sábado, 29 de outubro de 2016

Sul da Espanha: dicas e roteiro de 2 semanas



Nos posts anteriores, publiquei os roteiros que vamos fazer na Romênia e na Bélgica.

Antes de chegarmos na Romênia, porém, temos um dia livre em Madrid (04/11), já que o nosso voo chega lá de manhã cedo, vindo do Brasil, e só no fim da tarde embarcamos para Bucareste. Como ficar o dia inteiro no aeroporto não parecia muito agradável, e nós já conhecemos Madrid, resolvemos alugar um carro no aeroporto e passar o dia em alguma cidade vizinha.

A escolhida foi Manzanares el Real, que fica a 46km do aeroporto de Madrid, numa região montanhosa chamada Serra de Guadarrama. Elegemos esse destino porque, além da distância ideal, a cidade tem 2 atrações que nos chamaram a atenção: o Castillo de Los Mendoza, um castelo medieval, e a Charca Verde, uma espécie de lagoa de água verde que se forma no leito do rio Manzanares. Acho que para quem curte natureza essa é uma ótima pedida em caso de longas conexões em Madrid, mas vamos primeiro testar e na volta eu escrevo um post sobre isso!

Além desse dia aleatório em Manzanares, depois de viajarmos pela Romênia e pela Bélgica vamos passar outros 13 dias na Espanha.

Ano passado ficamos um mês no país, e conhecemos toda a metade norte e também a Ilha de Mallorca. Veja os posts:






Roteiro de toda a viagem (que acabou sendo um pouco modificado, mas serve de base)



E agora, este ano, queremos explorar o que ficou faltando: a região da Andalusia, no sul.



A grande atração da Andalusia: pequenos povoados brancos - Fonte: cadizturismo.com



Como faremos o roteiro pela Andalusia?


Mais uma vez, de carro. A Espanha é o país mais barato que eu conheço para se alugar um carro, como eu já falei nos outros posts - nao é à toa que um ano e meio depois já estamos voltando para lá! Além disso o combustível também tem um bom preço, se comparado a outros países da Europa (ano passado o litro de gasolina estava a cerca de 1,25 euro). Para completar, as estradas são bem pavimentadas e sinalizadas, o serviço de limpeza de neve no inverno é muito eficaz, os limites de velocidade são altos, o trânsito flui, aparentemente não há muitos radares (em 1 mês dirigindo não tive nenhuma multa) e os pedágios são poucos e localizados apenas em algumas áreas.

Em seguida vou escrever um post específico sobre como alugar um carro muito barato na Espanha, sem cair em pegadinhas das locadoras.




Onde ficaremos hospedados?

Mais uma vez, vamos usar o Couchsurfing. Por incrível que pareça, em grandes cidades espanholas foi bem mais difícil encontrar hosts do que em lugarejos de 3 ruas da Romênia, mas mesmo assim encontramos nossos anfitriões em quase todas as cidades - ainda faltam algumas, porque a maioria das pessoas ainda não sabe o que estará fazendo em dezembro, então pediram que a gente entre em contato em uma data mais próxima da nossa chegada.




Qual a melhor época para visitar essa região?

Enquanto no resto da Europa todos evitam o inverno, aqui no sul da Espanha não tem época melhor: as temperaturas amenas (de 10ºC a 15ºC) são ideais para se fazer turismo, o que torna a Andalusia um dos destinos mais indicados para se conhecer no velho continente durante o inverno (claro, se o seu objetivo não for neve/esqui). Afinal, no verão, com os termômetros acima dos 40ºC, ninguém tem disposição para bater perna pelas cidades - mas claro, se o seu objetivo exclusivo for ficar na praia o dia inteiro, vá no verão!



Providências prévias para uma viagem à Andalusia:

Existem 2 passeios pagos muito turisticos e considerados imperdíveis na região: a Alhambra (conjunto de construções árabes, em Granada) e o Caminito del Rey (a antiga "trilha mais perigosa do mundo", que foi reformada ano passado e agora é segura e controlada). Esses 2 passeios são muito concorridos, e precisam ser reservados com antecedência pela internet - se cair de paraquedas nesses lugares, sem uma reserva prévia, provavelmente você não conseguirá visitá-los.

Quanto à Alhambra: nós olhamos os preços (mais de 15 euros por pessoa), olhamos para o tempo que nós tínhamos no roteiro... e decidimos perder o imperdível! Alguém que goste muito de arte ou de história certamente gostaria também de nos matar, mas estamos viajando na economia e decidimos não gastar mais de R$ 50 cada um para conhecer o conjunto de edifícios que é uma das atrações mais concorridas do mundo.

