" (até agora não sabemos exatamente o que era) para nos buscar. Rolou uma confusão enorme entre a saída do aeroporto e o estacionamento onde estava o carro, pois alguns taxistas entenderam que ele trabalhava como Uber, o que é proibido no Marrocos, e chamaram a polícia. Mas depois de algum tempo (e muito tumulto em árabe) conseguimos sair e ninguém nos abordou pelo caminho.



27/9 - Casablanca - Marrakech

De manhã, nosso host nos levou de carro para conhecer a principal atração de Casablanca: a Mesquita Hassan II, que é a maior da África e a terceira maior do mundo. Ela é a unica mesquita que pode ser visitada por dentro pelos turistas não-muçulmanos, mas o passeio é guiado, feito apenas em determinados horários e custa 120Dhs por pessoa.


O trânsito em Casablanca é o mais caótico que eu já vi, mais ainda que o colombiano, com milhões de motoristas surgindo de todas as direções possíveis e buzinando ao mesmo tempo. Levamos mais de 1h para fazer um trajeto de 10km.

Nossa ideia era dormir mais essa noite em Casablanca e seguir para Marrakech na manhã seguinte, mas estávamos tão chocados com a cidade que resolvemos adiantar o roteiro e partir já no final da tarde. Fomos de Grand-Taxi (muito barato) de Sbata até o porto, que fica perto da CTM, a principal companhia de transportes marroquina. Compramos as passagens para Marrakech por 90Dhs cada (mais 5Dhs pela bagagem despachada), logo antes do embarque (não é necessário comprar antecipadamente pela internet). Nosso ônibus saiu às 18h de Casablanca e chegou às 22h em Marrakech, na sede da CTM no bairro Guéliz.




28/9 - Marrakech

Em um dia ensolarado e com quase 40 graus, passamos o dia rodando por toda a medina e conhecendo as atrações da cidade - tudo é perto e não tem outro jeito de conhecer Marrakech senão a pé. 








29/9 - Marrakech - Imlil

Deixamos as nossas malas na casa do nosso amigo em Marrakech e partimos de manhã, só com as mochilas pequenas, para uma viagem de 3 dias pela região do Alto Atlas, as montanhas mais altas do Marrocos.

Nossa primeira parada foi Imlil, um pequeno vilarejo sem conexão de ônibus, então o transporte até lá é feito de grand-taxi ou de van. Ambos você encontra numa praça perto da medina (não lembro a localização específica, mas basta perguntar para qualquer um na rua, todos sabem onde é o ponto). O preço do trajeto Marrakech-Imlil no grand-taxi é (relativamente) fixo em 50Dhs por pessoa, e na van tudo é altamente negociável - nós conseguimos pagar 40Dhs por pessoa, então fomos de van. Nos arrependemos dessa escolha, pois na van vai mais gente, logo ela pára muito e demora para chegar no destino. A economia de 10Dhs por pessoa, nesse caso, não compensa.

Chegamos em Imlil pelo meio-dia e nos hospedamos na pousada Dar Tighoula, pagando 90 Dhs pelo quarto duplo, com banheiro e café da manhã incluído. Conseguimos esse preço como um desconto especial concedido por um amigo do dono da pousada, que encontramos na rua e foi muito com a nossa cara (não sei por que motivo), pois o preço normal pelo Booking seria 150Dhs. Das 3 noites em que nos hospedamos em pousadas no Marrocos, de longe essa foi a melhor. A pousada Dar Tighoula é aconchegante, bem localizada, os quartos são muito limpos e espaçosos, banheiro e banho muito bons, há uma cozinha que nos deixaram usar para fazer a janta, café da manhã completo... em resumo, recomendamos demais!

A cidade de Imlil é extremamente feia. Porém, quem vai para lá quer mesmo é conhecer as montanhas da cordilheira do Atlas. Imlil é a porta de entrada para o trekking mais famoso do Marrocos, a subida ao cume do Monte Toubkal, o ponto mais alto de todo o norte da África, a mais de 4.000m de altitude. Para fazer essa caminhada são necessários no mínimo 2 dias, e portanto você precisa passar pelo menos uma noite em um refúgio de montanha, o que não é barato, ou fazendo free camping - nesse caso, prepare-se para ventos e temperaturas congelantes. Nós optamos por não fazer essa caminhada muito longa (para economizar dinheiro, tempo e as nossas pernas), e ficar apenas na base da montanha, o que por si só já vale a pena.

Depois de almoçarmos, fizemos uma trilha curta para conhecer a Kasbah (antiga fortificação) du Toubkal. Havia na entrada uma placa cobrando 50Dhs por pessoa, mas não havia ninguém lá para fiscalizar nem para receber o dinheiro, então entramos e conhecemos tudo de graça.





Saindo da Kasbah, seguimos na mesma trilha em direção a 2 cascatas (nada de espetacular, mas legais de conhecer).



No fim da tarde, voltamos para o centro de Imlil fazendo um outro caminho, esse sim muito interessante, passando pelo meio de uma floresta de nogueiras. Os colheiteiros subiam nas árvores a uma altura absurda, com muita facilidade, para pegar as nozes (e nos davam algumas!).




