terça-feira, 30 de agosto de 2016

Roteiro de 1 dia por Friuli Venezia Giulia, na Itália

Em outubro de 2013 visitei uma das regiões menos turísticas da Itália: a pequena Friuli Venezia Giulia, no nordeste do país. Não fiquei muito tempo por lá para conhecer a fundo, mas o pouco que eu vi me impressionou muito. 

Outono nos Lagos de Fusine


Aqui vai um roteiro de 206km (só ida) que você pode tranquilamente fazer de carro em 1 dia, entre os Lagos de Fusine e Trieste, conhecendo diversas atrações pelo caminho:

o



Acorde cedo e vá direto para os Lagos (ou Laghi, em italiano) de Fusine, que ficam perto da cidade de Tarvisio. São 2 lagos que compõem o conjunto, o inferior e o superior, e ambos podem ser acessados tranquilamente de carro.




Congelando no frio de 3ºC às 8h da manhã


Depois de passear bastante na borda dos lagos e tirar muitas fotos, siga para o Lago del Predil (também conhecido como Lago Raibl), perto da cidade de Cave del Predil. Você também pode chegar até lá dirigindo, não precisa fazer nenhuma trilha.



A ilhota que é o símbolo do lago

 
O lago visto de cima da montanha, na fronteira Itália - Eslovênia


Em seguida dirija para o sul, em direção à cidade de Duino. No meio do trajeto você pode optar por parar e conhecer também a cidade histórica de Udine, que é habitada desde a idade neolítica, tem quase 100.000 habitantes e é uma das capitais da região de Friuli Venezia Giulia. Eu não parei nessa cidade.

Udine - Fonte: commons.wikimedia.org

Quando chegar a Duino, estacione o carro e vá a pé até o Castelo de Duino, que é uma fortificação do século XIV e fica sobre um penhasco, na beira do Mar Adriático. A entrada para o castelo custou 5 euros (inteira), em outubro/2013. O interior do castelo não é nada de mais, mas o ingresso vale pelas vistas das falésias e do mar.






 

Do castelo enxergamos esse lugar, que fica na Reserva das Falésias (leia abaixo)


Saindo do castelo, pegue o carro de novo e dirija menos de 5min até a Reserva Natural Regional das Falésias de Duino (entrada gratuita), onde você fará uma trilha de 1h (30min ida + 30min volta, pelo mesmo caminho) sobre as falésias. Há um centro turístico de informações, onde você pode parar para pedir a indicação do início do trajeto demarcado. Pelas minhas pesquisas na internet, eu tinha descoberto que nessa reserva há muitas cobras venenosas, e que por isso a trilha poderia ser perigosa. Perguntei sobre isso no centro de informações e riram da minha cara, então acho que era mentira e não tem cobras no caminho!

O ponto final do percurso é exatamente aquela ruína das fotos anteriores, que se vê a partir do mirante do Castelo de Duino. Recomendo muito fazer essa trilha, pois é bem acessível para todas as idades e esse é um daqueles lugares que as fotos não retratam muito bem - ao vivo é infinitamente mais bonito, mesmo num dia de chuva!







Depois de aproveitar bastante a reserva, saia de Duino e pegue a Strada Costiera, uma rodovia panorâmica sobre as falésias, até chegar à cidade de Grignano



Grignano é um bom lugar para almoçar, em alguma das cantinas de massas em frente ao porto.

Porto de Grignano


Depois, vá até o Castelo de Miramare (ainda em Grignano). Atualmente, segundo o sife oficial, a entrada do castelo custa 8 euros, mas eu acho que você pode visitar os jardins e a parte externa do castelo de graça. Cheguei a essa conclusão porque eu não pagaria 8 euros pra ir em outro castelo, não lembro de ter entrado e não tenho fotos do interior, mas conheci bem a parte de fora, que é um complexo enorme e pode facilmente tomar mais de 1h do seu tempo.





Finalmente, dirija até o destino final do roteiro: a cidade portuária de Trieste. Com mais de 200.000 habitantes, a cidade é cheia de prédios históricos, monumentos diversos e praças largas, como a maioria das antigas cidades europeias. Vale a pena dormir uma noite em Trieste.

Infelizmente, quando eu estive lá chovia tanto que não consegui tirar nenhuma foto, então aqui vão algumas do google:

Fonte: expedia

Fonte: orangesmile



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Se você gostou desse pedaço desconhecido da Itália, conheça também as atrações da Eslovênia, logo ali do lado - escrevi 10 posts sobre o país, é só clicar nos links abaixo:







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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Dicas sobre Fortaleza

Nos outros posts sobre a nossa viagem pelo Ceará, contei sobre os passeios que fizemos para Jericoacoara, Quixadá Beberibe e Canoa Quebrada. Fomos a todos esses lugares só com duas mochilas pequenas, deixando a mala grande em Fortaleza ao longo de todos os 17 dias que ficamos no Ceará. Isso só foi possível porque tivemos o privilégio de ficar hospedados na casa da Ítala Passos, que conhecemos pelo Couchsurfing e nos proporcionou, junto com sua mãe e seus filhos, uma excelente estadia durante esse longo período, além de auxílio com tudo o que precisamos.