Sobre Alhambra, você pode ler aqui



A vista de Alhambra de um mirante em Granada - esse é de graça e nós vamos visitar! Fonte: www.safarin.net

Quanto ao Caminito del Rey: esse, realmente impossível evitar - se fosse 100 euros, pagaríamos 100 euros (mesmo que daqui a 100 anos). Mas felizmente eles não sabem disso e nos cobraram só 11,55 euros por pessoa - ingressos comprados pelo site oficial, que inclui o acesso à trilha suspensa + ônibus de retorno ao ponto inicial, após o fim do percurso.

Apesar de estarmos muito ansiosos e satisfeitos em poder fazer esse passeio, tem 2 coisas que eu não gostei nem um pouco na administração do Caminito. A primeira foi que mandei um e-mail perguntando se poderíamos ter cortesia no ingresso em troca de eu escrever um post contando a nossa experiência e divulgando o atrativo - e nem sequer me responderam, nem que sim nem que não. E a segunda é uma cláusula dos termos de aceitação que diz que, em caso de mau tempo, eles cancelam a excursão e NÃO reembolsam o valor - ou seja, se ELES acharem que está chovendo ou ventando forte, simplesmente marchamos nos 23 euros, o que eu achei completamente absurdo. Afinal, se você tem um voo marcado e o avião não sai devido ao mau tempo, você simplesmente perde a passagem? É claro que não! Enfim, tivemos que nos sujeitar a essa regra, e agora é rezar para que o tempo esteja firme...



Quase 8km de passarelas suspensas no Caminito De Rey - Fonte: Offitravel



Quanto tempo ficar nessa região (com um carro alugado)?


Nosso roteiro ficou bem mais corrido do que eu gostaria. Nós fizemos um esboço do itinerário e então compramos as passagens, calculando que 13 dias seria suficiente - mas, quando fui montar o roteiro bem específico, acabei descobrindo dezenas de outros lugares que queria conhecer. Como não abrimos mão de nada (só de Alhambra, mas não foi difícil), o resultado foi uma série de encaixes de cidades e atrações no meio do caminho que resultou nesse roteiro apressado, coisa que eu sempre evito, mas que dessa vez acabou acontecendo.

Se eu fosse comprar as passagens agora, reservaria no mínimo 17 dias (contando com a partida e o retorno em Madrid). Mas, dessa vez, o jeito vai ser acordar cedo e dormir tarde todos os dias, aproveitando ao máximo tudo o que pudermos conhecer!






Roteiro de 13 dias pelo sul da Espanha



5/12 – Chegada em Madrid às 8h50 – pegar carro no aeroporto - 55' - Toledo - 40' - Consuegra

6/12 – Consuegra - 2h50 - Córdoba


Córdoba - Fonte: Forbes Brasil

7/12 – Córdoba - 1h35 - Sevilha

8/12 – Sevilha - 1h30 - Cádiz  – 45’ - Arcos de la Frontera



9 e 10/12 - Rota dos Pueblos Blancos (não sabemos em qual dessas cidades vamos dormir dia 9):

Arcos de la Frontera – 25' - El Bosque - 30' – Grazalema – 30’ - Zahara de la Sierra – 35' - Olvera  – 25’ - Setenil de las Bodegas  – 30’ - Ronda



 
11/12 – Ronda – 55' - Caminito del Rey (visita agendada às 9h30) – 1h40 – Granada

12/12 – Granada - 45' - Sierra Nevada - 45' - Granada

13/12 – Granada - 45’ – Guadix – 1h10 – Almeria (atravessando o Deserto de Tabernas)




 14/12 – Almeria - 35' - Faro de Cabo de Gata e Arrecife de Las Sirenas - 30' - Playa de Mónsul - 35' - Mirador de las Amatistas - 10' - Las Negras - 25' - Agua Amarga (caminhada de 3km pela praia até Cala de Enmedio) - 5' - Playa de los Muertos - 45' - Antas




15/12 - Antas – 1h30 - Bateria de Castillitos (Cartagena) - 1h30 - Salina de Torrevieja - 50' – Alicante

16/12 – Alicante

17/12 – Alicante – 1h35 – Alcalá del Júcar – 1h55 - Cuenca - 1h45 - Madrid

18/12 – Madrid – devolver o carro no aeroporto - vôo de volta para o Brasil às 7h40








No próximo post, saiba como alugar um carro muito barato na Espanha!