30/09 - Imlil - Oukaimeden - Setti-Fatma

Saímos de Imlil pela manhã, e fomos de carona até Oukaimeden, a mais famosa estação de esqui marroquina. Queríamos muito chegar lá pela estradinha de montanha que liga Asni a Oukaimeden, porém ficamos meia hora esperando uma carona nessa estrada e nenhum carro passou, então desistimos e fomos pelo caminho "convencional" - via Tahnaout e Ourika.

Mesmo fora da estação de neve (talvez até principalmente), Oukaimeden vale muito uma visita. Seguimos subindo a montanha por uma trilha até chegarmos quase ao vilarejo de Tachedirt, que fica encravado nos Atlas. Foram mais ou menos 6km para ir e mais 6 para voltar - fizemos tudo em menos de 4h.





Em Oukaimeden não há opções de hospedagem barata, nem anfitriões do Couchsurfing. Quem faz questão de dormir por lá deve caminhar por cerca de 1h30 até o povoado de Drjeune (acho que era esse o nome que nos falaram, mas não encontro nada na internet!), onde há hospedagem em conta. Não é possível chegar lá de outra forma senão a pé.

No fim da tarde, seguimos de Oukaimeden para Setti-Fatma, a cidade das 7 cachoeiras e capital turística do Vale de Ourika. Ficamos hospedados na pousada Les Jardins (ou algo assim) - não muito boa (dono não muito amigável também), mas bem compatível com o preço de 80Dhs que pagamos pelo quarto duplo com banheiro, sem café da manhã incluído.




1/10 - Setti-Fatma - Marrakech

Começamos o dia fazendo o que todos os turistas de Setti-Fatma fazem: a trilha das 7 cachoeiras! Na verdade, cada um fala um número diferente de cachoeiras (dependendo da interpretação), mas a maioria defende que são 7.

Não há indicação nenhuma por parte alguma, então no começo da trilha nós fomos apenas seguindo os muitos turistas que estavam por ali. A primeira parte do caminho foi demais: sempre costeando o rio e pulando em pedras, passando pelas clássicas mesinhas dentro d'água e pelas muitas "lojas" que vendem os produtos locais. Além disso, muitos macacos pelo caminho!


Fonte: moroccolifetimetours



Depois do primeiro conjunto de cachoeiras, o número de pessoas na trilha já caiu para 10%, mas ainda restaram alguns para nos servirem de guia. Passamos por mais algumas cascatinhas e depois chegamos numa maior, provavelmente a quarta ou a quinta das 7 "oficiais". 



Depois dessa, como não tínhamos a menor ideia do caminho (não é uma trilha, e sim uma subida pelos rochedos) seguimos por conta própria. Subimos incansavelmente a montanha por quase 1h, sem ver uma gota d'água, até que lá em cima encontramos outras pessoas, tão perdidas quanto nós. Todos deduzimos que as cachoeiras restantes deveriam estar atrás de outra montanha, e para chegar lá teríamos que descer por mais um caminho e depois subir de novo. Como não estávamos a fim de arriscar, acabamos voltando de lá pelo mesmo caminho (só mudamos o trajeto no final, depois do primeiro conjunto de cachoeiras, para voltar à cidade por outro lado).

Nossa conclusão é que o melhor a fazer é exatamente aquilo que quase todos fazem: ir só até as primeiras cachoeiras e voltar de lá pelo caminho alternativo, fazendo uma rota circular de aproximadamente 2h, contando com muitas paradas.  Porque as demais cachoeiras são bonitas também, mas nada de muito diferente - o que deixa as primeiras mais interessantes é o cenário completo, o conjunto todo do rio com as mesinhas coloridas e os vendedores.

Todo o nosso passeio nas cachoeiras levou de 4 a 5h. No fim da tarde pegamos uma carona da frente da nossa pousada de volta para Marrakech, chegando lá no começo da noite.




2/10 - Marrakech - Cascades d'Ouzoud - Bin-el-Ouidane - Marrakech

Para esse dia planejamos fazer um bate-volta até as cascatas de Ouzoud, que ficam a cerca de 3h de carro de Marrakech. Na medina de Marrakech, são vendidas excursões em grupo para as cascatas, que estavam custando 25 euros por pessoa (barganhando acredito que o preço possa baixar). Como nós estávamos sendo muito bem sucedidos em todas as tentativas de carona até então, decidimos economizar essa grana e tentar chegar até lá de carona - mesmo sendo desencorajados por todas as pessoas que nos aconselharam.

Realmente, essas pessoas estavam certíssimas: ir para Ouzoud, visitar as cascatas e voltar para Marrakech no mesmo dia, de carona, é uma tarefa praticamente impossível. Além do fato de que você terá que pegar inúmeras estradas diferentes para chegar lá (não é uma linha reta), o grande problema está mesmo em sair de Marrakech: na primeira estrada, 90% dos carros que passam pela pista da direita (onde se pede a carona) são táxis, e cada vez que estendíamos a mão para pedir carona a um carro "normal", obviamente o motorista pensava que queríamos um táxi, e os taxistas que vinham atrás paravam para nós. Tentamos abordar alguns carros num semáforo, mas isso também era quase impossível, pois o sinal fechava por uns 10 segundos e abria de novo. Por todas essas razões, recomendo muito que você embarque na excursão em grupo que custa 25 euros.