Ao todo, ficamos 4 dias inteiros (intercalados) em Fortaleza. Foi tempo mais que suficiente para conhecer as principais atrações da cidade e ainda fazer um bate-volta de um dia inteiro para Caucaia.


Orla de Iracema, em Fortaleza

Gostamos muito da capital do Ceará (que sem dúvida é uma das capitais mais bonitas do Brasil), porém uma coisa desagradável nos chamou a atenção: a falta de segurança. Felizmente não tivemos nenhum contato com a violência urbana, mas ficou muito claro que ela existe e é bastante temida pela população. Muitas pessoas insistiram em nos advertir que Fortaleza é considerada atualmente a cidade mais perigosa do Brasil. Fomos impedidos por moradores de passar por certas ruas, sob a alegação de que certamente seríamos roubados. Quando tentamos descer de um ônibus no centro da cidade, pelas 18h, todos os passageiros se levantaram para nos impedir. Quando quisemos passear pelo centro num domingo, dia em que o comércio fecha, também nos fizeram mudar os planos. Ou seja: tudo gira em torno da insegurança, 24h por dia, e essa experiência eu nunca tinha tido em viagem nenhuma. 

Mas também tem o outro lado: seguindo certas regras, não há muito o que temer, pelo menos não mais que você temeria em qualquer cidade grande do Brasil. 

Algumas coisas que aprendemos e que podem ajudar você a fazer uma viagem tranquila a Fortaleza:
 
* O calçadão da Praia de Iracema é seguro e movimentado, tanto de dia como à noite;

* A Praia do Futuro é perigosa a qualquer hora do dia durante a semana;  se puder, visite num final de semana;

* JAMAIS tente caminhar da Praia do Futuro até o Porto do Mucuripe ou a Praia de Iracema: foi nessa hora que fomos "barrados" ao passar perto de uma vila, e não foi por apenas uma pessoa - desistimos só na terceira que nos abordou;

* O centro é seguro (tomando-se as precauções normais) enquanto o comércio está aberto; quando fecha, torna-se um campo de batalha;

* Em lugar nenhum, em hora nenhuma, desfile com objetos caros. Máquina fotográfica no pescoço também não é uma boa ideia. Tente não parecer turista.



Como se locomover em Fortaleza:

O meio mais barato é usando os ônibus, que são relativamente frequentes e conectam bem os pontos mais turísticos da cidade. A tarifa é R$ 2,75.

Ao contrário das outras cidades que visitamos no Ceará, Fortaleza tem Uber. Porém, no aeroporto, quando você chegar, nem adianta tentar pedir um Uber, pois os taxistas não deixam eles entrarem no aeroporto. Você pode sair com as malas pelas ruas para usar o aplicativo, ou então pegar um táxi, que deve custar no máximo R$ 50 para lhe deixar no centro ou na Praia de Iracema, os melhores locais para se hospedar.

Dentro da cidade é tranquilo usar o Uber, mas, não sei por que motivo obscuro, o Uber que nós pegamos saiu muito mais caro do que um táxi, que fez o mesmo trajeto. E, quando você chama o carro pelo aplicativo, aparece uma janela pedindo que você aceite que será cobrada uma tarifa bem mais cara do que a padrão (também não entendemos o porquê). 



O que fazer em Fortaleza

Praia de Iracema

É a principal e mais turística praia da cidade, fica perto do centro e possui um calçadão. A sua orla é recheada de hotéis e turistas, e policiada 24h. 

A praia vista de frente
O calçadão
Estátua de Iracema



À tardinha, não deixe de ver o pôr do sol na Ponte dos Ingleses







Praia do Futuro

É mais bonita que a Praia de Iracema, mas perigosa durante a semana, quando fica praticamente deserta. A maioria dos quiosques à beira-mar só abre aos sábados e domingos. Também achamos a praia bastante suja e mal cuidada, embora seja ótima para caminhadas na areia, pois é plana e extensa. 





Mercado Central

Tem formato circular, vende de tudo e fica bem no centro de Fortaleza, servindo sempre de ponto de referência. Se você contratar um transfer para Jericoacoara e não estiver hospedado no centro ou na orla de Iracema, é na frente desse mercado que você tem que pegar o ônibus. 


Catedral Metropolitana

É a principal igreja da cidade, também fica no centro, perto do Mercado Central.