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Leia também:






Roteiro de toda a viagem (que acabou sendo um pouco modificado, mas serve de base)




segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Bélgica, Luxemburgo e França: dicas e roteiro de 10 dias



No último post, publiquei o nosso roteiro de 3 semanas pela Romênia. De lá, embarcamos para a Bélgica e vamos aproveitar para conhecer também Luxemburgo (sempre é bom conquistar mais um território) e um pedacinho da França, perto da fronteira com esses países.

Fazia tempo que eu queria visitar com calma essa região da Europa - já conheci todos os países ao redor, mas nunca pisei na Bélgica nem em Luxemburgo. Como expliquei no post anterior, as passagens da Romênia para Charleroi (Bélgica) com a Ryanair são muito baratas, então decidimos aproveitar essa oportunidade perfeita e fazer os 2 roteiros numa viagem só. 



E que meio de transporte vamos usar?

Todos as opiniões que lemos na internet, principalmente as de brasileiros, apontam para a solução mais óbvia: fazer um roteiro de trem. Eu não tenho nada pessoal contra trens, mas sinceramente nunca entendi essa fixação que as pessoas têm em relacionar uma viagem à Europa com trens. Eles podem até ser confortáveis e mais rápidos que os ônibus - porém, para quem quer economizar, o trem deve sempre ser a ÚLTIMA alternativa a ser considerada. Esteja certo de que qualquer outro meio de transporte hoje em dia é mais barato que trem, em quase qualquer lugar do mundo: ônibus, carro, avião ou até mesmo um cruzeiro de navio (sim!). Se você viaja com pouco dinheiro, procure sempre optar por esses meios de transporte.

O meu jeito preferido de viajar é sem dúvida de carro (uma ironia, porque eu não gosto de dirigir), e foi por ele que optamos na Bélgica: total flexibilidade, muito conforto, quase nada de perrengue e - sim! - preços baixos. É uma pena que pouca gente saiba como custa barato alugar um carro em quase qualquer país da Europa - basta ter paciência e dedicação para pesquisar as melhores tarifas. 




Alugando o carro

Depois de muita procura, nós reservamos o carro com a companhia Europcar (minha primeira vez com essa locadora), através do site de sempre: o Economy Car Rentals (o mesmo da Romênia).

Falando desse site, via de regra ele é o mais barato - inclusive, o valor sai bem mais em conta reservando por ele do que se você alugar direto com as locadoras, sem intermediários (embora isso não faça o menor sentido). Eu já aluguei carro pelo Economy na Bósnia, na Eslovênia e na ilha de Mallorca - e só nessa última tive um problema (contornável), que relatei neste post (roubada nº 1). O atendimento deles via e-mail é bom: em geral respondem prontamente e esclarecem qualquer dúvida.

Para o período total da locação (10 dias), o valor foi de 6 euros (já descontados no cartão de crédito) + 139,21 euros a serem pagos localmente, na retirada do veículo. Todas as taxas possíveis já estão inclusas neste valor. Por coincidência, é só 1 euro a menos do que pagaremos pelo carro da Romênia - a diferença é que lá vamos ficar mais que o dobro do tempo! Essa reserva pode ser cancelada gratuitamente até um dia antes do início da locação, e nesse caso inclusive a taxa cobrada no cartão será devolvida - dessa forma, podemos seguir pesquisando os preços e, se acharmos algo melhor, cancelamos tudo e reservamos de novo.

O valor de aluguel de carro na Bélgica é relativamente caro, se comparado a outros países. Você pagaria mais barato, pelo mesmo período, em qualquer país do leste europeu, na Espanha, em Portugal, na Irlanda, em Malta e em Milão, por exemplo. Mas, se fizéssemos o mesmo roteiro belga de trem ou ônibus, gastaríamos muito mais, mesmo levando em conta a despesa com combustível (isso sem falar em outras vantagens, como parar em pequenas cidades onde jamais chegaríamos facilmente com transporte público). Outra notícia boa para os motoristas é que não há pedágio nem "vinheta" na Bélgica.

Pela primeira vez em uma viagem, vai acontecer de retirarmos o carro em um local (aeroporto de Charleroi) e devolvermos em outro (aeroporto de Bruxelas/Zaventem). Até hoje eu sempre aluguei e retornei no mesmo lugar, pois costuma ser muito mais barato - porém, a Europcar estranhamente não cobra nenhuma taxa para "one-way rental" (trajeto não-circular), então achamos melhor devolver em Zaventem porque as passagens de saída da Bélgica estavam mais baratas desse aeroporto.




Providências prévias para um roteiro de carro em cidades grandes
 
O preço do aluguel é ótimo, a flexibilidade é excelente, ok - mas nem tudo são flores ao dirigir por essas bandas. Ao contrário do nosso roteiro mais bucólico na Romênia, aqui são praticamente só zonas urbanas, e não vai ter aquela moleza de estacionar o carro em qualquer lugar, descer, tirar uma foto, entrar de novo no carro e seguir viagem. As áreas centrais das cidades que vamos conhecer são, em geral, de exclusividade dos pedestres - e estacionar perto do centro é um verdadeiro desafio: poucos conseguem, e quem consegue paga caro por isso.

Pensando nesse obstáculo, eu fiz uma coisa que deu uma trabalheira do cão, mas acredito que vai resolver o nosso problema e nos poupar muito tempo e estresse durante a viagem. Eu procurei estacionamentos gratuitos em todos os lugares por onde vamos passar, e anotei cada endereço para colocar no GPS. Nas cidades onde não encontrei estacionamentos públicos (que foram muitas), vasculhei horas no google street view até achar alguma rua onde eu não enxergasse um parquímetro (confesso que eu me divirto passeando online pelas cidades). 

Claro que isso requer muita disposição, mas é o jeito: ano passado, no norte da Espanha, sofremos demais por não termos tido essa ideia (inclusive fomos parados pela polícia por trafegar nas ruas exclusivas de pedestres na cidade-velha de Bilbao, procurando estacionamento sob o comando do GPS), então de agora em diante é tudo esquematizado no papel, nos mínimos detalhes.  



Onde ficaremos hospedados?

Assim como na Romênia, vamos ser recebidos por pessoas que conhecemos no Couchsurfing, e já conseguimos hosts para todas as noites.

No post sobre a Romênia eu disse que, se você está com orçamento apertado e não é fã do Couchsurfing, pode tranquilamente optar por pousadas baratas. Na Bélgica, e principalmente em Luxemburgo, isso já não é possível: ou é couch, ou é abrir o bolso sem dó nem piedade - uma cama em dormitório compartilhado já custa uma fortuna! Por isso nós montamos um roteiro prévio, mas, se não conseguíssemos hosts nas cidades programadas, teríamos que mudar o itinerário. Felizmente conhecemos pessoas muito legais em todas as cidades que queríamos (inclusive uma das hosts é romena!), e pudemos assim manter exatamente o roteiro original.



Qual a melhor época do ano para conhecer esses países?

Todos dizem que é o verão, o outono ou a primavera

É unânime que o inverno (frio+chuva) é a pior época, mas não adianta: nós gostamos de frio, e novembro/dezembro para nós é a época ideal para fugir do verão no Brasil, sem perder os meses de praia. Além disso, é a mais baixa temporada na Europa, e tudo está vazio, o trânsito está tranquilo e os preços estão baixos. Sem falar que vamos ter a chance de conhecer os famosos Mercados de Natal europeus, que são uma atração à parte e funcionam a partir do dia 20/11 nas praças centrais de quase todas as cidades que vamos visitar.

A parte ruim é que vamos deixar de conhecer a Floresta de Hallerbos, que é muito bonita na primavera, pois fica tomada por uma flor chamada jacinto, mas nas outras estações é apenas uma floresta comum.




Roteiro de 10 noites / 9 dias inteiros - Bélgica, Luxemburgo e França

*Roteiro já atualizado, depois da viagem!

25/11 - Chegada em Charleroi (Bélgica) às 22h50 - retirada do carro

26/11 - Charleroi - 30' - Namur - 1h - Givet (França) - 30' - Dinant (Bélgica)

27/11 - Dinant - 15' - Castle of Vêves - 1h55 - Metz (França)




28/11 - Metz - 1h05 - Luxemburgo City - 30' - Echternach (Luxemburgo)

29/11 - Echternach: Müllerthal Trail - trilhas pelas cidades de Berdorf e Consdorf / Schiessentümpel Waterfall

30/11 - Echternach - 15 - Beaufort  25’ – Vianden -  2h - Doorkijkkerk (voltando para a Bélgica) – 55’Leuven



 
1/12 Leuven – 35’ – Mechelen – 30' - Antuérpia

2/12 – Antuérpia – 30' - Ravenhof Castle e Putte (Holanda) 1h - Gante – 40 Bruges


3/12Bruges (bate-volta a Oostende - pôr do sol no mar)

4/12 – Bruges – 1h10 - Bruxelas 

5/12 - Bruxelas - 15' - Zaventem Airport - devolver o carro - voo às 6h20 para Madrid





E depois do dia 5 a nossa saga continua - no próximo post, o roteiro que faremos na Andalusia (região do sul da Espanha), onde vamos passar os últimos dias da viagem!