Mas como nós chegamos lá? Depois de uma meia hora de fracassos, combinamos de esperar mais um minuto e desistir. E, como a sorte acompanha os viajantes, nesse último minuto parou um carro com 2 amigos italianos que estavam indo justamente para Ouzoud! Sem acreditar em tamanha felicidade, entramos no carro e passamos o dia inteiro com eles, que acabaram se tornando uns dos nossos melhores amigos de viagens.

O parque onde estão as cascatas de Ouzoud tem entrada gratuita. Logo que você chega lá, caminha cerca de 100 metros e encontra um mirante, de onde enxerga as cascatas e o rio de cima.




Em seguida, você faz um trajeto circular de descida até as cascatas, e subida de volta para a entrada do parque. Por um dos lados é uma descida com chão de terra batida, às vezes um pouco íngreme, e por outro lado é uma escadaria. Nós fomos pela descida de terra e voltamos pela escada - é uma trilha tranquila para quem tem o mínimo de preparo físico, só desaconselhável para crianças muito pequenas ou para quem tem dificuldade de locomoção. 


Chegando lá embaixo, você tem a vista completa das cascatas, com dezenas de ângulos para fotografar. É certamente o lugar mais bonito que visitamos em toda a nossa viagem de 25 dias no Marrocos. Pelas fotos do google eu não dava muita coisa, mas pessoalmente é uma vista incrível - tanto que, depois de mais de 1h lá embaixo, foi muito triste ter que subir de volta e me despedir daquele lugar, que se tornou um dos meus favoritos no mundo todo.

Assim como as do google, as nossas fotos também não fazem jus ao que é Ouzoud pessoalmente!

É possível fazer um passeio de barco






Depois do passeio em Ouzoud, que levou cerca de 2h30min, comentamos com nossos amigos italianos que havia um lago muito bonito ali "perto", a barragem de Bin-el-Ouidane. Eles também se interessaram em conhecer, então de Ouzoud seguimos para lá (cerca de 1h30 de carro). Vale a pena dirigir pela estrada panorâmica que passa perto do lago e vê-lo de cima, mas descer com o carro até a beira não é muito interessante.




 No fim do dia, voltamos para dormir em Marrakech.




3/10 - Marrakech - Tiz'nTika Pass - Ait Ben Haddou - Ouarzazate - Boumalne Dadès

Como tivemos grandes problemas em pedir carona na saída de Marrakech no dia anterior, preferimos pegar um ônibus até Ouarzazate. Há 2 empresas que fazem esse trajeto, CTM e Supratours, - ambas ficam perto uma da outra e cobram praticamente o mesmo preço. Nós pagamos 90Dhs por cada passagem. Esse trajeto de ônibus leva cerca de 4h e é feito muito vagarosamente por uma das estradas mais cênicas do Marrocos: o Tiz'nTika Pass - nossa sorte é que o ônibus estava vazio, então ficávamos o tempo todo pulando de um lado para outro do ônibus para tirar fotos pelas janelas dos dois lados.






Ouarzazate é a "porta do Saara", o ponto que marca o começo da região desértica do Marrocos. Sentimos isso literalmente na pele, quando enfrentamos uma tempestade de areia violenta logo no nosso primeiro dia no deserto! Mas, como nossa ideia não era conhecer a cidade de Ouarzazate, e sim Ait Ben Haddou, que fica 21km antes, pedimos ao motorista que parasse no trevo que leva a esse lugar. Mesmo tendo que descarregar nossas malas do bagageiro, ninguém reclamou que descemos do ônibus ali. Desse trevo pegamos uma carona até Ait Ben Haddou, ainda 9km distante. Deixamos nossa bagagem num café próximo à Kasbah, cruzamos a ponte e fomos conhecer essa fortificação, que é a mais famosa e mais interessante do país (entrada gratuita).










Cerca de 1h30 depois de caminhar bastante pela Kasbah de Ait Ben Haddou, voltamos para pegar nossas coisas e conseguimos de imediato uma carona até Boumalne Dadès, onde chegamos à noite. No caminho, passamos por Ouarzazate, onde, se tivéssemos mais tempo, teríamos parado para conhecer outra Kasbah e o grande estúdio de cinema da cidade. 





4/10 - Boumalne Dadès - Gorge du Dadès - Tinghir

Esse foi outro dos melhores dias da viagem: dedicamos o dia inteiro para conhecer as atrações da Gorge (garganta) du Dadès, um dos mais incríveis desfiladeiros do mundo. A maioria dos turistas conhece o Dadès rapidamente - pega o carro, sobe até o famoso mirante das curvas da estrada, tira fotos e desce de volta - o que é uma pena, pois a região tem muito mais a oferecer.

Fomos a pé da casa onde estávamos até o começo da estrada que leva ao desfiladeiro (muito perto). De lá, fomos de carona até o último ponto interessante da estrada, 32km acima, onde o rio Dadès oferece uma paisagem incrível. 