Centro Cultural Dragão do Mar

É uma área enorme destinada a eventos culturais em geral. Conta com museus de arte, teatros, bibliotecas, galerias, salas de cinema, etc. Tem também um grande espaço ao ar livre, com praças, bares e restaurantes. É um lugar seguro para passear à noite.


Praia do Cumbuco, Lagoa do Banana e Barra do Cauípe

Esse é um passeio mais longo, um bate-volta que provavelmente vai lhe tomar o dia todo. A Praia do Cumbuco fica 40km a oeste de Fortaleza, na cidade de Caucaia, e é famosa por seus ventos, que tornam ideal a prática do kitesurf

Nós fomos até lá de carro com a nossa amiga Ítala, mas você pode pegar um ônibus em Fortaleza (terminal Antônio Bezerra) que lhe deixa em Cumbuco. A passagem custa R$ 5,50.


Depois de aproveitar Cumbuco, você pode pegar um táxi ou pedir uma carona até a Lagoa do Banana (4km), outro ponto turístico da região. É bonita, mas depois de tantos dias no Ceará confesso que não achamos nada de mais.



Em seguida, pegue um táxi ou uma carona até a Barra do Cauípe (13km) - essa sim vale mais a pena. É um local cheio de lagoas à beira mar, onde muita gente de Fortaleza vai passar o final de semana, curtindo o sol ou praticando kitesurf.








Na volta da Barra do Cauípe para Fortaleza, você pode parar de novo em Cumbuco e aproveitar o final de tarde em algum dos hoteis/restaurantes à beira-mar.





* Valores e informações referentes a julho/16.
 
Esse foi o último post da série sobre o Ceará. Para ler os anteriores, clique nos links:















sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Quixadá, a cidade dos ETs no sertão do Ceará

Na organização do nosso roteiro pelo Ceará, decidimos adotar a seguinte estratégia: montar base em Fortaleza, onde deixamos nossas malas ao longo de todo o período, e fazer 3 pequenas viagens, só com as mochilas, para conhecer o resto do estado. 

Já escrevi sobre os 5 dias que passamos em Jericoacoara, e também sobre os 4 dias que passamos no litoral leste, entre Beberibe e Canoa Quebrada, então neste post vou contar como foi nossa outra viagem - a mais diferente e inusitada de todas: uma excursão de 2 dias a Quixadá, no interior do estado.

Mas o que afinal tem nessa cidade que ninguém conhece?? 



Tudo começou 1 ano e 1 dia antes de visitarmos Quixadá, quando nós assistimos ao Globo Repórter sobre o Espaço. Nessa edição, o programa nos apresentou a cidade cearense como sendo uma espécie de portal para o mundo extraterrestre, segundo relatos convictos dos moradores locais e também estudos científicos. 

Muita gente de Quixadá (provavelmente mais que em qualquer outro lugar do Brasil) jura ter sido abduzida, ou pelo menos ter ficado frente a frente com seres de outros planetas. Diversos artigos de ufologia do mundo inteiro classificam a cidade como uma referência global em histórico de casos envolvendo avistamento de discos voadores e abduções. A preferência dos ETs por Quixadá se deveria, principalmente, ao fato de a cidade se encontrar dentro de um círculo perfeito (?) de monólitos (formações abruptas constituídas por um só bloco de pedra), o que a torna um marco geológico e místico.

Nós gostamos desse assunto, acreditamos nas histórias e achamos tudo muito interessante, mas o que nos chamou mesmo a atenção foi aquilo que não foi explorado pela reportagem: o que é Quixadá além dos ETs. Enquanto o repórter abordava o assunto, caminhando na rua, apareciam de relance paisagens incríveis de lagos e rochedos. Eu vi aquelas imagens e pensei: sério que é assim o sertão cearense?? Como que essa cidade espetacular, com enorme potencial turístico, aliando beleza natural a ETs, até hoje não é conhecida?

E foi assim que nasceu a vontade de conhecer Quixadá, que, aliada à de visitar Jericoacoara e Canoa Quebrada, nos fez elevar o Ceará para o topo da lista de prioridades.

Então, 1 ano e 1 dia depois de termos a nossa curiosidade aguçada, fomos até lá e comprovamos: realmente vale a pena! Inclua Quixadá no seu roteiro!


Para ver a matéria do Globo Repórter, clique aqui.


Como chegar, desde Fortaleza:

2 empresas operam ônibus que saem a cada hora da rodoviária de Fortaleza para Quixadá: Fretcar e Expresso Guanabara. Você pode comprar as passagens online pelo site Busca Ônibus. Em alta temporada (períodos de férias), melhor comprar com uns 2 dias de antecedência. Nós compramos na véspera e o ônibus estava quase lotado.

Tanto numa empresa como na outra, o preço da passagem (só ida) é R$ 19,65 + taxa de embarque da rodoviária (se eu não me engano, R$ 2). 