Caminhamos bastante por ali, e depois descemos os 32km de volta pipocando de carona em carona - cada vez que a estrada fazia uma curva bonita, descíamos para ver e esperávamos a próxima carona.


Fizemos uma parada longa no cânion Pattes de Singe (patas de macaco), onde queríamos fazer uma trilha circular de 1h30 passando pelo meio do desfiladeiro. Achávamos que seria muito tranquilo fazer isso sozinhos, mas por sorte encontramos um "guia" no começo do caminho. Ele disse que a trilha não era nada sinalizada, e que jamais acharíamos o caminho certo sozinhos, e além disso havia partes alagadas onde não conseguiríamos passar também sem a ajuda dele. No começo recusamos, pois não queríamos pagar nada, mas quando começamos a caminhar ele se mostrou realmente preocupado e disse que nos acompanharia de qualquer forma, e que não precisávamos pagar nada a ele. Sendo assim ok, aceitamos, e foi a nossa sorte, pois de fato jamais acharíamos aquelas entradas sozinhos e em hipótese alguma passaríamos pelos lugares onde passamos com a ajuda dele. Com uma agilidade  e uma força absurdas, ele pulava de pedra em pedra e nos levou para cima e para baixo - às vezes até nas costas dele, para que não nos molhássemos (eu não teria problema em me molhar, mas depois não poderíamos pedir carona!) ou porque não tínhamos condições mesmo de pular aquelas alturas imensas sozinhos. Foi a maior aventura da viagem, e quando terminou nem acreditamos que tínhamos sobrevivido! Obviamente recompensamos ele no final, e tudo o que demos certamente foi pouco pelo que ele nos proporcionou.

Para fazer a trilha do Pattes de Singe, então, recomendo muito que você contrate um local para que vá com você - no povoadinho onde a trilha começa certamente você encontrará algum.









Depois disso, seguimos descendo a estrada até a entrada da Cascade (uma cascata que não tem nome), no povoado de Ait Ouglif. Seguimos uma trilha de cerca de 15min (só ida) até a cascata, costeando o rio.





Depois de concluídas as atividades na Garganta do Dadès, já no fim da tarde, voltamos para Boumalne para pegar nossa bagagem e fomos de carona até Tinghir, por uma estrada que passa pelo meio do deserto.




Tivemos um pequeno perrengue nessa viagem: uma inundação em pleno Saara! Para a nossa surpresa, nos disseram que isso é relativamente comum de acontecer quando chove na região. Tivemos de esperar cerca de 1h30 até que o nível da água baixou e os carros puderam cruzar o alagamento e seguir viagem. 


Enchente no deserto



5/10 - Tinghir - Gorge du Todra - Errachidia

De manhã, fomos de carona de Tinghir até a grande atração da cidade: a Garganta do Todra, distante 15km. É muito mais turística que a Garganta do Dadès, mas muito mais sem graça - é interessante, e claro que vale conhecer, mas não é mais que um rio marrom que corre entre paredões. Ficamos 1h lá e foi tempo mais que suficiente para ver tudo, caminhar por ali e tirar muitas fotos.





Voltamos para Tinghir, pegamos nossas coisas, e à tarde pretendíamos ir para Merzouga, a cidade encravada nas dunas do Saara, bem próxima à fronteira com a Argélia. Porém, pegamos uma carona que nos levou até um caminho alternativo (que também leva a Merzouga, porém mais longo), e justamente nesse caminho a estrada estava fechada devido a inundações. Como já era meio tarde e não queríamos voltar tudo para ir a Merzouga pelo caminho "certo", decidimos passar a noite em Errachidia, que não estava muito longe e onde conhecíamos também um amigo do Couchsurfing, pois dormiríamos na casa dele dali a 2 dias, depois de visitarmos Merzouga.

A cidade de Errachidia, em si, não tem nada de bonito para ver - foi apenas nosso ponto de apoio para não fazermos um trajeto muito longo até Merzouga naquele mesmo dia.

 



6/10 - Errachidia - Merzouga 


De manhã, como não tem nada para fazer em Errachidia, aproveitei e fui conhecer um dos famosos "hammam". Como a maioria dos marroquinos tradicionais não tem o hábito de tomar banho em casa, o hammam funciona como uma mistura de sauna com casa de banho, onde eles vão para relaxar, como se fosse uma sauna normal, mas também para se lavar - levam milhões de utensílios de banho e ficam horas lá dentro, pois não é todo dia que vão, então a limpeza precisa ser forte. Eu achei bem sem graça, pois a temperatura não era alta o suficiente como a de uma sauna, e não tem lugar para sentar - todos sentam no chão mesmo, o que é bem desconfortável. Os hammam estão presentes em todas as cidades do Marrocos, e o preço de entrada varia entre 10 e 15Dhs por pessoa.

Pelo meio-dia, fomos a Merzouga de carona. Decidimos não sair antes desse horário pois seria inútil - a areia do deserto estaria quente demais, além da própria temperatura do dia, e não conseguiríamos aproveitar nada. 


Chegando em Merzouga

Nos decepcionamos com a extrema feiúra da cidade, que é muito turística, e procuramos uma pousada, pois não tínhamos encontrado ninguém muito legal no Couchsurfing e sabíamos que a hospedagem na região seria barata. Acabamos ficando no Gite Gout du Saara, na "rua principal", pagando 100Dhs pelo quarto duplo, com banheiro compartilhado. Não gostamos dessa pousada, pois era suja e o banho gelado. Mas nossa diária incluiu um café da manhã muito bom, com chá, pão, manteiga, queijo e bolos, o que compensou nossa estadia - afinal, pagando menos de 5 euros por pessoa, não dá pra querer muito luxo, né?

Pelas 5h da tarde, com o sol já mais fraco, começamos nossa caminhada pelas dunas, que ficam a menos de 1km do centro de Merzouga. Por lá, encontramos muita insistência para que montássemos nos dromedários, o que jamais faríamos, pois somos contrários a qualquer tipo de atividade turística que envolva animais. Esses dromedários amarrados um no outro pela boca não tiveram nem nunca terão o nosso incentivo. E não recomendo que ninguém faça esse passeio - não só porque eu sou contrário, mas porque realmente não há a menor necessidade: além de todo mundo falar que é super incômodo sentar na corcova, que dói as costas, a bunda e tudo mais, você pode perfeitamente chegar a pé aos mesmos lugares que você iria com o dromedário, inclusive aos acampamentos! Ou melhor: pode ir a lugares bem mais interessantes, como o topo das maiores dunas, de onde você pode ter uma vista panorâmica do deserto e ver o nascer ou o pôr do sol. Quando já tínhamos chegado no topo há um tempão, tirado inúmeras fotos e o sol já estava se escondendo, um grupo de turistas tinha acabado de chegar de dromedário ao acampamento (pois essa é a hora que eles vão). Eles tiveram que subir correndo (para não dizer voando) a duna, chegaram lá em cima quase morrendo, e ainda perderam o pôr do sol!




Um dos acampamentos turísticos no deserto, visto do topo da duna



Depois que todos os turistas já tinham deixado o topo da duna, nós 2 fomos os únicos que permanecemos lá, esperando o anoitecer. Tivemos uma bela surpresa quando vimos o nascer da lua, enorme e vermelha - nem sabíamos que era noite de lua cheia, não tínhamos planejado nada, e quando vimos estávamos no meio do deserto do Saara debaixo da lua cheia e o céu mais estrelado que eu já vi. Experiência inesquecível! Ficamos horas lá em cima e só tarde da noite voltamos para a pousada.








7/10 - Merzouga - Source Bleue de Meski - Errachidia

De manhã, indiada monstra: seguimos o péssimo conselho do dono da pousada e fomos conhecer um suposto lago que havia ali perto de Merzouga, chamado Dayet Srij. Até dava para chegar lá de carona, porém era uma estradinha tão deserta (sem trocadilhos) que nenhum carro passou, de modo que fizemos todo o caminho de mais de 5km a pé, debaixo do sol em pleno deserto. Chegando lá, surpresa: o lago havia secado e não restava uma gota d'água! Como se não bastasse, no caminho de volta passaram diversos carros na direção contrária (a ida) e nenhum na que estávamos indo, então tivemos que voltar os mais de 5km caminhando até a pousada, totalizando uns 11km e 2h de perda de tempo.

Em seguida, pegamos carona de volta para Errachidia na mesma estrada que usamos para chegar a Merzouga no dia anterior, mas dessa vez fizemos algumas paradas. A primeira foi em um chafariz que, pelo que eu entendi, é uma fonte de água natural.



Logo, fomos até um mirante que fica no lado esquerdo da estrada (sentido Merzouga - Erracidia) - não sei o nome da localidade, mas você vai vê-lo facilmente se fizer esse trajeto.



Depois, fomos também de carona até a Source Bleue de Meski, que é uma mistura de piscina natural com artificial - não entendi muito bem o que é aquilo. Mas é um lugar muito interessante, e depois do calorão que tínhamos passado caminhando aqueles 11km de manhã, foi uma recompensa poder mergulhar no piscinão. A entrada custou, se eu não me engano, 5Dhs por pessoa.




Saindo da Source Bleue, ainda demos uma caminhada ali pelos arredores do povoado, onde há uma ruína (fotos perdidas e não achei nenhuma na internet). Em seguida rumamos para Errachidia, chegando lá no fim da tarde.



8/10 - Errachidia - Floresta de Cedros - Azrou

Saindo da zona do Saara, fizemos uma longa viagem para o norte. Conseguimos uma carona direta de Errachidia até Azrou (mais de 4h de viagem, com direito até a convite para almoço no caminho!). 


Logo na saída de Errachidia, fomos presenteados com a vista desse lago verde, na região de Ziz Gorge:





Depois disso a estrada é monótona - mas passadas umas 2h de viagem, quando começam a aparecer as montanhas, pois estamos entrando na região do Médio Atlas, a paisagem fica espetacular outra vez:







8km antes da entrada de Azrou, descemos na floresta de cedros conhecida por abrigar uma árvore milenar (o Cèdre Gouraud) e muitos macacos. Deixamos nossa bagagem numa das tendas que vendem souvenirs na entrada da floresta e entramos na trilha de 4km que leva até a antiga árvore. Na verdade há outra trilha, por outra entrada, que é mais curta que essa, mas gostamos muito de fazer todo esse trajeto, que é muito bonito, no meio dos cedros e dos macacos.

Macaco roubando a nossa água







Na verdade, na cidade de Azrou não tem nada para ver ou fazer. O que queríamos conhecer mesmo era a floresta de cedros, e usar Azrou apenas como base para dormir. Só que isso se revelou uma ideia tola, pois seria muito mais fácil seguirmos direto para Ifrane, nosso próximo destino, que estava apenas 35min distante, do que ter que entrar em Azrou apenas para dormir. Mas valeu a pena pois ficamos na casa de um amigo muito legal do Couchsurfing, e a família dele nos ofereceu um café que eu sempre vou lembrar como uma das melhores coisas que já comi na vida - tudo era simples (pães caseiros, manteiga, queijo, geleias, mel e bolachas doces), mas tudo inacreditavelmente saboroso, com certeza a nossa melhor refeição no Marrocos.




9/10 - Azrou - Ifrane

Entre Azrou e Ifrane, de carro, leva-se menos de meia hora. Chegamos lá de manhã cedo, deixamos nossa bagagem na casa do nosso anfitrião do Couchsurfing e passamos o dia inteiro com ele, conhecendo a cidade. Ifrane se orgulha de ser a segunda cidade mais limpa do mundo (perdendo para Lausanne, na Suíça) e ostenta um estilo de vida e arquitetura europeus.

1 dia foi suficiente para passear bastante e ver tudo. Fomos no centro, no mercado, no lago e no portão de entrada da famosa Universidade Al Akhawaynf - fizemos de tudo para conhecê-la por dentro, mas infelizmente só os estudantes são admitidos, e é uma pena pois é o que tem de mais bonito em Ifrane. Se você digitar "Ifrane" no google, as primeiras e mais bonitas fotos que aparecem são do interior da universidade, que você não vai conhecer.


Parque em Ifrane

Casas e mansões em estilo europeu

Ainda, nosso amigo nos levou para visitar o Resort Farah Inn, uma espécie de condomínio de casas, com ruas muito bonitas e a piscina mais fotogênica que eu já vi. A entrada nesse Resort é gratuita (na verdade não pedimos permissão para entrar, mas como eles publicaram na página deles todas as minhas fotos também sem pedir permissão, ficamos empatados).







Em Ifrane recomendamos muito o restaurante que fica nos fundos do mercado público (infelizmente não anotamos o nome, mas é fácil de achar), um lugar muito barato - numa cidade onde tudo é caro - e com uma comida excelente.

Tanto em Azrou como em Ifrane pegamos temperaturas bem agradáveis durante o dia, e à noite fez frio (menos de 10 ºC).



10/10 - Ifrane - Michlifen - Fes

Michlifen é uma pequena estação de esqui situada a 25km de Ifrane. Como nós tínhamos tempo sobrando, pois devido à extrema facilidade em conseguir caronas nosso roteiro estava adiantado, decidimos ir até lá mesmo fora da temporada, quando não há nada para fazer. É um lugar bonito, com montanhas e florestas, mas nada de mais, se comparado com outras coisas que vimos no Marrocos.



De Michlifen voltamos para Ifrane pela mesma estrada, e então seguimos viagem para Fes (pouco mais de 1h de carro). 

Em Fes fazia um calor absurdo (assim como em Marrakech), contrastando muito com o frio de Ifrane, que fica tão perto. Visitamos primeiro os Túmulos Merenid, um conjunto de ruínas que fica num ponto alto da cidade e tem vista de um lado para as colinas verdes e do outro para a medina. A entrada  é gratuita e se chega lá de carro tranquilamente.




Depois, descemos a montanha a pé e fomos até a medina. Achamos essa a pior medina que visitamos no Marrocos (fomos em 8), pois é absurdamente caótica. A principal atração turística lá dentro é visitar as "tanneries", onde se prepara o couro. A entrada nas tanneries é gratuita (embora seja feita por dentro de lojinhas e se espere que você compre alguma coisa) e o cheiro é certamente o pior que eu já senti na vida.

Tannerie

Resumindo, achei Fes insuportavelmente quente, caótica e fedorenta - a pior cidade que visitamos no Marrocos.



11/10 - Fes - Chefchaouen

Como Fes é uma cidade grande, achamos mais sensato pegar um ônibus para Chefchaouen ao invés de pedir carona, pois demoraríamos muito até conseguir sair do centro e pegar a estrada. Compramos passagens com os ônibus "normais", que os marroquinos usam, e pagamos 50Dhs por pessoa. As passagens com as melhores e mais turísticas empresas (como a CTM) seriam, se eu não me engano, 70Dhs.

Chefchaouen (que é chamada de El Aiún no Google Maps), ao contrário de Fes, foi uma das cidades que mais gostamos no Marrocos. É conhecida por sua medina onde todas as casas são azuis, o que a tornou um dos cartões postais do país. Como já chegamos lá no fim da tarde, fomos direto para a Mesquita Espanhola, um mirante de onde se tem a vista do pôr do sol sobre a medina. Para chegar lá, partindo da medina, se faz uma pequena trilha com uma subidinha de 20min, bem tranquila.



Partindo da Mesquita, há ainda outra trilha pelas montanhas, a "Eurafrica Trail" - nós só fizemos uma parte pequena e já voltamos. No caminho, muita gente vai lhe oferecer drogas - Chefchaouen é famosa também por isso, quem quer usar drogas vai para os morros para comprar e consumir. Mas basta recusar e ninguém vai lhe fazer mal algum.



12/10 - Chefchaouen

Com um dia inteiro na cidade, conseguimos explorar bem cada esquina da medina. Como estávamos com nosso amigo do Couchsurfing, ele nos levou para conhecer os lugares mais interessantes e fotogênicos. Se estivéssemos sozinhos, era bem provável que passássemos o dia vagando pela medina e não chegássemos à metade dos lugares que visitamos - não é pra qualquer um andar por aqueles becos e saber exatamente em qual ruazinha virar para ter os melhores ângulos. Recomendo que, se você está sozinho e tiver condições, contrate um guia local para lhe acompanhar nesse passeio pela medina. 






Nesse dia fomos ver o entardecer do outro lado da cidade, de um mirante na frente de um hotel e um camping. Foi bom para diversificar, mas nem se compara com a vista que tivemos no dia anterior, da Mesquita Espanhola.



13/10 - Chefchaouen - Akchour - Chefchaouen

Nesse dia fizemos um bate-volta desde Chefchaouen até as cascatas de Akchour, que ficam a 50min de carro.

Nós fomos de carona, mas para chegar lá você pode dividir um grand-taxi com outros turistas - sempre há muita gente indo para lá, principalmente de manhã.

Logo no começo do parque onde ficam as cascatas (entrada gratuita), passando o estacionamento, fomos presenteados com a vista desse lago verde, o que por si só já teria valido o passeio:




Em seguida começamos a trilha. São mais de 2h até chegar à grande cascata, em passo rápido - no caminho, passamos por cachoeiras menores, subidas, descidas, diversos tipos de paisagem e até macacos. Não é recomendável para quem não tem um bom preparo físico.

Ficamos mais de 1h na área da cachoeira, onde tem um "restaurante" onde se pode almoçar. E finalmente voltamos (mais 2h). 





Como pensamos que a trilha duraria o dia todo e terminaríamos só à noite, planejamos fazer esse passeio num bate-volta desde Chefchaouen, voltando para dormir lá. Mas acabou não sendo uma boa ideia, pois terminamos à tarde e Akchour ficava já na metade do caminho entre Chefchaouen e o nosso próximo destino, a praia de Oued Laou. Teria sido bem mais fácil já ir com toda a bagagem para lá, deixar com alguém no começo da trilha, e no fim da tarde já seguir viagem. 

A recompensa de ficar mais uma noite em Chefchaouen foi outro pôr do sol na Mesquita Espanhola!





14/10 - Chefchaouen - Oued Laou - Tétouan - Martil - M'Diq

Saímos cedo de Chefchaouen rumo ao litoral do Mediterrâneo. Nossa primeira parada foi Oued Laou, uma praia nada turística (éramos os únicos por lá) com uma formação rochosa interessante na beira do mar.

A estrada montanhosa entre Chefchaouen e Oued Laou

Praia em Oued Laou

Almoçamos lentilha num restaurante no calçadão, de frente para a praia (não lembro o nome, mas era o último restaurante da beira-mar, para o lado sul). A comida era muito boa e muito barata - comemos demais por 10Dhs/pessoa, menos de 1 euro!

Em seguida fomos para Tétouan, uma cidade grande onde caminhamos pela medina e fomos a um mirante, num ponto elevado. 



Mas o que mais me impressionou em Tétouan não foram esses pontos turísticos, e sim algo que nunca vi em nenhum outro lugar do mundo: a absurda popularidade do jogo "ludo"! Pouco conhecido aqui no Brasil (eu só jogava quando criança), o ludo é mais que um lazer em Tétouan - é uma febre, um estilo de vida. Passamos por inúmeros bares, em vários pontos da cidade, cheios de mesinhas na rua onde bandos de pessoas acompanhavam partidas emocionantes de ludo - chegava a ter mais de 15 pessoas em cada mesa. Quando a partida acabava, quem perdia dava lugar aos próximos competidores. Nós mesmos fomos a um bar onde recebemos, junto com o chá de menta que pedimos, o clássico tabuleiro de ludo, com as peças e os dados - como se fosse a coisa mais normal do mundo. Claro que não pudemos deixar de competir com nosso amigo do Couchsurfing, que fazia todas as jogadas com uma rapidez absurda de quem joga dezenas de partidas por dia.

Depois de nos vencer no ludo (nem quero imaginar o que aconteceria se perdesse!), nosso amigo nos levou para conhecer Martil, a praia mais próxima de Tétouan, onde vimos um bonito entardecer.





Já à noite, ele nos levou para dormir na casa de veraneio da sua família, bem na beira do Mediterrâneo, ao norte da vila de M'Diq.



15/10 - M'Diq - Ceuta - Tanger

De manhã conhecemos M'Diq, já que no dia anterior chegamos à noite e não vimos nada. A cidade em si não é bonita, a única coisa que vale a pena é ver esse restaurante da foto:



Seguindo viagem, fomos conhecer um lugar bem peculiar: Ceuta, um território espanhol em plena África. Para entrar lá, tivemos que passar pela fronteira e carimbar nossa saída do Marrocos e a entrada na Espanha, o que demorou 1h.

O centro de Ceuta é pequeno e pode ser conhecido a pé em poucas horas. Para os fãs dos supermercados europeus (como nós), a boa notícia: tem um ótimo Lidl em Ceuta e uma Mercadona está em construção!




Ceuta não é um destino imperdível, mas já que estávamos lá por perto aproveitamos para conhecer. 

A saída da Espanha/entrada no Marrocos foi mais rápida, e no fim da tarde seguimos para Tanger

À noite ainda tivemos tempo de dar uma longa caminhada pelo calçadão de Tanger, e gostamos bastante da orla (que é mais bonita à noite do que de dia).




16/10 - Tanger

Esse foi o único dia perdido de toda a nossa viagem de 98 dias, em que realmente não fizemos NADA: acordei me sentindo mal (depois de 20 dias de comida marroquina é o esperado) e fiquei de cama até de noite, vomitando, comendo arroz puro e tomando gatorade!



 
17/10 - Tanger

1 dia inteiro em Tanger foi suficiente para ver tudo o que queríamos. 

Primeiro fomos até as Grottes d'Hércule, um grupo de cavernas à beira-mar, a uns 25min de carro do centro da cidade. Eu tinha lido que a entrada às cavernas custava 10Dhs, mas chegando lá não havia nenhuma bilheteria e o acesso estava liberado, então conhecemos tudo de graça. Levamos cerca de 2h na visita, fazendo tudo bem devagar e tirando muitas fotos, contando o tempo que passamos dentro das cavernas e também o passeio que demos na praia e nos rochedos ali perto.





Depois, fomos para a medina de Tanger, onde ficamos passeando por mais umas 2h.



Por fim, fomos ver o pôr do sol no Cabo Malabata (15min de carro do centro). 




18/10 - Tanger - Asilah - Salé - Rabat

De manhã, fomos de grand-taxi até Asilah (20Dhs por pessoa). Lá, caminhamos por toda a medina e também fomos à praia. Há um mirante de onde se tem uma vista bonita de toda a cidade, porém nesse dia ele estava fechado.




À tarde, fomos para Salé, cidade que fica ao lado de Rabat - ambas são separadas pelo rio Bu Regregue. Salé não tem nada de mais, nós só fomos porque o homem que estava nos dando carona era de Salé e fez questão de nos levar para um tour pela cidade dele.

Finalmente, chegamos à capital do Marrocos, Rabat, quando já era noite.



19/10 - Rabat - Bouznika - Casablanca - Rabat

Em Rabat, começamos o dia com um passeio pela medina e pela Kasbah des Oudayas.

Fonte: L'Internaute


Em seguida fomos para a orla, onde visitamos o farol e os rochedos em volta.

Fonte: Dreamstime.com

Depois disso, pegamos uma carona até Bouznika (40min de Rabat), onde passeamos pela praia e pela Kasbah. 


 
Como nosso primeiro dia de viagem, em Casablanca, tinha sido muito corrido, aproveitamos que já estávamos perto (a 45min de lá) e decidimos voltar, fechando nosso círculo pelo Marrocos. Fomos direto para a única coisa bonita da cidade: a Mesquita. Mas dessa vez fomos também para o mirante de onde se vê a mesquita de longe, que fica 2,5km à esquerda, olhando de frente para o mar.


Um pouco da mesquita por dentro, que eu vi quando abriram a porta!


Esperamos anoitecer para ver a mesquita iluminada e depois voltamos para dormir em Rabat.





20/10 - Rabat

De manhã nossa amiga do Couchsurfing nos levou para dar uma volta panorâmica de carro pela cidade. Depois, fomos visitar a Torre Hassan II e o Mausoléu que fica em frente.

Torre Hassan - Fonte: The Telegraph
 
Mausoléu - Fonte: Destinos para Viajantes


Em seguida, passamos pelo Palácio Real, aberto ao público para visitação gratuita - porém, para o nosso azar, o rei estava lá e não pudemos entrar.

Por fim, fomos conhecer a Chellah, que é um conjunto de ruínas deixadas pelas primeiras civilizações que habitaram o Marrocos. A entrada custa 10Dhs por pessoa.

Entrada da Chellah - Fonte: Morocco Travel Guide, Travel information Morocco
Por dentro da Chellah - Fonte: Travel Junkies

No fim da tarde, embarcamos no aeroporto de Rabat (que na verdade fica em Salé) para Girona, na Espanha, e continuamos a viagem por lá!


_____________________________________________________



Leia também:

Dicas e informações gerais sobre o Marrocos


E curta a nossa página no Facebook: Turismo sem Clichê




























Nenhum comentário:

Postar um comentário