A distância percorrida é 170km e a duração da viagem é de aproximadamente 3h. Às vezes o ônibus atrasa.



O que fazer em Quixadá


Além de procurar ETs (sem sucesso), nós fizemos 2 passeios na cidade:

1. Açude do Eurípedes

No Google Maps esse lugar é conhecido como Lagoa dos Monólitos, mas dentro da cidade só se fala em Açude do Eurípedes, por isso esqueça o "nome oficial". Você pode chegar lá caminhando, já que o açude está apenas a 2km a leste do centro.

A água é incrivelmente verde, realmente muito bonita, mas ficamos sabendo que é super poluída, já que recebe quase todo o esgoto da cidade. Nos sentimos meio ridículos fotografando um esgotão, mas deve ser o esgoto mais bonito do mundo. 

Em no máximo 30min você consegue caminhar na beira do açude, sobre os monólitos, e tirar muitas fotos.




 





2. Açude do Cedro e Pedra da Galinha Choca

Esse é o maior ponto turístico de Quixadá, embora ainda assim não seja nem um pouco conhecido. Trata-se do primeiro açude do Brasil, cuja construção foi ordenada por Dom Pedro II no século XIX, para suprir uma seca que assolava a região.

Fica a 6km a sudoeste do centro da cidade, então para chegar lá é melhor você pegar um táxi (cerca de R$ 15 o trecho) ou moto-táxi (R$ 5 por pessoa o trecho).

Como nós usamos o Couchsurfing e estávamos hospedados em uma república de estudantes, ficamos sabendo que há um ônibus gratuito, oferecido pelo Governo do Ceará, que sai da praça central de Quixadá e deixa os estudantes na UFC (Universidade Federal do Ceará) e no IF (Instituto Federal), que por acaso fica do lado do Açude do Cedro. Então, para economizar o dinheiro do táxi, madrugamos e pontualmente às 7h40 estávamos saindo com o ônibus rumo ao IF. Lá nós descemos e, junto com todos os outros estudantes, tomamos um café da manhã reforçado na barraquinha que vende lanches em frente à universidade - recomendo muito, tudo barato demais e de ótima qualidade! Nós comemos uma tapioca grande com queijo e carne de sol, e custou só R$ 2,50.

Para ir do IF até o Açude do Cedro, você caminha menos de 1km por uma rua pavimentada, ao lado de uma floresta cheia de macacos (tiramos várias fotos, mas perdemos!). 

Chegando lá, você vai ver a impressionante paisagem do açude junto à Pedra da Galinha Choca, o monólito mais conhecido de Quixadá e local onde ufólogos e interessados fazem vigílias de madrugada, na esperança de avistar alienígenas. Como nós chegamos lá de manhã cedo, não havia ninguém mais visitando o açude e o silêncio era absoluto. Também pudemos observar muita vida selvagem em volta da água, e tiramos dezenas de fotos de aves com o zoom da câmera, mas também perdemos todas, e só ficamos com as fotos do celular.

Infelizmente o tempo estava um pouco nublado e a paisagem não estava tão bonita quanto a filmada pelo Globo Repórter. Veja as fotos:
 

Pedra da Galinha Choca, ao fundo



O outro lado do açude


1h é tempo suficiente para você conhecer bem o açude e fazer toda a caminhada na passarela. Se quiser subir na Pedra da Galinha você obviamente vai precisar de mais tempo (provavelmente o dia todo), e é melhor ir acompanhado de um guia ou pelo menos de alguém que conheça bem o caminho.

Para voltar do IF ao centro de Quixadá, informe-se com os alunos ou motoristas o horário dos ônibus. Como nós fomos em julho, época das provas finais, os ônibus estavam saindo mais cedo, e acho que embarcamos por volta das 10h ou 10h30.



Quanto tempo ficar em Quixadá

Como o deslocamento desde Fortaleza é longo, recomendo que você faça como nós: chegue num dia, durma uma noite em Quixadá e volte para Fortaleza no dia seguinte.

Se estiver com pouco tempo e muita disposição, você pode pegar um ônibus bem cedo em Fortaleza, passar o dia em Quixadá (chegando até o Açude do Cedro de táxi, e não com o ônibus dos estudantes) e voltar no final da tarde. É viável, mas um tanto cansativo. 

Compre a sua passagem de volta online, na mesma hora em que comprar a de ida, principalmente em alta temporada. Os ônibus lotam facilmente.



Onde se hospedar em Quixadá

Como a cidade não é turística, não há muitas opções. O único hotel que vimos foi o Hotel Monólitos, bem na frente da rodoviária. A diária do quarto duplo nesse hotel custa R$ 110, no Booking, com café da manhã incluído.




Se você se interessou por Quixadá, leia também os outros posts sobre a nossa viagem ao Ceará: